O pé de guerra entre T1 e a agência The Play, responsável pela carreira do ex-top laner da equipe, Zeus, parece não ter fim. O atrito começou quando o jogador deixou a equipe de Faker, onde foi bicampeão mundial em 2024, para se juntar a Hanwha Life Esports.
Na ocasião, o CEO da T1, Joe Marsh, disse em Ask Me Anything (AMA), em novembro de 2024, que Zeus poderia ter sido influenciado por sua agência, e que eles “ignoram legado da equipe, desenvolvimento do jogador e sucesso na carreira a longo prazo“, além de indicar que houve interesse monetário da The Play na negociação.
A agência, recentemente, se pronunciou sobre o assunto, declarando que não recebeu financeiramente na transferência de Zeus, o que colocou a posição anterior de Joe Marsh em cheque.
Para dar mais um capítulo para a história, segundo o portal coreano Inven, um representante da T1 confirmou que, as declarações do CEO expressavam suas “preocupações ao fazer referência a incidentes do passado”, e que as falas não passavam de “uma mera avaliação”.
Declarações de Joe foram feitas sem conhecimento do contrato de Zeus com a HLE
Ainda segundo o portal coreano, que questionou sobre o posicionamento da The Play de que não havia faturado no acordo, o representante da T1 teria falado que não tem detalhes do contrato, o que deixa as falas de Joe Marsh cada vez mais contraditórias:
Não temos conhecimento sobre os termos contratuais entre Zeus e seu agente.
A T1, por meio do porta-voz que teve sua identidade preservada, ainda comentou que as afirmações do CEO demonstravam preocupação, em uma prática utilizada na indústria com frequência. Confira:
Os comentários não foram direcionados exclusivamente à THE PLAY, mas sim a práticas da indústria que priorizam o aspecto financeiro em detrimento do respeito pelos times. Joe Marsh nunca afirmou que ‘eles só pensam em lucro’. Ele apenas citou exemplos passados envolvendo agências como a THE PLAY para ilustrar preocupações gerais do setor, o que representa uma ‘opinião’.

“Colocamos a proteção dos jogadores em primeiro lugar”, diz representante da T1
Ainda segundo o porta-voz anônimo da equipe, a T1 buscou, por meio do AMA, defender o jogador de possíveis críticas, e que a maneira que a transferência foi conduzida acabou minando a confiança no jogador:
Levando em conta a contribuição, dedicação e juventude de Zeus, buscamos resolver a situação de forma rápida e discreta. No entanto, o processo atípico de free agency e o anúncio da transferência de Zeus sem explicações adicionais geraram críticas globais e levantaram suspeitas sobre o jogador.
“Como sua ex-equipe, que se preocupa profundamente com ele, sentimos a necessidade de esclarecer as questões levantadas durante o AMA para protegê-lo de novas críticas.”
Ao comentar a declaração recente da The Play, a organização entendeu que o posicionamento da agência visava manter apenas os seus próprios interesses, e que a maneira como divulgado podem acabar prejudicando Zeus e sua imagem:
Após o AMA, THE PLAY publicou uma declaração adicional para defender seus próprios interesses e solicitou correções, mesmo que os comentários de Joe Marsh não fossem falsos nem justificassem uma retratação.
Essa questão não exige uma declaração corretiva. As exigências da THE PLAY podem prejudicar Zeus e alimentar suspeitas desnecessárias.
A T1 concluiu reiterando que segue comprometida com a proteção de seus jogadores, e que coloca esse valor em primeiro lugar:
Sempre colocamos a proteção dos jogadores em primeiro lugar e continuamos comprometidos com isso. Como uma organização líder no setor, buscamos resolver essa questão levando em conta diferentes perspectivas.
The Play já propôs a divulgar todo o histórico da negociação
A agência de Zeus, que em seu último posicionamento mostrou riqueza de detalhes nos documentos apresentados, que incluem cronogramas, mensagens trocadas com a T1 e trechos de contrato, amplamente citados em entrevistas e redes sociais, pode responder a T1 novamente, dando mais capítulos para a guerra de narrativas entre as partes.
A THE PLAY, inclusive, afirmou estar disposta a divulgar todo o histórico de negociações, desde propostas até contrapropostas, caso a T1 concorde em quebrar a confidencialidade contratual — algo que ainda não ocorreu. Resta saber quais serão os desdobramentos da situação.
