Nesse sábado (25), o agora streamer Bieldomaul relatou alguns problemas que enfrentou na sua passagem pelo cenário, principalmente enquanto representava a Vivo Keyd. No texto, o então caçador reserva afirmou ter pagamentos atrasos com o clube e outras situações que culminaram “em uma depressão profunda”.
A primeira grande organização que Bieldomaul passou foi a INTZ, clube que passou a representar em junho de 2018. “Houve alguns desacordos, porém nada feito de forma errada. Acabou que fizemos uma rescisão de contrato em comum acordo”.
Em novembro do mesmo ano, foi para a Vivo Keyd, contratado como reserva. No anúncio, a organização revelou que o jogador estava indo para a Coreia do Sul, onde realizaria seu segundo bootcamp em um espaço de seis meses.
Seja bem vindo ao nosso time de League of Legends @Bieldomaul
Biel embarca para a Coreia na madrugada desta quarta-feira onde fara mais um bootcamp e retornará no início do ano para compor nosso elenco de 2019! 😉
Eu #VivoKeyd! #Vivo #GoVK ⚔ pic.twitter.com/4LrZnlSL71
— Vivo Keyd (@VivoKeyd) November 5, 2018
“Eu pedi uma conta para a Riot Games da Coreia e a resposta foi a seguinte: “Como você não faz parte de um time não podemos terminar os tramites legais […] Eu consegui um time [Keyd] e entrei em contato com a Riot novamente. Tudo que faltava ser feito era ir para a gaming house assinar a papelada. Me foi oferecido o contrato de jogador e o de streamer”.
“Quando cheguei lá, foi dito que o contrato entre eu e Vivo Keyd de jogador não estaria pronto e demoraria alguns dias e que o contrato de streamer não era físico, eles ‘apenas pegavam. ‘”, relatou Bieldomaul.
Ele continua o texto e diz que, ao chegar na Coreia, sua conta ainda não estava disponível após 20 dias depois de chegar ao país asiático.
“Todo dia eu cobrava alguém da Keyd e eles me pediam paciência e que estavam tentando resolver. Nesses dias eu perdi mais ou menos 10 mil reais em estadia, alimentação e passagem e deixei de arrecadar muito dinheiro com stream. […] Entrei em uma depressão profunda, todo dia eu acordava e chorava, ficava me contorcendo no chão em um quarto fechado de 5m² do outro lado do planeta. Tudo isso sem poder falar para ninguém o que estava acontecendo. Toda vez eu era instruído a não levar nada a público para não manchar a imagem da Riot”.
Embora contratado como jogador reserva, Bieldomaul disse ter sido informado que não poderia ser inscrito para o primeiro split do CBLoL em 2019 pois não havia mais estrutura e espaço na GH para acomodá-lo e que tudo teria que ser repensado para o próximo split por não estar no Brasil.
“Eu viajei por 90 dias, comprei passagem de volta para a gaming house no dia que o manager da equipe disse que os treinos deveriam começar, abdicando totalmente de ver a minha família depois de uma viagem para simplesmente tudo ir por água abaixo”.
Bieldomaul afirma que ele seria reserva de Revolta, então jungler titular da equipe. No entanto, a organização precisava de um jogador para completar na Superliga e Caos foi o nome encontrado. O anúncio da organização reforça que o novo caçador atuaria pela equipe somente na Superliga. “Acabou que gostaram dele e o mantiveram junto com o Laba”.
Temos o prazer de anunciar a chegada do Jungler @caoslol1 a nossa equipe de League of Legends.
Caos já se encontra treinando em nosso Performance Center e atuará pelo Vivo Keyd apenas para a Superliga ABCDE.
Eu #VivoKeyd! #Vivo #GoVK ⚔ pic.twitter.com/DPTiltcf4V
— Vivo Keyd (@VivoKeyd) December 6, 2018
“Do nada eu recebo a mensagem que não há espaço para mim. Eu me mantive calado pois eu não queria levar nada a público. Por vários dias chorei sem reação, pois parecia que ninguém me entendia”, continuou.
O streamer revelou também que esperava receber aproximadamente US$3 mil baseado na minutagem das transmissões realizadas enquanto estava na organização, “porém por algum problema entre Twitch e Keyd, nada foi pago a mim. Meses se passaram e nada havia sido resolvido. Eu fui a uma reunião entre staff da Twitch e da Keyd e no final de tudo, a Keyd simplesmente falou que não iria me pegar”.
Bieldomaul termina o relato afirmando que trabalhou por 6-8 meses no competitivo ganhando 800 reais em média e por esses motivos defende a criação de uma organização formada por jogadores. “Muitos são colocados em situações e contratos que são, ao meu ver, inadequados”.
Confira na íntegra o posicionamento da Vivo Keyd sobre os relatos de Bieldomaul:
“O Vivo Keyd incansavelmente tentou ajudar fazendo o intermédio com a plataforma de stream citada por Gabriel em seu relato. O Vivo Keyd não tem qualquer obrigação legal ou de pagamento por essas horas de transmissão. Bem como esse saldo devedor mencionado por Gabriel. Mas agindo em cooperação com nosso ex-atleta e afim de solucionar o problema, diversos e-mails e tentativas de contato foram realizadas pela organização com a plataforma afim de encontrar um acordo entre as partes. Conseguimos fazer uma reunião entre plataforma, organização e com a presença do Gabriel. Onde nessa mesma ocasião foi mencionado pela plataforma que o acordo não seria feito. Ficamos totalmente decepcionados com tal decisão.
Sobre a questão da Coreia e criação de sua conta também lamentamos pelo ocorrido. Como organização temos diversos exemplos de bootcamp e assistência a nossos atletas em rotinas de treinamento em outros países. Podemos citar bootcamp realizado em Madri em 2019 onde toda nossa line de League of Legends e staff tiveram excelente experiência fora do Brasil. Fora isso já realizamos treinamento em outros países como Portugal e também na Coreia, sem nenhum problema. Apuramos internamente e não temos maiores detalhes dos problemas ocorridos na criação dessa conta.
Como organização prestamos total assistência aos nossos atletas pensando em sua saúde com uma visão multidisciplinar. De qualquer maneira ficamos á disposição em ajudar e prestar atendimento a todos nossos ex-atletas e colaboradores.
Agradecemos Gabriel Guia pelo tempo que ficou em nossa organização e desejamos muito sucesso em todos os seus projetos futuros, dentro e fora do eSports”.