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LoL: Brasileiro passa em seletiva para equipe academy da Gen.G

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A Gen.G é uma das maiores organizações da Coreia do Sul e possui vários projetos para fomentar a região com novos talentos. O mais novo deles é o Gen.G Elite Esports Academy, que busca revelar jogadores e incentivar estudantes que estão finalizando o ensino médio a entrar no mundo dos esports.

Uma das grandes diferenças desse projeto para outros realizados por times da Coreia é que ele aceita aplicações de pessoas do mundo todo. Isso abriu a possibilidade para o brasileiro Washington não só fazer sua inscrição, como ser um dos selecionados pela Gen.G, recebendo a oportunidade de ser treinado pela organização na categoria de base.

De acordo com Washington, também conhecido como Washin, os requisitos iniciais eram ter um bom nível de inglês e um elo mínimo que, no Brasil, era Grão-Mestre. Mas apenas ter esse elo não garantia que os jogadores passassem na seletiva: “Eles analisaram os replays que enviamos também, então não era apenas por elo. Conheço muitas pessoas que também fizeram essa peneira e não passaram”, comentou.

A Gen.G também realizou uma entrevista com Washington, em que avaliou o seu nível de inglês, explicou o projeto, entre outras coisas, que ele preferiu não revelar por serem detalhes do processo seletivo.

Washington na ITX
Washington (no centro) junto ao time da ITX, o qual fez parte por alguns meses. (Foto: Divulgação/ITX)

Agora ele precisa ir para a Coreia do Sul, onde deverá ficar entre um a dois anos sendo treinado pela organização. No entanto, o maior problema é que a viagem e os custos para se manter no país precisam sair do bolso dos próprios selecionados, e isso não é nada barato. “Por enquanto estou no aguardo para saber o quanto precisarei gastar para ficar lá, mas acredito que por ser um projeto novo e eu vir de uma região fraca, eles não vão dar total suporte aos custos”, explicou o jogador.

Washin se vê em uma situação complicada, pois mesmo que a Gen.G cubra parte dos custos, ainda será necessário muito dinheiro para ele se manter na região durante tanto tempo. “Eu não gostaria de causar mais peso para os meus pais, pois a situação financeira da minha família não está tão boa por causa da pandemia do COVID-19, então estou vendo maneiras de conseguir dinheiro lá para me manter”. O jogador continuou falando que está trabalhando como coach de LoL todos os dias para juntar dinheiro, e até pensou em criar uma “vaquinha” para pedir ajuda da comunidade.

Começo do Washington no LoL e breve passagem pela ITX

Washington tem 18 anos e sempre teve a vontade de seguir carreira como jogador profissional. Ele está envolvido com jogos eletrônicos desde muito novo, e jogava outros títulos como CS 1.6 e Starcraft 2 antes ir para o LoL. Em 2016 ele começou a jogar o MOBA, atingindo o elo Ouro no mesmo ano. Em 2018 ele já estava no Diamante, em 2019 alcançou o Grão-Mestre e, este ano, conseguiu o tão sonhado Desafiante.

“Eu não conseguia focar muito no LoL por causa dos estudos, mas agora que terminei a escola, estou treinando bastante”. Ele revelou não ter planos para entrar na faculdade por enquanto, pois quer se manter 100% focado para tentar a carreira de jogador profissional. Suas referências como mid laners no Brasil são o Tinowns, RainBow, Grevthar, Tutsz e Avenger. Entre os jogadores estrangeiros, ele se inspira no Faker, BDD e Knight.

Washin contou que estava fazendo a peneira da RED Canids para entrar na equipe academy, mas alguns problemas aconteceram perto das partes finalizarem o acordo, por isso a contratação não ocorreu. “O Galfi que havia me indicado para o projeto, porém ele saiu um tempo depois e isso causou o rompimento da ideia de me colocar no time academy”.

Foi então que Fallen, um dos treinadores da Intergalaxy Tigers (ITX), deu a indicação para que ele entrasse na ITX. Washin disse que treinava mais do que a rotina normal da organização, chegando às 8 horas da manhã e indo embora só às 21 horas. “A rotina normal deles era das 13h às 20h/21h, mas como eu queria melhorar, sempre chegava as 8h da manhã lá”.

https://twitter.com/ITXTigers/status/1218305380645769216

Apesar de treinar ativamente com a equipe, ele não chegou a jogar oficialmente no Circuito Desafiante, pois um dia antes da competição começar a organização anunciou o seu desligamento da line-up. “Eles não tiveram culpa, mesmo eu treinando mais de 12 horas por dia durante um mês, não acho que eu estava no nível necessário para o Circuitão. Com a entrada do Juzo, que era uma peça muito importante para o time, não sobrou espaço para mim”, finalizou.

https://twitter.com/ITXTigers/status/1228444803563540480

A ITX só venceu um jogo em toda a temporada, por isso teve que disputar a série de promoção e foi derrotada pela Rensga, que voltou ao campeonato. Após isso, eles resolveram congelar o projeto “por tempo indeterminado”.

Nas próximas semanas, Washington irá decidir se vai para a Coreia ou não, mas ele já deixou claro que mesmo se não for, ainda continuará trabalhando duro para ser jogador profissional aqui no Brasil. Você pode acompanhar o seu Twitter e ficar ligado no seu canal da Twitch.

Atualização: Após a repercussão desta matéria, outro brasileiro entrou em contato com o Mais Esports para comunicar que também conseguiu ser aprovado nesta peneira da Gen.G.

Seu nome é Jader Lucas e ele usa o nick de Jadsz no LoL. Ele tem 17 anos e atualmente é mestre nas filas ranqueadas brasileiras. Em contato conosco, Jader contou que já havia participado do processo seletivo em 2019, mas não tinha sido aprovado. Este ano ele tentou novamente, e como a Gen.G já tinha seu registro e até os replays armazenados, a inscrição aconteceu de forma mais fácil.

Jadesz tem o objetivo de se tornar um jogador profissional e trazer o melhor para a região, inclusive com planos feitos para viajar já no próximo ano para a Coreia do Sul. “A minha pretensão é ir para a Coreia apenas no primeiro semestre de 2021, decisão tomada devido ao vírus COVID-19, que impossibilitou a minha ida neste semestre (visto, passagem, cancelamento de voo, dinheiro etc)”, comentou o jogador.

Ele também ressaltou o apoio que toda a sua família dá à sua decisão, e que eles até deram muitas sugestões para possíveis problemas. “Atualmente me vejo economizando o máximo possível para arcar com os custos que terei lá, tirando isso, está tudo indo conforme o planejado”, ressaltou Jadesz.

Ele finalizou a conversa enfatizando que esse projeto vai ajudá-lo como jogador e também sua índole em relação à comunidade brasileira. “É um projeto que me fará ter condições de melhorar o competitivo do Brasil como um todo”.

Você pode acompanhar o Jader Lucas em seu Twitter e assistir às suas transmissões na Twitch.

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Bruno Rodrigues
publicado em 4 de agosto de 2020, editado há 4 anos

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