Diante de diversas reclamações da comunidade sobre o uso cada vez maior de scripts em partidas de SoloQ no servidor brasileiro de League of Legends, principalmente vindo de jogadores de elos mais altos incluindo profissionais, o suporte ex–paiN Gaming e RED Canids, Dioud, acionou o escritório central da Riot Games, nos Estados Unidos.
Pro Player, Semi Amador, jogadores Mestre +
Estou cansado igual vocês sobre a situação dos scripts nesse servidor. Tomei a decisão de entrar em contato com os caras do NA anti cheat da RIOT.
Me responderam e vamos fazer uma limpeza.
Me mandam nick dos scripters aqui pf— Dioud (@Dioudlol) June 8, 2022
Como ele próprio revelou em suas redes sociais nesta quarta-feira (8), Dioud não só acionou, mas também enviou nicks de contas a rioters no NA para, caso fosse comprovado o uso de script, ela seria banida.
Em conversa com o Mais Esports, o bicampeão do CBLOL explicou como foi o contato com a Riot em Los Angeles e o que o motivou a ir atrás do escritório principal da empresa.
Eu fui atrás da Riot NA e no começo era só para conversar, não era para resolver o problema, porque esse tipo de questão não se resolve tão facilmente. Então eu fui perguntar para eles como se fazia, como era a guerra contra o script, porque eu assisto muito as streams dos EUA e não vejo script lá, e pensei ‘não é possível que lá seja limpinho, mas aqui a cada dois jogos tem um script.
O ex-jogador e streamer contou que não chegou a tentar conversar com o escritório brasileiro da Riot Games, já que “eles podem estar muito ocupados, ou não estavam querendo responder. Por isso pulei esse passo e fui direto para o NA.”
“O que a Riot Brasil chegou a me falar, anos atrás, era que todo o programa anti-cheat é desenvolvido nos Estados Unidos. Por isso, queria conversar com eles sobre o processo de como se lutar contra o script”, completa.
Dioud, porém, diz que não pode revelar muitos detalhes do que foi dito pelo escritório de Los Angeles, já que segundo ele, se tratam de informações confidenciais. Apesar disso, ele conta que a Riot NA está ciente do problema, principalmente no Brasil e que a empresa já está trabalhando nisso.
As pessoas têm que entender uma coisa: Há dois jeitos de se lidar com o script, a curto prazo e a longo prazo. A curto prazo é o ban imediato das contas, que foi o que fizemos mandando os nicks e streams de scripters, mas isso só resolve momentaneamente, mostra que a empresa está de olho.
A solução a longo prazo, como explica Dioud, a Riot precisa deixar o script rodando por um tempo determinado, para que uma solução seja encontrada e o problema seja resolvido de uma vez por todas. “É um processo que demora bastante, mas quando chega, todas as contas que já usaram o script serão banidas.”
Dioud consegue mais de 20 contas banidas em 1 hora
Em seu post no Twitter, Dioud pediu para que a comunidade denunciasse e enviasse nicks de contas que usaram esse subterfúgio em partidas de SoloQ. Como resultado, de acordo com o próprio ex-jogador, mais de 20 contas haviam sido banidas em menos de uma hora.
Eu falei para eles que haviam alguns nomes, há meses que os vemos do Mestre para cima, nós reportamos e nada acontecia e estava cada vez pior, os pros estão reclamando disso… As pessoas estão xingando a empresa pois nada é feito contra esses caras, e foi basicamente o que eu falei para ele, temos que ajudar os pros a ter uma experiência boa na SoloQ, já que são eles também que pegam muitos viewers na Twitch e divulgam o jogo, e não dá para fazer isso com scripter na partida. Por isso, falei que iria fazer uma lista de jogadores que usam script e a maioria até se gaba disso, então não é segredo para ninguém.
Dioud explicou também que um dos facilitadores para que uma conta seja banida é o uso de campeões característicos, como Kog’Maw e Xerath, comumente usados por usuários de script.
“Eu mandei uma lista completa de nomes, mandei stream de quem estava streamando e vendendo o script, mandei o link do próprio script para que eles pudessem analisar na fonte. Eu não pedi para ser instaban, mas eles fizeram assim porque eles já estavam de olho nessas contas”, afirma.
Frances ta no caso. Lista enviada 20 contas banidas
Isso em menos de 1h pic.twitter.com/LJ5SrGQy32— Dioud (@Dioudlol) June 8, 2022
Ele explica que, apesar desse contato direto com a Riot NA, as punições não foram distribuídas a esmo. “Não foi porque eu, Dioud, falei no Twitter e mandei nomes. Comprovar uso de script não é simples, mas eles têm programas que fazem isso, fora que eu mandei o máximo de provas possível.”
“Eu só mandei os nicks, e o cara com quem eu conversei também não fez isso sozinho, ele tem uma equipe e todos analisaram para aprovar os nomes que seriam banidos”, afirma.
O ex-proplayer ressalta, porém, que o banimento não é a solução definitiva, já que os mesmos jogadores que usavam script e foram banidos, podem criar novas contas. “Mas quando eles chegarem no Mestre, fazemos isso de novo.”
Por fim, perguntamos ao Dioud se o escritório da Riot Games nos Estados Unidos deu mais alguma informação sobre o programa anti-cheat e quando ele poderia chegar para resolver esta nova onda de scripts. “Eles não me contaram nada, porque de novo, é algo interno deles. Mas só de saber que eles estão cientes e trabalhando nisso, já é um alívio.”
Profissionais reclamam nas redes sociais
Antes da iniciativa de Dioud, não era estranho ver jogadores profissionais reclamando de scripters em suas partidas ranqueadas. Não só no Twitter, como também no podcast Md3, o atual campeão do CBLOL, Titan, declarou que não estava jogando SoloQ com frequência, dada a grande presença de usuários deste “macete.”
Gostaria de saber, dona riot, até quando você irá deixar scripters no seu servidor burlando o sistema de nem poder reporta-los, pois não há vontade em minha pessoa de jogar soloqueue contra CHEATER que ficam ZOMBANDO na cara do próprio servidor e nada acontece………………!
— Alexandre Lima (@titannlol1) June 3, 2022
Depois que o ex-suporte comentou que contas estavam sendo banidas, também pôde-se ver jogadores celebrando nas redes sociais.
Nós tentamos contato com o escritório da Riot no Brasil, mas não obtivemos resposta até a publicação desta matéria.
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