Do League of Legends ao Wild Rift, Djoko está no cenário competitivo desde 2012 e, apesar do seu tempo com o jogo mobile, talvez esteja chegando a hora de o coach retornar ao CBLOL. Quem contou isso foi o próprio Djoko em entrevista ao 2v1 Podcast, em que detalhou propostas que recebeu no último ano e explicou o que acredita ser seus principais pontos fortes como técnico de LoL.
Reality shows cansam
Djoko já participou de dois reality shows diferentes relacionados a LoL. Power 2 Game, que buscava revelar novos talentos de Wild Rift, e o ULT, que proporciona aos vencedores a oportunidade de ingressar no cenário profissional do competitivo do jogo. Apesar da experiência ser legal, o coach conta que foi um período bem cansativo, o que fez com que ele ficasse um tempo longe do competitivo.
Eu fiquei 4 meses sem competir, eu tô competindo no LoL desde 2012. A pausa maior foram 4 meses, que foi em 2021 de janeiro até abril. Depois, foi Wild Rift. claro que Wild Rift é uma competição muito mais nova, e foi de propósito também. De novo, coincidiu com um ano que eu sabia que ia ser barra pesada. Quando chegam pra você no início de um ano e falam que vai ter dois reality shows pra fazer no final do ano, essa é a hora que você põe a mão na consciência.
Em seguida, ele explicou o porquê dos programas demandarem tanto dele.
E assim, o pessoal que fez o Power 2 Game da Motorola e o pessoal que fez o ULT, são pessoas que estão acostumadas a trabalhar com reality shows do dia a dia. Só que o problema é que você vai fazer um reality é que seu público-alvo é um público que joga, então meio que a galera que trabalha tem que ser super consulta deles. Não é só chegar lá e gravar, não. Você cuida igual neném do projeto. E o Power 2 Game era ainda mais complicado, porque o Wild Rift não tinha nem 1 ano e a gente tava fazendo um reality. Que maluquice é essa? Me surpreendeu muito, e foi uma galera diferente do ULT, mas algumas pessoas iguais e foi mais louco ainda, porque eu acabei o ULT e na semana seguinte comecei o Power 2 Game, então não teve nem parada, tive que trocar mentalmente. Então esse ano eu competi sim, mas num cenário menos demanding.
Entender o momento e aprender
O coach conta que já está pensando nos planos de 2023, e que segue com a mentalidade de sempre aprender mais sobre LoL.
2023 eu tô pensando bastante no que eu quero fazer. Lógico, conteúdo é muito legal, mas uma coisa que a gente aprende no competitivo é que quando o vento começa a soprar no seu favor, você tem que sentir no ar. Fiquei 1 ano fora do CBLOL, me perguntavam, tinha proposta e tal, mas nunca teve tanta proposta também. Mesmo se não necessariamente era o que eu tinha planejado, é algo diferente. Talvez porque o cenário mudou um pouco, já entendem a necessidade de ter alguém. Em questão técnica, já trabalhei com pessoas muito melhores que eu. E eu tenho zero problemas de trabalhar com pessoas que sabem mais que eu. Na verdade, eu quero isso. E o Revolta atesta isso, minha postura sempre foi de querer aprender. Depois que eu perdi a final de 2016, eu entendi que eu não sabia nada de LoL. Eu não tinha o conhecimento de quem tava do outro lado, e assim que eu aprendi, eu vi que era muito maior. Desse ano em diante eu sempre quis aprender. Hoje eu tenho isso pra mim.
Retorno de Djoko ao CBLOL?
Um time fez proposta para que Djoko retornasse ao competitivo como manager, uma função que o coach afirma que com certeza conseguiria fazer bem, mesmo que não tenha sido sua atuação principal nos times em que já trabalhou.
Teve um time de CBLOL que foi bem nesse último split, que me fizeram proposta pra manager e eu quase fui, mas eu ainda tava comprometido com Wild Rift. Manager não é uma função que sou conhecido por fazer, mas eu tenho certeza que consigo fazer bem. Esse tipo de coisa eu já peguei, já trabalhei em todas as posições. O que eu mais gosto de trabalhar é como coach, mas eu sinto que tenho a agregar para esse cenário de agora, que vai ouvir, que vai querer ter uma rotina, disciplina, que vai querer fazer o bagulho direito. Isso eu sei fazer muito bem. Pra horário, pra disciplina, você tem que ser ditador. Porque se você não for, os meninos não vão fazer.
Às vezes o Djoko tem que pegar na mão…
Sobre essa postura de cobrar disciplina dos jogadores, Djoko contou uma história relacionada ao Micao:
2013 eu chamava o Micao e falava ‘agora você vai lavar a sua louça’. Subia com ele e ficava do lado assistindo ou lavando junto com ele. ‘Ah mó bobeira’, mas isso faz o jogador criar um senso de disciplina dentro do jogo também. Jogador não é só o que ele mostra ali na gameplay. Ele traz a personalidade e os hábitos de fora do jogo. Eu acredito que as orgs tão começando a valorizar isso e por mais que eu possa não ser o que tem mais conhecimento, eu tenho conhecimento, eu tenho experiência e a expertise disso: de treinar uma equipe, fazer um dia a dia ser bom.
Ele ainda falou sobre sua época de crescimento no Flamengo. Assista ao episódio completo a seguir.
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