Após a vitória da RED Canids, um reencontro de grandes nomes do cenário foi feito em formato de entrevista. De um lado, Revolta e do outro Tockers, dupla que já levantou tantas taças, conversou sobre a vitória da Matilha que acendeu a esperança nos corações brasileiros.
O papo já começa com o Tockers falando o que resume o sentimento de cada um dos torcedores:
Loucura, né?
Revolta: Loucura, né? Você esperava?
Sim. Achei que foi o mais difícil que era pra ser.
Sério? Mas você achava que vocês estavam muito bem ou eles eram piores?
Eles eram piores, eu acho. Tirando a Flyquest, eu acho que é relativamente perto, velho.
Porque parece que eles eram bem piores do que a 100 Thieves. A impressão que ficou é que a 100 Thieves é muito boa, entendeu?
É, eu não tô calculando a 100 Thieves aqui. Eu não sei o que esperar deles, sinceramente. Até porque eu não assisti muito eles ainda, né? Tava focando na Shopify. Mas eu não esperava, tipo, um bicho de sete cabeças assim, esses caras, sabe? Eu até achava que a gente era favorito.
Que resposta, hein?! Agora, qual foi a maior surpresa desde que vocês chegaram aqui dentro do time, que você teve? Qual que você não esperava que fosse acontecer?

Cara, depende. Fora de jogo e dentro de jogo.
Um de cada.
Fora de jogo, pra mim, foi o Kazé. Acho que ele se transformou numa pessoa muito melhor em muito pouco tempo. Foi bizarra a evolução dele. Bizarra mesmo. Isso traduzia em a gente melhorar como time também, pra conseguir ajudar ele a carregar o jogo. Dentro de jogo, pra mim, acho que foi o DOOM. Com certeza o Doom.
A gente tava até comentando que ele merece mais o holofote, mas a gameplay dele não é a gameplay que o brasileiro gosta, não.
Não, é highlight.
Exatamente. Ele tem uma personalidade mais fechada. Eu falei que, pra mim, ele é a base do time que mantém o jogo fluindo, um jogo mais rítmico.
Ele (DOOM) é a voz da razão do time. Quando, às vezes, o pessoal tá dando ideia muito merda, ele já corta: “Ah, vamos só fazer isso. Simples. Bora.”

A evolução dele é muito rápida, velho. Tipo, eu falo pra ele: “Ô, vamos assistir um replay aqui. Você tá fazendo isso errado.” Ele fala: “É, eu tô fazendo isso errado.” No próximo scrim, o cara faz exatamente o que eu pedi. Isso é muito difícil, velho. Quem já jogou sabe o quão difícil.
Quando ele entrou no time, eu tive uma conversa com ele pra mudar o estilo de jogo dele. Ele mudou. Aí, no meio do split, eu tive outra conversa, que ele precisava mudar de novo. Ele mudou. Isso é muito difícil, mano. E ele faz muito rápido. Ainda mais pra um rookie. Ele é muito mais inteligente do que um rookie padrão. Muito mais.
Deixa eu te perguntar do FNB.
Brabo, né?
Brabo pra caralho.
Bizarro o que ele fez hoje.
Mas ele tá bem desde a última série dele. As últimas duas séries dele foram muito boas
Ele farmou confiança. A gente fez algumas horas de review depois daquela série contra a LEVIATAN, eu e ele só. E ele falou: “Cara, isso aqui tá me ajudando muito, vamos continuar.” E aí a gente criou uma rotina de ver replay junto e começou a ajudar muito ele. Quando começaram os playoffs, ele farmou confiança nos jogos mesmo.

Ele deu uma entrevista pro Corres falando sobre aquela época que chamavam ele de pipoqueiro. Ele mesmo disse: “Realmente não tava performando muito bem, eu entendo o público. Mas hoje eu sou um jogador diferente.”
Essa diferença é perceptível no pré/pós-playoffs, mas o quanto da pressão afeta o FNB especificamente pra aplicar as coisas novas que ele aprendeu contigo? Porque sem paiN agora, só depende da RED pro Brasil ter duas vagas
Cara, pra mim não é uma questão de pressão. Quando teve a primeira série do playoff contra a paiN, eu achei ele muito sério no dia do jogo. Eu falei: “Mano, tu é um cara feliz nos treinos, quando a gente tá bem. Tu dá risada tão alto que eu fico surdo. E hoje tu chegou muito sério, como se fosse valer a vida.”
Eu disse pra ele: “Tu só tem que ser mais feliz no dia do jogo. É importante, óbvio, mas tu não vai morrer se perder. O que te faz ser bom é tu ser feliz, animado, levar os moleques pra cima.” A gente juntou isso com um direcionamento simples em jogo. Porque alguns jogadores são visuais, só precisam ver. E eu acho que ele só faltava visualizar algumas coisas. Quando juntou isso, ele virou a chave.

Por exemplo: essa semana ele não tava muito bem nos treinos, teve algumas lanes estranhas, ficou irritado com ele mesmo. Eu falei: “Febs, tá de boa, mano. Vai chegar no jogo, tu vai amassar.” A gente viu uns replays juntos, dei um direcionamento, e ele amassou. Tanto que no meio da série a gente falou: “Guys, o Febs vai ganhar o jogo solo.”
Todo mundo ficou: “mano, que porra é essa?”, quando vocês pegaram Gnar
A gente viu que eles não sabiam nem lidar com Yorick, a gente sacou que a vitória tava na side e aí a gente falou: “Vamos pegar esse Gnar, manter a pressão na side. Eles não estão conseguindo lidar.”
Pergunta do chat: por que você escolheu Pyke ao invés da Lulu?
A gente tentou algo que pudesse matar o Ziggs na side, porque o Ziggs veio logo depois da escolha de Zeri e o Frosty é muito bom de Pyke, né? Ele podia fazer acontecer.
Deixa eu te fazer uma última pergunta. Você acha que o seu trabalho dentro do time foi mais mental ou mais técnico nesse campeonato?
Os dois. Mano, vou falar a verdade: a gente nem treinou essa semana. Segunda, quando fomos marcar scrim, já tava tudo fechado – porque fomos os últimos a se classificar. Então não conseguimos scrim com nenhum time do NA.

A gente foi garimpando jogo, não jogamos nenhuma MD5 essa semana. Ficamos marcando dois jogos com um, dois jogos com outro. Então, principalmente, agradecer ao SeeEl e a Keyd, porque eles teriam dois dias de folga e guivaram esses dias pra scrimar com a gente. Isso foi fundamental.
O Tockers finalizou a entrevista dizendo:
Agradecer só quem torceu desde o início. Sei que tinha muita gente desesperançosa, e eu estou feliz só de ter conseguido a primeira vitória contra o NA. Eu acho que dá para a gente bater de frente com eles. Beleza, FlyQuest é outra coisa, mas aí a gente vê depois, né? Um passo de cada vez.
Baby steps, baby steps. Temos esperança, temos esperança. Estamos aqui. Viemos competir, viemos competir.
Confira a entrevista na íntegra:
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