A nova geração da LTA Sul 2025 2º Split já está entre nós. Nomes como Morttheus, Kisee, Tatu, Marvin e Guigs tiveram suas estreias no Tier 1 após passar pelo Academy em 2024, já no primeiro split da competição. A RED Canids veio com a mesma line-up do ano passado, mas, trocou Jean Mago por Grevthar, e promoveu mais uma estreia.
No meio de outras contratações badaladas, como Shini e RedBert para a LOUD, e Roamer na paiN Gaming, já próximo da reestreia dos times no segundo split, uma mudança balançou o cenário — Aegis, jungler bicampeão do CBLOL pela Matilha, iria para o banco, após 1.817 dias como titular na posição.
No sábado, 05 de abril de 2025, o jogador deu lugar ao jovem Doom, que, sem transparecer nervosismo, venceu a primeira partida de sua carreira contra a LOUD, tetracampeã brasileira. Mesmo com a derrota no dia seguinte para a Vivo Keyd Stars, a mensagem é clara — pode ser um começo de uma nova era na RED.
E Doom, em bate-papo exclusivo com o Mais Esports, se mostrou muito consciente sobre sua responsabilidade, e se apoia no exemplo de Aegis, que substituiu nada menos que Revolta em sua estreia na equipe, para dar seus primeiros passos na LTA Sul:
Nunca parei pra pensar muito na história em si, mas, em relação ao estilo de jogo, eu sempre tentei me espelhar nele — principalmente na forma como ele enxergava o jogo e tomava decisões. Sempre achei ele muito bom.
Desde a época da Academy, como comentei, eu assistia aos VODs do CBLOL e da LTA, e admirava bastante o jeito que ele jogava. Ele tinha um conhecimento de jogo absurdo para um player, parecia até um coach jogando.
Isso sempre me chamou atenção e acabou virando uma inspiração pra mim. Ele era diferente nesse sentido — um jogador com visão de treinador dentro de jogo.
O jogador ainda contou mais sobre sua calma e olhar sereno, porém compenetrado, que apresentou durante suas primeiras partidas na liga mais importante da América do Sul. Segundo Doom, esse é um dos seus pontos fortes:
Acho que sim. Desde o Academy, nunca fui de gritar ou fazer esse tipo de coisa. Sempre senti que isso meio que atrapalha — prefiro focar totalmente no jogo e deixar pra comemorar depois que acabar.
Não sou do tipo que vai ficar gritando, não é meu estilo. E acho que esse é um dos meus principais trunfos: a calma e a paciência dentro do jogo.
Confira outros trechos da entrevista com o mais novo jungler da RED Canids:
O academy tem essa ideia de desenvolver talentos. Você imaginou que poderia buscar essa vaga de titular?
O meu objetivo na Academy sempre foi melhorar, desde o meu primeiro split. Obviamente que ganhar também, só que pelo menos o que ouvi dos caras da LTA, eles falam que não importa se você ganhar a Academy, o que importa é você melhorar.
Então era sempre esse o meu objetivo acima de tudo, e mesmo que ganhar fosse algo difícil, eu estava focado em melhorar. E nesse split aqui, eu sentia que eu já estava num nível bom, tanto para Circuito Desafiante quanto para LTA.
Então eu almejava, nesse split pelo menos, só me destacar no Circuitão. Nos meus jogos dar o meu melhor, performar bem. E calhou de eu ter uma oportunidade na LTA. O objetivo também era subir (para o time principal), se possível.
(…) Eu via todos os treinos do time principal, assistia tudo, sempre que eu podia eu estava na sala. Então a adaptação foi fácil assim, porque eu acho que o meu nível estava bom.
Você é um player novo, ainda está na idade de jogar muitos jogos por dia? E como lida com cansaço mental e fadiga?
Eu jogo desde novo, então sou bem viciado no jogo. Acho que comecei com uns 10 anos. Na época que comecei a jogar, eu jogava no servidor do NA ainda, não tinha servidor no BR. Só jogava poucos jogos, meio casualmente ainda.
Sempre tem (fadiga e afins). Quando eu fico meio cansado eu abro o VOD, em vez de ficar jogando, porque não vai ser produtivo. Dessa forma, eu só fico assistindo mesmo.
Como surgiu sua oportunidade na RED?
Bom, na época eu jogava bastante solo queue, mas não acompanhava muito o competitivo.
Um dia, meio aleatoriamente, abri a live do CBLOL e vi o Coelho dando uma entrevista. Ele tava falando sobre um dos picks que tinha usado — o Udyr — que, por coincidência, era o campeão que eu main na época. Durante a entrevista, ele ainda mencionou o Malice, um streamer que eu também acompanhava.
Fiquei meio “uau, que legal” por toda a situação. Aí resolvi mandar uma mensagem pro Coelho, sem expectativa, só por mandar mesmo. E ele respondeu, a gente conversou um pouco, e então ele me perguntou se eu queria fazer um tryout.
Foi a minha primeira oportunidade real de tryout, então fiquei super empolgado. Comecei a grindar LoL o dia inteiro, literalmente, e acabei pegando top 2 no servidor na época, jogando praticamente só de Udyr.
Ao mesmo tempo, eu tava fazendo vestibular, mas consegui manter o foco e terminei naquela posição. Depois disso, o Coelho sumiu por uns três meses, sem dar notícia. Do nada, ele voltou e falou: “Vai ter um tryout amanhã, quer participar?”
A única coisa é que não seria para Academy, e sim pra vaga de trainee. Fiz o tryout e acabei passando — entrei como trainee da RED.
Seus campeões mais jogados foram Sejuani, Maokai e Ivern. Você se considera um jogador mais teamplayer, ou gosta também de pegar recurso?
Acho que o fato de eu ter jogado mais com esses bonecos foi uma questão do time precisar disso, não era o que eu gostava de jogar ou o que eu queria jogar, então foi meio que isso, mas eu jogo dos dois jeitos.
Até para ilustrar que você varia seu estilo, você pegou Naafiri contra a LOUD, a única do campeonato até aqui. Vocês já tinham treinado com o pick?
Eu estava assistindo bastante o pessoal de fora jogando, e percebi que o pick tava bem forte. A gente chegou a testar algumas vezes nos treinos, e eu achei realmente roubado — por isso começamos a dar bastante prioridade para ela.
Só que depois de alguns dias acabamos deixando meio de lado, esquecemos um pouco. Aí, no dia do stage, rolou uma situação em que a gente deixou o Jungle pro pick 4 e 5. Foi aí que o Coelho falou: “Se tu quiser, Naafiri é uma boa.”
Respondi: “Pode pegar.” E acabou dando certo.
Falando mais sobre sua estreia, como foi jogar no stage da LTA? O que você sentiu?
Eu já tinha tido outras experiências de stage no Academy, no meu primeiro split, mas foram bem diferentes. Naquela época, senti muito mais nervosismo — talvez por ser tudo novo pra mim.
Hoje em dia, isso mudou bastante. Já não sinto mais aquele nervosismo todo. Me sinto confiante, preparado pra jogar a partida, independente do que aconteça. Então, não fico mais nervoso.
Como tem sido a comunicação na equipe, agora que vocês têm mais vozes ativas na RED?
Nos meus splits no Academy, eu meio que era o shotcaller, pelo jeito que aprendi com o Aegis. Como eu tinha bastante conhecimento, gostava de falar bastante e me comunicar muito. Eu consigo tanto transicionar o gold pro carry quanto jogar pegando recurso para mim. Mas agora na LTA, não que seja difícil, mas tem muitas peças, muitas vozes.
Então estou tentando me encaixar ali sem mudar muito a dinâmica do time, porque acho que o time já tá muito bom — só tentando me adaptar mesmo. (…) Tô buscando entrar na mesma frequência, e acho que, na minha posição especificamente, preciso ter uma certa voz, pelo menos até certo ponto do jogo.
Por isso, estou tentando me impor mais e impor meu jogo, principalmente pra melhorar nosso early game.
Você está vestindo uma camisa já bem tradicional no cenário de League, que tem a pressão de buscar títulos. Como você lida com isso?
Essa pressão, pra mim, é indiferente. Como você disse, é uma line que busca títulos — e tudo o que fiz no Academy foi justamente pra estar aqui agora, o mais preparado possível.
O próximo passo que preciso dar é o trabalho que venho fazendo com o Belzzy, todo dia.
Tenho evoluído de forma bem rápida, e acredito que a gente vai conseguir crescer já mirando os títulos. Não vai ser aquele cenário de “ficar numa posição ruim pra depois melhorar”. Acho que dá pra buscar os dois ao mesmo tempo.
Você falou de estar fazendo um trabalho específico com o Belzzy. Como tem sido trabalhar com ele?
Ele é ótimo em tudo, tanto dentro do jogo quanto fora. Desde que chegou aqui, me mostrou uma forma totalmente diferente de enxergar o jogo, o que me ajudou bastante a evoluir. Demorei um pouco para entender, mas agora que estou começando a aplicar, tem feito bastante diferença.
Como pessoa, ele também contribui muito pro time. Quando percebe que alguém não está bem, ele ajuda, sempre tenta fazer com que todo mundo esteja no melhor dia possível, para o treino valer a pena — que, pra mim, é o principal ponto dele.
Quais jogadores você se inspira, no Brasil e no mundo?
Do Brasil, como falei, o cara que mais me inspirou foi o Aegis — não tem muitos outros daqui que me influenciaram tanto. Da LTA Norte, venho me inspirando bastante no Inspired, que tem um nível diferente, provavelmente o melhor jungler da região. E lá de fora, diria que o Canyon.
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A RED Canids de Doom terá missão complicada neste final de semana. Encaram LEVIATÁN e paiN Gaming, começando pela equipe argentina no sábado (12). Alguns jogadores poderiam ficar preocupados, mas esse não parece ser o caso do jungler da Matilha.
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