O retorno de Kim “Khan” Dong-ha a solo coreano não poderia ter sido melhor. No dia 30 de maio de 2017, na abertura do Summer Split da League Champions Korea, a antiga Longzhu Gaming derrotou o supertime da kt Rolster com relativa facilidade. Na época, isso veio como grande surpresa, visto que os Dragões haviam mantido apenas a bot lane da etapa anterior.
Khan, por sua vez, produziu a primeira de muitas jogadas de efeito. E contra Song “Smeb” Kyung-ho, ainda por cima. Utilizou o Cataclisma do Jarvan IV para desviar do Barril Explosivo do Gragas, ficando assim em posição para capturar uma solokill. Ele havia eliminado, no um contra um, o melhor top laner da época.
E isso foi do nada. Na primeira passagem pelo país natal, Khan era Hanlabong. Fazia parte do Prime Optimus — com o qual participou da OGN Champions 2014 Spring — e não era nada além de um entusiasta de Rengar no top. Caiu num grupo difícil com KT Arrows e as duas SK Telecom T1, foi eliminado cedo e zarpou para a China.
O topo sul-coreano rapidamente ganhou notoriedade pelo desempenho com campeões carregadores. Ele era capaz de dar outplays mecânicas nos melhores times da Coreia. Os sets contra a SKT — nos quais jogou de Renekton e Fiora — e até mesmo no segundo confronto contra a kt, de Jayce, vem em mente.
Falando em Jayce, Khan se mostrou diferenciado quando controlava o Defensor do Amanhã. A movimentação com ele, a capacidade de evadir ganks e principalmente o poderio na fase de rotas tornaram o pick lendário. Na própria final, contra Park “Untara” Ui-jin e Heo “Huni” Seung-hoon, carregou dois jogos com ele e inclusive causou de longe o maior dano no decisivo.
Continue depois da publicidade
Na etapa seguinte, a agora Kingzone DragonX teve uma das campanhas mais dominantes da história da região. E Khan, tecnicamente, ficou invicto. Isso porque ele não esteve presente nas duas derrotas da equipe. Estava suspenso contra a KSV eSports e teve que sair após o primeiro mapa, por causa de hiperventilação, contra a bbq Olivers.
Estatisticamente, essa foi a fase regular que o solidificou como melhor da posição. Teve os melhores números na lane phase, sendo o primeiro em Diferencial de XP aos Dez Minutos (107) e segundo em Diferencial de CS aos Dez Minutos (3.6). Além disso, foi o melhor nos quesitos de Dano por Minuto (570) e Parcela de Dano do Time (27.4%). O Penta Kill de Riven, contra a ROX Tigers, foi a cereja do bolo.
Até no Summer 2018, quando a KZ teve uma brusca queda de produção e passou a ganhar as séries de forma pouco convincente, Khan foi premiado como MVP. Ele abusou do quão quebrado Dr. Mundo estava e literalmente passou por cima de diversos adversários. Embora a forma dele já não fosse unânime — Kim “Kiin” Gi-in surgiu como um topo de nível mundial — , ele ainda era um nome forte regionalmente.
Quando se trata, todavia, do palco internacional, Khan vem exibindo um outro lado de si. Completamente diferente daquele jogador dominante e às vezes presunçoso que explodiu na LCK. Sempre se espera muito dele antes desses campeonatos, mas repetidas vezes ele desapontou.
A primeira tentativa foi no World Championship de 2017. A LZ era a grande favorita, considerando que havia dominado a SKT na final e portanto representava a Coreia como Seed 1. Mas logo na primeira melhor de cinco dos playoffs, se viram eliminados frente a Samsung Galaxy, a eventual campeã. Agora, é verdade que o meta estava voltado para a rota inferior e o Turíbulo Ardente. Mas ainda assim ele foi ofuscado por Lee “CuVee” Seong-jin e até Heo “Huni” Seung-hoon.
2018 foi um ano ainda pior para a KZ no que concerne jogar fora do país. Repetindo, eles dominaram nacionalmente com um recorde fabuloso de 16–2. Khan foi monstruoso, com Pentas e Quadras. Mas assim que pisou na Europa para o MSI, perdeu todos os poderes. Ou pelo menos foi o que pareceu. Não chegou perto de alcançar as alturas que todos esperavam. E o pior é que a competição no top não era da melhor qualidade possível.
Continue depois da publicidade
Ele ficou atrás de Gabriël “Bwipo” Rau, um novato com poucos jogos profissionais na carreira, nas estatísticas de lane e dano, as que mais o favorecem. Pouco participou dos abates da esquadra, com apenas 51.8% — em comparação, o número mais alto dentre topos foi 60%. Gwak “Bdd” Bo-seong, por exemplo, teve 75.9% de KP.
O Rift Rivals da LCK-LPL-LMS também foi um desafio modesto por parte de Khan. Mesmo tendo conseguido um Penta Kill de Darius contra a Machi, no resto dos games manejou Dr. Mundo. Enquanto, porém, foi devastador na LCK, não teve grande impacto com o campeão que o garantiu o prêmio de melhor jogador do segundo split.
O ponto é que, em todas as oportunidades que teve para se destacar internacionalmente e se elevar como um dos grandes topos da história, ele se apequenou. É, talvez o ambiente da Kingzone já não estivesse nas melhores condições no RR, então decerto é possível isentá-lo da performance apagada.
Agora, entretanto, Khan não tem desculpas. Está cercado de veteranos e estrelas em ascensão, com a estrutura multicampeã da SKT para apoiá-lo. Ele precisa, mais do que nunca, trazer o lado bom de si mesmo para esse Mid Season Invitational. Especialmente porque terá Kang “TheShy” Seung-lok — o melhor jogador do mundo — e Martin “Wunder” Hansen pela frente.
Khan ainda não foi tão impressionante com as cores vermelhas e douradas. Ele cedeu mais solokills do que nunca nesse split. Mas se a SKT quer devolver a gloria à LCK, vai precisar do melhor Khan.
Continue depois da publicidade





