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Por que você deve assistir ao Mundial de Street Fighter (Capcom Cup)

Street FIghter V
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Preciso começar essa matéria confessando uma coisa: a princípio, esse texto não iria existir. No planejamento para fazer as melhores matérias nessa Capcom Cup, não havia passado pela minha cabeça escrever sobre motivos para assistir o Mundial, então eu não sugeri nada. Felizmente, isso passou pela cabeça da Evelyn, que chegou e falou: “o negócio é fazer as pessoas amarem o tanto que você ama” – e aqui estou eu.

A melhor parte é que, de todos os esports, Street Fighter é o que menos precisa ser explicado: duas pessoas entram na luta, uma sai vitoriosa. Não tem acúmulo de recursos por 40 minutos, não tem rotação em mapa, não tem power farming: cada jogador tem seu personagem, sua barra de vida e sua própria confiança para avançar no torneio.

Por mais que técnicas complexas existam, o Street Fighter é um dos poucos esports que você pode ver sem nunca ter assistido antes – o combate acelerado e explosivo fala por si só. Sem barreiras de compreensão dentro do jogo, o que se destaca é justamente o que mais importa: os jogadores.

Já imaginou um personagem e um jogador tão próximos que são quase os mesmos? É o caso do Birdie e do Saul “MenaRD” Leonardo. (Foto: Reprodução/Capcom)

Em 2016, Du “NuckleDu” Dang tinha 20 anos. Sofrendo com ansiedade e depressão, ele tentou se matar em março daquele ano, e foi salvo pelo próprio cachorro. Com o apoio da sua org – Team Liquid – e dos fãs, conseguiu se reerguer e continuou competindo. Em 2017, Saul “MenaRD” Leonardo tinha 18 anos e assinou com uma equipe de médio porte dos Estados Unidos, o que o levou a competir com mais afinco fora da República Dominicana. Com algumas participações promissoras aqui e ali, o jogador seguia sem atrair atenção – afinal, vinha da região considerada mais fraca do mundo, a América Latina.

E o que liga esses dois jogadores em 2018? Terem escrito seu nome na história.

NuckleDu foi o primeiro campeão norte-americano em uma modalidade dominada por japoneses, e acabou sendo o mais jovem campeão mundial de Street Fighter. Seu feito só foi superado por MenaRD, que saiu da região mais subestimada para vencer o favorito Hajime “Tokido” Taniguchi, se tornando o primeiro campeão latino-americano e ainda mais novo que NuckleDu.

O primeiro a escrever história — e que foi superado pouco tempo depois (Foto: Reprodução/Capcom)

Mas tem mais histórias que poucos sabem, e que são igualmente brilhantes. Há não muito tempo, o brasileiro Renato “Didimokof” Martins venceu a melhor Cammy do planeta, numa luta que os fãs brasileiros lembram até hoje; o francês Olivier “Luffy” Hay protagonizou um duelo Europa x Japão no seu próprio continente e venceu a lenda Masato “Bonchan” Takahashi; já teve até o veterano Naoto “Sakonoko” Sako, de 39 anos, vencendo um major e comemorando com a família – e eu aposto meu braço que você não encontra imagem mais fofa do que essa no mundo do esport.

Fala sério, olha pra isso e me diz que não é incrível. (Foto: Reprodução/Reddit)

Ver a felicidade pela vitória nos olhos de um jogador sempre é muito bom, mas no Street Fighter tem um sabor especial. É o jogador que enfrenta lutas diárias pra manter aquele sonho vivo. É ele que, depois de lutar suas próprias lutas fora do jogo, tem que subir no palco e enfrentar um outro jogador que também quer deixar sua marca. É ele, e unicamente ele, tem que se recuperar após uma derrota, repensar estratégias em minutos, e tomar decisões que ditam o fim ou a continuação da sua jornada. E no fim, é ele quem vai brilhar, tendo caído no caminho ou não.

Títulos vem e vão, mas as histórias que cada luta contam perduram para sempre. E cada uma dessas histórias você poderá conferir a partir de amanhã.

Confira o guia completo da Capcom Cup 2018!

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Luiz Felipe Garden
publicado em 13 de dezembro de 2018, editado há 5 anos

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