A Riot Games deverá pagar US$ 100 milhões (cerca de R$ 537 milhões) em um processo de discriminação de gênero, movido por funcionárias e ex-funcionárias. O acordo já havia sido divulgado em dezembro de 2021, mas agora foi aprovado de forma preliminar por um juiz da Califórnia, conforme cita o site Axios.
Toda essa quantia será dividida entre mulheres que trabalharam na Riot entre novembro de 2014 e dezembro de 2021. Estima-se que pelo menos 2000 funcionárias terão direito à divisão de US$ 80 milhões, enquanto os outros US$ 20 milhões serão usados para pagar advogados.
O processo corre desde 2018, mas em 2019 a desenvolvedora havia feito um acordo para pagar US$ 10 milhões no caso, mas foi posteriormente negado pelo Departamento de Emprego Justo e Habitação da Califórnia.
O processo de discriminação de gênero
Em novembro de 2018, a Riot foi processada por uma funcionária e uma ex-funcionária por discriminação de gênero. As mulheres pediram indenizações por conta de uma série de práticas ilegais relacionadas à sexismo ocorridas na empresa.
A desenvolvedora foi acusada de violar a lei estadual da Califórnia – que garante salários iguais a homens e mulheres na mesma função -, além de cometer atos de assédio sexual e retaliação por preconceito de gênero e sexo.
O artigo conta com casos como o “bro culture”, que privilegia os funcionários homens e relativiza comportamentos ofensivos com as mulheres dentro da empresa. Há também o conceito de ”core gamer”, no português o ”gamer de verdade”. De acordo com o processo judicial, a Riot utilizava como critério ser aficcionado por videogame, o que era utilizado para discriminar mulheres no processo de seleção de novos empresários.
Outra denúncia das demandantes foi sobre a sexualização e objetificação das mulheres. Elas citam os e-mails ranqueando as funcionárias pelos atributos físicos, além de serem coagidas a participar e tolerar piadas com sexo, defecação, masturbação, estupro e tortura.
Processo contra o CEO da Riot Games
Em fevereiro de 2021, a VICE Games publicou que Nicolo Laurent, CEO da Riot Games, está sendo processado por assédio pela antiga assistente, Sharon O’Donnell. O processo afirma que Nicolo Laurent falava da aparência da agora ex-assistente, além de convidá-la para sua casa.
O processo também alega que o CEO da Riot Games afirmava que as funcionárias mulheres deveriam combater o estresse causado pela pandemia de COVID-19 tendo filhos, além dele sugerir que a sua assistente tivesse comportamento mais feminino.
O documento informa que, quando Sharon recusava os abusos de Laurent, ela sofria punições como: Não receber tanto pelas horas trabalhadas quanto pelas horas extras, além de perder o horário de almoço.
À VICE, a Riot disse que está investigando as acusações e manteve Nicolo Laurent no cargo. “Nosso CEO prometeu colaboração total durante o processo e estamos empenhados em garantir que todas as reivindicações sejam totalmente exploradas e devidamente resolvidas”, afirma a desenvolvedora.
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