Uma notícia que pegou todo o cenário de Esports do Brasil de surpresa nesta terça-feira (23), foi o rompimento da E-Flix com o Cruzeiro. A empresa fazia a gestão do Projeto de Esports do tradicional clube esportivo, porém, com o racha, a Raposa deixa de estar presente nas suas modalidades de League of Legends, Free Fire e FIFA.
O Mais Esports conversou com Rodrigo Moreira, Superintendente de Inovação e Digital do Cruzeiro, para saber mais detalhes sobre este rompimento, que partiu da E-Flix e surpreendeu os dirigentes cruzeirenses.
“Na segunda-feira (22), o CEO da E-Flix me ligou e me disse que eles haviam feito uma discussão interna e concluíram que não fazia sentido continuarem representando o Cruzeiro. O que fomos pegos de surpresa é que, algo que existe no Direito, é o princípio da Boa Fé Objetiva, e isso rege as relações humanas, não só as contratuais”, explica Rodrigo.
Ele segue o raciocínio deste princípio na extensão do contrato com a empresa. “Quando fizemos a alteração do nosso contrato com eles, dando mais quatro anos de prazo devido a participação no CBLOL, era pensando na Boa Fé, não imaginávamos que o contrato seria rompido.”
Rodrigo diz ainda que o acordo entre Cruzeiro e E-Flix implicava no seguinte: a empresa ficaria responsável por toda a gestão, enquanto que o clube tinha a responsabilidade de impulsionar a gestão com ações de marketing, comunicação e engajamento com a comunidade.
Como o Cruzeiro seguirá nos Esports?
Um ponto importante e esclarecido pelo Superintendente é a forma que o Cruzeiro continuará o projeto de Esports. Em comunicado, o clube afirmou que continuará com a iniciativa, independentemente do rompimento com a E-Flix. Rodrigo afirma que a ideia é seguir com gestão própria, o que o Flamengo, por exemplo, fez no início de sua jornada nos Esports.
“Temos interesse em seguir com modelo próprio. Podemos trazer um parceiro para atuar em algum nicho, mas acho que o modelo de licenciamento como era antes, tem algumas brechas que não nos ajudam a tomar decisões. Por exemplo, nunca tive uma discussão com a E Flix, mas eu era muito procurado por algumas pessoas que gostariam de trazer para nós o projeto de PES (Pro Evolution Soccer)”, revelou Rodrigo, que continua:
“Porém, a E-Flix não queria montar um time de PES, porque o objetivo dela é ter lucro financeiro. Eles não estão errados, mas às vezes nossa comunidade quer participar do PES e não poderíamos fazer isso, então pelo menos o controle, agora, eu tenho que ter.” […] O dono do Cruzeiro é o torcedor, então temos que fazer por eles. Se a comunidade achar que faz sentido entrarmos no EliFoot, vamos participar”, conclui.
Intenção é retornar com o Cruzeiro Esports já no 2º semestre
Por fim, Rodrigo revelou seu objetivo para o retorno do Cruzeiro aos Esports. Ele esclarece que não quer fazer promessas, mas está em tratativas e buscando meios de trazer o clube de volta aos Esports Eletrônicos já no segundo semestre deste ano.
“Temos condições de fazer isso acontecer e é do nosso interesse que isso aconteça”, encerra o Superintendente.
O Cruzeiro Esports participou de somente um split do CBLOL, onde terminou em 8º lugar e fora da Zona de Classificação aos playoffs.
O elenco que representou a raposa neste 1º semestre possui contrato de trabalho com a E Flix, mas não se sabe ainda por qual marca eles atuarão a partir de junho, quando começa o 2º split. Este cenário se repete também nas outras modalidades que o Cruzeiro estava presente, como no Free Fire (LBFF) e em torneios de FIFA.
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