No nosso último TBT do LoL, relembramos quando Faker estreou de LeBlanc e fez o time de Deft dar surrender em uma partida de competitiva. Pois bem, a campeã viria a se tornar uma das principais do mid laner, e temida por todos, quer dizer, quase todos…
Desde aquela estreia sinistra, a LeBlanc do Faker estava com 12 vitórias e nenhuma derrota. Temida por todos, ela seria escolhida de novo em um jogo cinco de uma final de MSI, mas a EDG, nossa protagonista da vez, tinha uma arapuca pronta para ela.
Vem comigo que vou te contar tudo sobre a primeira (e mais marcante) derrota da Leblanc do Faker no nosso TBT do LoL!
Faker e seu momento da T1 em 2015
Faker vinha vivendo um momento um pouco “conturbado” na T1. Lembra do Easyhoon, que foi vítima da primeira Leblanc do Faker? Pois é, agora ele era mid laner da T1 e revezava posição durante as séries, algo que era meio incomum na época (e é até hoje).
No entanto, a estratégia deu resultado: a T1 foi campeã do primeiro split da LCK 2015 e chegava como uma das favoritas para a primeira edição do MSI, um “mini-mundial” para aquecer as disputadas internacionais do ano.
EDG de 2015, uma seleção chinesa
A EDG tinha um núcleo muito forte com os chineses Clearlove, considerados por muitos um dos revolucionários da jungle, Koro1 no top, e o que viria a se tornar um dos melhores suportes de todos os tempos: Meiko.
Naquele ano, eles resolveram completar o time com imports coreanos: o mid-laner PawN e o ADC Deft (Deft e Faker sempre se topando). Essa dupla trazia um lado mecânico absurdo junto de um macro bem diferente do coreano pelo núcleo chinês.
A EDG destruiu o servidor e chegou com força no MSI. Ainda sim, os olhos estavam para Faker e a sua SKT, afinal: como pode um jogador ser considerado o melhor de todos se é substituído? Existia essa narrativa forte, que só a taça do MSI 2015 poderia responder.
O encontro do destino
A SKT T1 cresceu de uma maneira absurda dentro da competição, chegando a vencer da própria EDG na fase de grupos. Nos playoffs, a equipe coreana teve um aperto na semifinal, contra a Fnatic de Huni (ex-SKT) e Reignover. Já a chinesa EDG, só atropelou tudo e todos.
É chegado o momento da grande final: SKT T1 contra EDG, o reencontro de Deft e Faker. Um duelo entre PawN e Faker, e ainda tínhamos a narrativa de Clearlove vs Bengi: quem era o pai da jungle?
Mais do que esses confrontos individuais, a China vinha com a vontade de destronar um trio que nunca tinha perdido finais juntos: Bengi, Faker e Kkoma.
Jogo 1 – Com Easyhoon, a SKT stompa a EDG
O placar de abates do primeiro jogo foi 21 x 9 e a diferença foi de 13 mil de ouro de vantagem pro time coreano. O Easyhoon, com a sua Cassiopeia, ficou 9/0/8. Eu lembro que, como espectador, já achei que era 3×0 SKT fora o baile. E como sempre, o LoL me surpreendeu.
Jogo 2 – Sem Cassiopeia pra vocês! A EDG empata a série!
Algo que foge do radar de muitos é: o Aaron, técnico da EDG, foi muito bem na série. O técnico reconheceu como a prioridade da Cassiopeia podia ser problemática, então a partir de agora o Azir do Easyhoon (marca registrada do mid laner) seria banido e a Cassiopeia seria o primeiro pick da EDG.
A aposta foi um sucesso, e não só a Cassiopeia se repetiu, mas como praticamente todas as escolhas vencedoras do primeiro jogo se repetiram na vitória da EDG. A única mudança foi na Jinx, que também destruiu a partida.
O placar de abates do segundo jogo foi 31 x 13 e a diferença foi de 16 mil de ouro de vantagem pro time chinês. Um stomp ainda maior pra responder a surra tomada.
Vale dizer que Wolf, o suporte da SKT T1, teve uma partida horrorosa e isso vai ser fundamental mais pra frente.
Jogo 3 – A SKT dá surrender! EDG 2×1
E agora? Qual foi o plano do técnico Aaron da EDG e do coach Kkoma da SKT? Bom, estando no lado vermelho, a EDG baniu a Cassiopeia. A T1, sabendo que não daria a prioridade pro Gragas, resolveu optar priorizar o jungle do jogo 1, a Rek’Sai.
A T1 fez uma comp no estilo Protect The ADC, pickando cedo a Lulu e deixando a dúvida se seria Suporte ou Mid (na época era flex). Então a EDG só repetiu os picks, mas selecionando também o Nunu que tinha um buff de Velocidade de Ataque absurdo, e fecham o draft com a escolha de Azir.
Contextualizando: Na época, Azir e Jinx, se algum tivesse um pouco na frente, era snowball na certa!
Mais uma vez, certo esteve o EDG Aaron: o PawN arrebentou o jogo do Easyhoon, fazendo o coitado terminar 0/4/2. O mid laner da EDG acabou 10/0/8, uma atuação espetacular que já o colocava como o melhor mid da série – foi um 28 x 5 no placar de abates, e outros 16 mil de vantagem no ouro.
Jogo 4 – O retorno do Final Boss, Faker x EDG começa agora
A EDG voltou pro lado azul, e agora? Insistir na Cassiopeia contra o Faker? O Coach Aaron tinha outros planos: banir a campeã e dois ADC’s. A intenção era facilitar ainda mais a vida do Deft.
A SKT respondeu com o banimento na Jinx. Qual a prioridade da equipe chinesa? A mesma de todos os outros jogos: Maokai. Nessa época o Maokai tinha uma função de Team Fight de mitigar o dano de todo o grupo, então era essencial para EDG manter esta escolha. Guarde esta informação.
Bom, a SKT também não era boba nem nada. Com um Azir cedo, eles escolheram a match-up de Kassadin, no estilo: “se eles querem escalar… vamos escalar mais ainda”. E o Kkoma tinha razão.
Faker volta e faz uma partida 6/0/12, com uma uma execução absurda de todo o time. Até o Wolf que estava mal na série, fez um 0/0/16. Foi um 23 x 6 no placar de abates, e outros 16 mil de vantagem no ouro. GG SKT que empatou a série e levou a decisão para o quinto e último jogo.
Jogo 5 – Um draft da EDG pra ficar na história
Eu pedi pra vocês guardarem duas coisas: Maokai da EDG e atuações do Wolf. Pois é, a EDG se viu na obrigação de arriscar também e fugir de alguns padrões de draft, como, por exemplo: deixar passar a Leblanc e o Urgot.
Para isso, eles confirmariam o banimento da Kalista e do Gragas, afinal, Nunu sem a Jinx (que foi banida) não faria tanto na composição deles. Aqui eles sabiam que iam tomar Urgot e Leblanc, dois campeões que derretiam muita vida naquela época. Só que existia um plano, se liga no draft.
EDG cria a comp antiburst para parar o Faker e o Bang
É uma expressão bizarra, eu sei. Mas o Maokai, como eu já te expliquei, mitigava o dano pra todo mundo. A Sivir tinha uma proteção com seu escudo de feitiço, enquanto o Alistar tinha (e ainda tem) uma das ults com maior redução de dano do jogo.
Até a Evelynn tinha uma ult em área que dava escudo. A habilidade da campeã selecionava uma área que dava dano, e com base na quantidade de campeões acertados e AP que ela tinha, a campeã ganhava um escudo – se ela acelerasse o seu jogo, seria muito escudo.
Assim, o burst do Urgot e da Leblanc poderia ser parado. Só que ainda precisava de um tempero: a execução.
Talvez a pior partida da vida do SKT Wolf
Muito cedo no jogo, a EDG optou por um dive em cima do Wolf e MariN. Na época da inversão, o top jogava lane junto com o support, enquanto o ADC afunilava o recurso. E dá certo neste início, duas kills para a EDG e uma para o suporte da SKT, Wolf.
Posteriormente, o Wolf vai checar a jungle da EDG e acaba sendo descoberto, então para não morrer, é obrigado a usar o Flash. Isso criou uma janela para que o time chinês pudesse voltar no bot poucos minutos depois para punir essa falta de feitiço do suporte da SKT, conseguindo outro abate, além da primeira torre.
Acabaram com o jogo do Wolf, e de quebra, com o do Bang. Hora da EDG focar o Faker.
Anulando a Leblanc 12×0 do Faker
Com o Meiko (Alistar) na frente e com a vantagem de torre no bot, o suporte agora poderia rotacionar tranquilo, e ele montou uma barraca no mid. Junto do seu jungler Clearlove, eles focaram Faker, que mesmo assim não morreu, rotacionou para o top e ainda pegou uma kill.
No entanto, nesta brincadeira, a EDG conseguiu outra torre. A SKT começou a tentar investidas desesperadas na esperança de conseguir abates e assim criar uma bola de neve, mas a EDG sempre conseguia trocar essas skills. O jogo ficou bem parelho, o que era péssimo para um time com Leblanc e Ugot.
Faltava explosão para o Faker matar os carrys da EDG
A Leblanc naquela época era um tipo de campeão mais egoísta, ou ela carregava sozinha, ou ela afundava sozinha. Perceba no clipe abaixo como Faker mata o Deft, mas praticamente todo o seu time morre pela falta do dano de um mid laner.
Confira essa outra teamfight, a T1 até consegue causar muito dano, mas falta é aquilo, se a Leblanc não entra e mata, não tem continuação na jogada. Todo mundo da EDG fica com pouca vida, mas conseguem eliminar a SKT por terem mais resistência e dano contínuo:
A esperança vira ruína – Faker morre nas mãos da EDG
Faker não desiste do jogo, e por não estar morrendo, faz Mejai, que concede mais AP quanto mais abates ou assistências o jogador tem.
Logo depois ele consegue seu terceiro abate, e naquele momento todos pensavam que a SKT iria pisar no acelerador e atropelar, mas foi o Faker quem pisou no acelerador além do necessário. O Unkillable Demon King morreu e perdeu todos os stacks da sua Mejai.
Depois disso o jogo ficou mastigado, a EDG não batia muito, mas tankava demais. Foram 2 barões da EDG, que aos 37 minutos conseguiu o GG e assim fechou a série em 3×2. Com um KDA de 4/2/3, a temida Leblanc do Faker foi contida pela primeira vez!
A disciplina da EDG e atitude dentro e fora de Summoner’s Rift foi recompensada com o primeiro título internacional para o servidor chinês. E não só isso, a EDG mostrou ao Faker (e ao mundo) que todo meta pode ser counterado, todo power pick. Uma lição que é digna de TBT.
