Neste sábado (16) Daiki, jogadora do time inclusivo de VALORANT da Team Liquid, emitiu um pedido de desculpas público após a polêmica causada por suas críticas à escolha de srN como a melhor atleta do cenário inclusivo de VALORANT no Prêmio esports Brasil 2023.
Durante a cerimônia de premiação na quinta-feira (14), Daiki expressou sua insatisfação nas redes sociais, alegando que srN não havia participado do primeiro split e que sua colega de equipe, Bizerra, merecia mais o prêmio. Essa opinião foi compartilhada por outros membros da comunidade e torcedores.
Daiki se pronuncia após caso de srN
Daiki se pronunciou no sábado, pedindo desculpas pelo atraso em sua resposta e reconhecendo a falta de responsabilidade em suas declarações. Além disso, ela ressaltou que não pretendia incitar ódio contra srN e que estava arrependida pela repercussão negativa que suas palavras causaram.
A jogadora da Team Liquid expressou suas desculpas a srN publicamente e destacou que havia se retratado com ela (srN) no privado na sexta-feira (15). Ela também lamentou o direcionamento inadequado das críticas, desviando o foco da verdadeira vítima da situação.
Antes de tudo gostaria de pedir desculpas pela demora pra me posicionar, nunca estive nessa situação e isso me chocou bastante.
Quando fiz meu tweet, não passou pela minha cabeça que usariam isso pra incitar ódio pra srN, sei que foi falta de responsabilidade minha confesso que…
— Liquid daiki (@daikifps) December 16, 2023
As mensagens transfóbicas a srN extrapolaram os limites da comunidade de esports e chegou ao cenário político. Os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizando a vitória da jogadora. Em resposta, a deputada federal Erika Hilton enviou um ofício à Procuradoria dos Direitos do Cidadão do MPF, solicitando uma investigação sobre o caso.
Nota de srN à imprensa
A nota divulgada por srN ressalta a necessidade de avanços na modalidade inclusiva e repudia o preconceito presente mesmo em espaços destinados a celebrar talentos cis, trans e não binários.
A atleta agradeceu o suporte daqueles que se solidarizaram com a situação. O desdobramento da investigação solicitada pela deputada Erika Hilton será aguardado para trazer luz ao enfrentamento da transfobia no cenário de esports.
No Brasil, quem ofender ou discriminar gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros está sujeito a punição de um a três anos de prisão, prevista na Lei nº 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Assim como o crime de racismo, a LGBTfobia é crime inafiançável e imprescritível.