O cenário brasileiro de VALORANT ganhou destaque em 2022 principalmente após a LOUD ter se consagrado campeã Mundial em setembro.
A atuação da equipe tanto aqui no nosso país quanto lá fora chamou a atenção dos jogadores do mundo todo, e a forma como o time vencedor era estruturado serve de inspiração para outras line-ups.
Em entrevista ao 2v1 Podcast, Ryotzz, jogador da TBK, falou um pouco mais sobre como vê a LOUD para o cenário de VALORANT como um todo e quais lições as equipes podem aprender com eles.
Outro nível
Para Ryotzz, a excelência do ex-time de Sacy é incontestável e fez com que outras equipes percebessem que está na hora de correr atrás para também elevarem seus níveis. Mas é preciso cuidado com os jogadores que buscam a fama e o estrelismo.
O cenário inteiro evoluiu bastante, acho que a LOUD é um fator decisivo pra isso. Eles subiram muito a curva mesmo, e a gente falou ‘pô, a gente precisa acompanhar, senão a gente vai ficar muito pra trás, vai ficar feio pra gente’. E eles dominaram com força, todo o mérito pra eles, mas eu acho que aqui no nosso cenário a gente ainda tem alguns problemas que na minha opinião são quase cultural. O brasileiro sempre quer ser a estrela, todo mundo quer ser o Neymar, todo mundo quer ser o Ronaldo, todo mundo quer ser o cara que vai definir. E eu acho que não é bem o caminho.
LOUD brilha pela estrutura
O jogador explica que mesmo que a LOUD tenha seus destaques individuais com seus pro players, a organização merece mérito como um todo pela estrutura oferecida antes e durante os campeonatos também.
Óbvio que a LOUD tem o seu Neymar, tem o Ronaldo, tudo bem, eles montaram uma baita seleção, mas você vê todas as entrevistas deles depois do Champions é sobre estrutura, é sobre todo mundo entender taticamente o que tava acontecendo, todo mundo na mesma sinergia, todo mundo participar do tático, da preparação, pré-campeonato, e esse é o grande diferencial deles que é uma disciplina fora do jogo.
Tem que baixar a bola
Ainda no assunto de jogadores que buscam a fama, Ryotzz volta a reforçar que esse é um dos maiores problemas do cenário brasileiro e que isso atrapalha o desempenho de times do Brasil em campeonatos internacionais.
Eu sinto que no cenário ainda tem muitos jogadores que só querem brilhar. Todas as participações BR que eu vi nos campeonatos internacionais nenhum time eu olhei e falei ‘puts, faltou mira, faltou habilidade’. Nunca é isso. É sempre um round que na vantagem que entregou, um after plant que não soube jogar junto como um time, é sempre um detalhe de estrutura, de team play. E eu acho que no momento que virar essa chave pro cenário brasileiro, é quando a gente pode dominar o mundo e vai dominar as franquias.
Mais uma vez, ele menciona a LOUD como exemplo:
Eu acho que tá tudo na nossa frente. É olhar, analisar, estudar, entender e aplicar. O problema é que eu acho que as pessoas ainda confundem de entender o jogo da LOUD como copiar eles, e não é isso. Não é copiar exatamente o que eles fazem, é entender porquê o Aspas pickou ali, entender o conceito de fato. Esse é um grande problema do cenário em geral, os conceitos de vantagem e desvantagem principalmente. Em todos os Masters eu vi rounds de times brasileiros que perderam mapas ou jogos inteiros por causa de um round que era vantagem deles e não jogaram junto ou afobou.
Sacy e Saadhak, as cabeças da LOUD
A LOUD não representa a realidade do cenário. Eles estão realmente acima, eu acho que eles representam o que pode ser o cenário. se a gente aprender as lições corretas a gente pode chegar nesse nível. A LOUD foi um supertime, e dá pra chegar.
Para Ryotzz, parte do segredo do sucesso da organização estava em Sacy e Saadhak.
Pra mim o sucesso da LOUD é Sacy e Saadhak 90%. Óbvio que não tô lá dentro, não tô diminuindo o trabalho de ninguém, mas o que eles fizeram de estruturar esse time, de entender o conceito, de ter muita confiança. E eles falam que de decidir composição, eles sempre tiveram composições deles e eles não copiavam de ninguém, porque eles falavam que eles estudam o mapa e mantém o que é certo pra eles. A da Ascent por exemplo, melhor Ascent do mundo. Eles são um dos poucos que ainda usam Sova. Então o que eles fizeram de pensar em todo o jogo, estrutura e conceito e aplicar nesse time com jogadores incríveis que é o Aspas, o Less e o Pancada, aí as coisas encaixam. Mas muito mérito deles de criar uma sinergia entre eles e fazer com que todo mundo entendesse o que tava acontecendo o tempo todo. Eu admiro muito o trabalho de ser uma cabeça pensante do Sacy e do Saadhak, acho que eles fizeram um trabalho perfeito.
E ainda falando sobre o Sacy, Ryotzz chegou a comentar sobre a possibilidade de o agora jogador da Sentinels ser considerado o Faker do VALORANT.
Você pode assistir ao episódio completo com o jogador logo abaixo.
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