No último sábado (4), aconteceu a Grande Final do Brasileirão de Rainbow Six: Siege 2021, entre Team Liquid e Ninjas in Pyjamas, onde a TL se sagrou a campeã após vencer a série Md5 por 3×1. A Final foi realizada de forma presencial e com presença de público e membros da imprensa na Max Arena, em São Paulo.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, que chegou ao Brasil em meados de Fevereiro e Março de 2020, todos os grandes eventos foram suspensos e realizados de forma online, inclusive os de Esports. Torneios como o CBLOL, de League of Legends e o próprio Brasileirão de R6 tiveram que se afastar dos torcedores, o que causou grande impacto no ecossistema.
Apesar disso, agora em dezembro de 2021, onde os números da pandemia no Brasil estão bem menores e principalmente com a vacinação avançando no país, eventos presenciais voltam a ocorrer no país e a Final do FPS da Ubisoft neste sábado já pôde reunir mais de 200 torcedores em um mesmo espaço, mas exigindo vacinação completa e uso de máscara durante todo o tempo.
O Mais Esports foi à Max Arena acompanhar a decisão e conversou com duas pessoas que, de formas parecidas, sentiram falta do contato com o público: Maria Bonino, apresentadora da Ubisoft Brasil, e Nesk, jogador da Team Liquid e campeão brasileiro.
Maria começou como apresentadora da Ubisoft no começo deste ano, mas foi somente no último sábado quando teve seu primeiro grande contato com o público de Rainbow Six brasileiro.
Eu nunca tinha encontrado o público de R6, então foi um começo duro. Essa energia deles, quando te veem, quando querem tirar foto, gritam seu nome, mostra que você está indo bem, a comunidade te abraçou, mas quando não tem isso, você tem que se garantir no que está fazendo e tem que ser confiante. Por mais que o público também esteja presente no chat, não é bom olhar porque o chat é tóxico, então poder conversar com as pessoas cara a cara é outra coisa.
Sem dúvidas a relação dos apresentadores com a torcida, quando esta está presente, é totalmente diferente, até incomparável. Prova disso são as incontáveis vezes que os casters, e até a própria Maria, chamavam pelo público e eram logo respondidos com gritos e batuques.
“Você tem a resposta ali na hora. Se a pessoa está curtindo o evento, ou o jogo, você consegue ver. Naquele palco onde eu fico, você vê um mar de gente, torcedores da Liquid, da NiP, eles não param, gritam e torcem o tempo todo”, comemora a apresentadora, que admite que talvez ficasse nervosa e talvez até “desmaiaria”.
Contudo, como ela mesma conta, ao chegar no local e já tendo os primeiros contatos com os torcedores que chegaram mais cedo à Max Arena, o nervosismo foi embora. “Eu coloquei na minha cabeça que, se eu ficasse nervosa, todo o meu trabalho do ano poderia ir por água abaixo.”
“Então não fiquei nervosa, muito pelo contrário, eu estava muito emocionada”, conclui a “sempre preparada” Maria Bonino, que aguarda com ansiedade o início da temporada 2022.
Quem teve um contato ainda mais próximo e caloroso com a torcida foi o campeão do Brasileirão, Nesk. Assim que a Team Liquid venceu o último round na Mansão, a torcida da Cavalaria foi à loucura e subiu no palco, onde puderam ficar bem próximos, separados somente pelo vidro da cabine dos jogadores.
É inexplicável, não tivemos esse contato durante dois anos, então encontrar com isso de novo é algo que você sente muito, você sente a vibração da torcida, sabe? Parece que estamos unidos com eles, eles torcem mesmo quando estamos perdendo, a torcida está lá nos apoiando… É diferente, dá um gás a mais, você fica mais hypado.
Nesk também falou que sentia muita falta das rápidas respostas da torcida, por assim dizer. Ele se refere à vibração sempre que um round é vencido, um mapa, ou até mesmo quando uma kill é conquistada. “Sentimos muita falta disso, porque não é só jogar, ter a torcida presente é o que dá o elemento diferente.”
O experiente jogador, além de pai, aproveitou a oportunidade para ressaltar o grande ano que o Rainbow Six brasileiro teve em 2021 e crava: Chegou o momento do Brasil dominar o mundo.
O Brasil alcançou um topo que não é fácil de tirar. Por exemplo, antigamente, só a G2 na Europa poderia ganhar, mas aqui não, aqui qualquer time pode vencer e acredito que isso fará o nosso país ficar no topo por bastante tempo […] Chegou a nossa hora e vai demorar uns dois ou três anos para alguém conseguir desbancar.
Para 2022, há a expectativa de mais torneios voltarem com a presença do público, ou até mesmo, abrirem seus estúdios para a inédita chegada dos fanáticos torcedores, como é o caso do CBLOL, que não só mudará de casa, como também terá, pela primeira vez em sua história, presença de torcedores nos fins de semana, nas rodadas da Fase Regular.
A vacinação no Brasil foi chave para este momento. No dia da publicação desta matéria, o país chegou a 64,4% de sua população total totalmente imunizada contra o novo coronavírus, sendo no Estado de São Paulo (sede da maioria dos torneios, como é o caso do Brasileirão de R6, CBLOL, LBFF, entre outros), os números são ainda maiores: 76.3%, de acordo com o site Our World in Data.
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