brTT é indiscutivelmente o maior nome do cenário brasileiro de League of Legends. Com seis títulos eternizados em seu rosto, o jogador venceu em cada um dos times que jogou e acumula uma base de fãs enorme.
Para voltar mais forte em 2022, brTT anunciou uma pausa em sua carreira durante o Prêmio CBLOL 2021, mas prometeu que irá voltar a jogar.
Relembre toda a trajetória e títulos nesses 9 anos de carreira do brTT.
Começo da carreira de brTT e primeiro título
Apesar de ter se firmado no LoL, brTT também tem conquistas em outros esports, entre eles o Dota 1, o qual fizemos um vídeo especial com o jogador para contar a sua história no jogo.
Ao entrar no LoL, o seu primeiro título foi na IEM Season 6 de São Paulo. Na época a profissionalização do cenário era praticamente nula, então quase todos os times eram meio que amigos jogando juntos. brTT ganhou o torneio defendendo o time Noob da Net ao vencer a World Wide Wipers (time de Yetz, Kalec, Alocs) por 2-1.
brTT entra na paiN pela primeira vez
Logo após vencer a IEM, brTT foi convidado para jogar na paiN Gaming pela primeira vez. Seu primeiro campeonato foi o Riot Season 2 Brazilian Championship, que nada mais era que o primeiro CBLOL, antes mesmo de ele ser chamado assim.
Ao lado de Tittu (top), SirT (jungler), Kami (mid) e MiT (Support), brTT terminou na terceira colocação. Eles venceram a Verdict Gaming por 2-0 na primeira rodada, mas perderam para a vTi Nox por 2-0 nas semifinais. Na disputa pelo terceiro lugar, conseguiram derrotar a Insight Esports e levaram US$ 7,5 mil em premiação.
Primeiro título de CBLOL pela paiN
O primeiro título de CBLOL de brTT pela paiN veio um ano depois, também no CBLOL (que ainda não adotava esse nome oficialmente). Apesar de esse ser o primeiro título de CBLOL, brTT e companhia haviam acabado de vencer o campeonato Brasil Gaming League Arena, derrotando a CNB na final por 3-2.
Voltando ao CBLOL, a paiN teve a seguinte escalação: Venon (Top), SirT (jungler), Kami (mid), brTT (ADC) e Espeon (Support). A organização terminou na segunda colocação na Fase de Grupos (2-1) e nos playoffs não teve dificuldades para vencer a RMA nas semifinais (2-0) e CNB na final (3-1).
Na época a CNB também já tinha um time consolidado, com nomes lendários do cenário como o Leko, Takeshi, ManaJJ e outros.
brTT deixa a paiN e se junta à Keyd
Após o primeiro título de CBLOL, brTT permaneceu na paiN até o início de 2014, chegando a vencer outra edição do Brasil League Arena e terminando em segundo lugar em três campeonatos: IWCT 2013 (0-2 vs GamingGear), BGS International Challenge 2013 (1-2 vs CNB) e IEM Season 8 São Paulo (0-2 Millenium).
Após o último campeonato citado, brTT deixou a paiN e se juntou a Keyd, que na época revolucionou o cenário com a primeira importação de jogadores. A equipe tinha em sua escalação os sul-coreanos Winged (jungler) e SuNo (mid), além de outros nomes famosos como Mylon na top lane e Loop de suporte.
Segundo título de brTT
A escalação parecia imbatível e deu a Keyd o título da terceira edição da Brasil Gaming League Arena (terceiro também de brTT), Selecter Cup 2014, x5 Mega Arena e também do CBLOL Champion Series, que era equivalente ao primeiro split nos dias de hoje.
No campeonato a Keyd terminou na primeira colocação da Fase de Grupos (7-3-0) e venceu a paiN na grande final por 3-2. É válido lembrar que a paiN também investiu em contratações estrangeiras na época, os sul-coreanos Lactea e Olleh.
A Keyd tinha tudo encaminhado para ser o melhor time do ano e representar o Brasil no Worlds (mundial de LoL) pela primeira vez, mas no Brazil Regional Finals, que equivale ao segundo split atualmente, foi derrotada pela KaBuM na semifinal por 2-0, ficando sem o título e vaga no Worlds.
brTT deixa a Keyd e retorna a paiN Gaming
Após perder para a paiN, os sul-coreanos deixaram a Vivo Keyd, e no lugar deles entrou o Revolta (jungler) e Takeshi (mid). brTT ainda jogou na equipe com os dois até o fim do ano, e juntos venceram a Xtreme League of Legends, BGL 2014 e Go4Gold Arena.
No fim daquele ano, brTT deixou a Keyd e retornou a paiN Gaming. A equipe jogou o primeiro split com Leko no top, Sirt na jungle, Kami no mid e Dioud como suporte, mas não conseguiu alcançar os resultados esperados, perdendo as semifinais do CBLOL para a KaBuM Black por 3-2.
Terceiro título do pai
No segundo split a paiN contratou Mylon para a top lane, e foi então que o time se encontrou. Eles terminaram na terceira colocação da Fase Regular, e nos playoffs venceram a INTZ RED (2-0), Keyd (3-0) e INTZ (3-0) na grande final. Quem não lembra do famoso backdoor de Shen para fechar a série no Allianz Parque:
paiN no Worlds 2015, o mundial de LoL
Na época, para ir ao Worlds era necessário jogar um qualificatório chamado IWCT, desafio que reuniu outros dois times de regiões emergentes, a Hard Random e Kaos Latin Gamers. A paiN tirou de letra o torneio e se classificou sem perder nem um jogo, terminando 4-0 na Fase de Grupos e 3-0 na final contra a KLG.
Foi então que brTT e companhia foram pela primeira vez para o mundial de LoL, e de cara caíram no grupo A, que tinha times fortes: a Koo Tigers, da LCK, e a Flash Wolves, na época conhecida como “Korean Slayer”, e a CLG, time que naquele ano tinha Doublelift e Aphromoo na bot lane.
Para muitos foi a melhor campanha brasileira em um mundial de LoL, pois a paiN conseguiu vencer a Flash Wolves e ficou perto de vencer a Koo Tigers, resultado que os colocaria na briga direta pela classificação.
Infelizmente o time foi eliminado do torneio ainda na Fase de Grupos e terminou 2-4. Além da FW, os brasileiros também venceram a CLG em uma partida que não valia mais nada para nenhum dos times.
Foi neste jogo que nasceu o famoso meme do “brTT > Doublelift”. Antes do jogo, o atirador norte-americano havia provocado falando que queria vencer rápido, para que os fãs brasileiros parassem de mandar mensagens nas redes sociais falando que o brTt era o melhor.
brTT passa por um período conturbado na paiN em 2016
2016 foi provavelmente o pior ano da carreira de brTT. A paiN Gaming teve que jogar o primeiro split sem um suporte de ofício, pois naquela época tentou contratar Loop, mas foi acusada de Poaching (aliciamento).
Com isso, o jogador foi impedido de jogar pela equipe, que também recebeu punição de perda da premiação e outros valores de uso de imagem, além da suspensão do diretor por um ano.
A paiN teve que jogar com o streamer Picoca como suporte de forma totalmente improvisada, e terminou o primeiro split na sexta-colocação, após perder para a RED Canids nos playoffs por 2-1.
Ida para a reserva
No segundo split o clima no time não estava dos melhores, e foi então que a paiN optou por colocar brTT na reserva e jogar com Tay como atirador. A equipe não foi bem e teve que disputar a série de promoção pela sua permanência no CBLOL. Na ocasião, brTT chegou a jogar e a paiN escapou do rebaixamento ao vencer a Overload.
Na época brTT também foi o precursor da ideia de Gaming Office, que é um local para o time treinar, mas sem que os jogadores precisem morar na mesma casa, facilitando cada um separar o trabalho da vida pessoal. A ideia não foi muito bem recebida na época, mas hoje é adotada por quase todos os times do cenário.
brTT se junta a RED Canids e conquista o seu quarto título
Após um ano difícil, todos já esperavam que brTT fosse deixar a paiN. Entre as várias propostas, o atirador escolheu a RED Canids para representar em 2017, ao lado de Robo (top), Nappon (jungler), Tockers e Yoda (mid laners), Sacy (ADC) e Dioud (support).
O time foi um sucesso e eles terminaram 5-1-1 na Fase Regular. Nos playoffs venceram a paiN Gaming por 3-1 nas semifinais, com direito a “entrada surpresa” de Yoda no lugar de Tockers. Na final, derrotaram a Vivo Keyd, consagrando o primeiro título da matilha e quarto de brTT.
A RED Canids representou o CBLOL no MSI 2017, que aconteceu aqui no Brasil, e mesmo terminando positiva (4-2), não conseguiu a classificação. O time foi mantido para o segundo split, mas mesmo eles terminando na segunda colocação da Fase Regular, não conseguiram chegar a decisão, perdendo para a Team One por 3-2 nas semifinais.
Flamengo entra no LoL e contrata brTT
brTT sempre deixou claro que era Flamenguista de carteirinha, então nada melhor que defender o seu time de coração no League of Legends. Em 2018 o rubro-negro entrou na modalidade e o atirador apostou no projeto, inclusive estando disposto a jogar no Circuito Desafiante (segunda divisão) para ajudar o FLA a subir a elite.
A line-up principal foi com o sul-coreano Jisu, o caçador SirT, Evrot no mid e esA de suporte. Apesar do time ser o favorito para vencer já de cara, eles acabaram sendo surpreendidos na grande final do Circuito Desafiante pela IDM, que venceu por 3-1 e garantiu a vaga.
No entanto, o FLA ainda teve uma segunda chance de classificação na Série de Promoção, ocasião em que venceu a Team One por 3-2 e garantiu a vaga no CBLOL.
Na elite o Flamengo teve uma “maré de vices” antes de conseguir realmente o seu primeiro título de CBLOL. A organização chegou na final do segundo split de 2018 e primeiro split de 2019, sendo derrotada pela Kabum (3-2) e INTZ (3-2), respectivamente.
Quinto título do jogador
Apenas no segundo split de 2019 o time “desencantou” e garantiu o título após uma campanha dominante no CBLOL. Eles terminaram na primeira colocação da Fase Regular, e nos playoffs venceram a Uppercut (3-0) na semifinal e INTZ (3-2) na final. Foi o quinto título da carreira de brTT.
O Flamengo representou o Brasil no Worlds 2019, mas foi eliminado ainda na Fase de Grupos ao terminar 1-3. brTT também se consagrou o primeiro jogador brasileiro a jogar edições do mundial de LoL.
O retorno para a paiN em 2020
Após deixar o Flamengo, brTT voltou para a paiN pela terceira vez em sua carreira, e a equipe montou um super time em volta do atirador. Eles fizeram a contratação de dois sul-coreanos que jogavam no Tier 1 da LCK: SeongHwan (jungler) e Key (support).
As expectativas eram altas, mas o time não encaixou e a paiN terminou na sexta-colocação, quase tendo que jogar a série de promoção.
Após os resultados ruins, a paiN apostou em uma line-up totalmente brasileira para o segundo split de 2021, dispensando os dois sul-coreanos e também o top laner Yang. Para o lugar de cada um deles, a equipe contratou Robo, Cariok e esA, e com essa escalação conseguiu chegar na final do CBLOL, mas foi derrotada pela INTZ por 3-1.
Sexto título do jogador
Para 2021 novamente tivemos mudança na paiN. Ainda com brTT no projeto, a equipe trocou o esA pelo suporte sul-coreano Luci, que havia jogado com brTT no Flamengo. O time não teve uma Fase de Grupos tão sólida e terminou na quinta colocação, mas cresceu nos playoffs e derrotou a LOUD nas quartas (3-2), Flamengo nas semis (3-2) e Vorax na final (3-1).
Naquele momento brTT se consagrava hexacampeão do CBLOL e se preparava para marcar mais um risquinho na sua tatuagem de títulos. O atirador também disputou o seu segundo MSI, mas na ocasião a paiN terminou 2-4 e foi eliminada ainda na primeira etapa.
A paiN manteve a mesma line-up para o segundo split e deu um show na Fase de Grupos, terminando 14-4 na primeira colocação. A equipe era a favorita a chegar na final novamente e quem sabe conquistar o bicampeonato, mas foi surpreendida nas semifinais pela Rensga e perdeu por 3-2.
Pausa na carreira com prêmio de Craque da Galera
Vários foram os rumores de que brTT daria uma pausa em sua carreira no próximo ano, e o jogador escolheu o palco do Prêmio CBLOL para fazer o anúncio, logo após receber o troféu de Craque da Galera, categoria escolhida por votos do público.
brTT citou que os dois últimos anos não foram fáceis, pois ele teve um término de relacionamento de longa data, além da pandemia do COVID-19, que moveu o CBLOL para o formato online. O atirador revelou não estar com a mesma motivação de antes, e que essa pausa será importante para ele voltar ainda mais forte. Veja o discurso na íntegra: