O CBLOL voltou, sendo assim, a LTA Américas, Sul ou Norte chegou ao fim. Para explicar mais detalhes sobre a mudança de nome, formato e bastidores, o Head da Riot Américas – Caco Antunes – concedeu uma entrevista exclusiva ao Mais Esports.
Confira a entrevista tanto em texto como em vídeo:
Voltamos com o CBLOL, né Caco?
Voltamos com o CBLOL, voltamos com a região independente e seguimos o nosso caminho.
Quando teve o anúncio (de que acabaria o CBLOL), realmente todo mundo ficou muito triste, acho que muito pelo fim da marca, né?
É, foi triste porque o CBLOL foi uma marca construída durante, sei lá, 10 anos. Foi junto com a comunidade, o CBLOL passou a representar a comunidade brasileira.

Eu até hoje chamo de CBLOL sem querer, sabe?
É, houve momentos em que eu também chamava internamente. E foi um processo, uma história muito maneira que envolve time, envolve outras gerações. Já estamos em, sei lá, terceira, quarta geração de time, jogadores e tudo mais, então é muito bom poder voltar essa história.
Então, pelo menos assim, isso vocês realmente identificaram, cara, que foi um erro. Testaram algo e tudo mais e viram que é melhor voltar da forma que estava, né?
Exatamente. A gente sempre soube que ia ser um processo longo e difícil e que cabia a gente mostrar os benefícios, o que estava acontecendo e caminhar para um entendimento de um novo momento.
E a gente sentiu desde o começo que a expectativa da comunidade era outra e que, eventualmente, coisas boas que a gente estava trazendo nesse modelo, que tem algumas, tanto da parte que não tem nada a ver com o formato, diferentes formas de acompanhar a transmissão e tudo mais, até literalmente o formato, puxar mais para o competitivo, porque tinha o cross-conferência e tal, traria benefícios, mas o que estava se perdendo era muito grande.

A gente não teve um paiN contra o LOUD nesse split, por exemplo.
A LCS também não teve Cloud9 contra a Team Liquid, como se esperava. Então, a gente notou que, devido a um monte de fatores do produto, da estrutura da liga, perdeu-se muita coisa.
Assim, perdemos o calendário, porque cada vez que tinha que viajar para uma conferência era uma semana para viajar, duas para preparar. Não dá para marcar o jogo, pô, o cara joga domingo no Brasil e não pode, na semana seguinte, estar jogando. A gente teve que comprimir muito o calendário para ter essas etapas complementares, aí ficou tudo junto, ficou muito difícil de entender o momento da liga, ficou difícil de assistir, os horários mudavam.

Então, tudo isso a gente foi entendendo e não estava funcionando. O que a gente estava tirando era mais do que a gente estava trazendo para a comunidade e para o próprio produto evoluir. Também foi difícil para os times, no começo, acostumar. Então, no segundo split, a gente já tinha um modelo em que cada região classificava o campeão, então não teve cross-conferência.
A gente começou a trabalhar o conteúdo como era antes e a gente notou que a comunidade começou a se reconectar com seus times, seus jogadores, ainda sem a marca, e teve uma melhora de “ah, estamos entendendo, vamos curtir de novo”. Aí veio o split 3 e bagunçou tudo de novo.
Então, quando chegou nesse momento do split 2, a gente percebeu que estávamos trazendo ajustes, colocando mais uma semana aqui, aumentando mais um formato lá… Teve a incorporação do Fearless Draft, então as MD1 foram quase que eliminadas e, para o ano que vem, não tem mais. Mas essas mudanças não estavam resolvendo um problema de estrutura.
Você falou que ano que vem não tem mais o quê?
Melhor de um. A gente vai fazer só melhor de três e melhor de cinco por causa do Fearless.
Mas o que a gente estava perdendo, que era desde a emoção e a conexão com a história da marca, 10 anos que traduziam até a experiência de liga e de muita gente, né? A minha também – comparando com o benefício (que a LTA trazia), não estava compensando. Então, a gente pensou: olha, não tem ajuste incremental que a gente possa fazer que vai resolver isso. O correto agora é a gente mexer na estrutura e voltar.

Então, a gente vai voltar e vai pegar esses pontos específicos de confrontos regionais, inter-regionais, que estimulam. E a gente viu que a gente melhorou e cresceu muita coisa. Só que fazendo muita coisa muito rápida, a gente viu que não funcionou.
Inclusive, tinha um ponto interessante que era: a gente ouviu da comunidade, assim: “ah, pode até manter a estrutura, mas volta para a marca”, e isso teria sido mais simples. Mas o que a gente sempre pensou foi: não é só isso, né? Tem toda uma experiência de… campeão é campeão. O split inteiro vai até o playoff, vai para a final e aí coroa o campeão.
Não tem depois. Não tem: “ah, semana que vem tem um outro playoff”. Então, a gente queria voltar à experiência, tinha que reconstruir o caminho dos slots, os caminhos separados.
Um ponto negativo é: hoje a gente poderia ter dois times no Mundial, mas a gente não vai poder mais. Vai ter só um slot no Mundial, certo?
Certo. A gente, a princípio, vai ter um slot no Mundial porque a nossa primeira ocupação é: vamos voltar com o que a gente tinha e todos os sistemas, e agora a gente vai trabalhar para incrementar.
Mas, assim, o sonho que a gente tem para o ano que vem já está bem defendido pelas coisas que estão acontecendo com a performance do Brasil, desde o ano passado, inclusive esse. Não só nos torneios da Riot, como na EWC que a gente também viu jogos bem interessantes do Brasil, tirando até mesmo o NA.
Então, já está comprovado que a gente já está há um tempo crescendo e não são só episódios de: “ah, numa rodada a gente passou” ou “uma fase que nunca tinha passado”. Está consistente isso. E os times que vêm, de novo, quando a gente traz três times para eventos internacionais ou três times para o mundo olhar, como esse ano a gente trouxe, é legal porque a gente mostra: cara, isso está acontecendo na liga todo.

Então, estamos mais sólidos nessa busca por essa vaga adicional do Mundial. O que permite a gente continuar discutindo com o Global a mudança no Mundial, não na liga. Então, ao invés de a gente espremer a liga para que saia mais, a gente precisa pleitear e trabalhar a mudança no formato para a gente colocar mais uma vaga no Mundial.
E isso é uma briga também que agora a gente consegue encontrar até outras regiões interessadas em se juntar com a gente. Mas continua o nosso desejo de levar. Acho que a Riot já vê que a performance não é só de um time ou de outro. É a liga que está gerando mais campeões. É a liga que está trazendo galera do Tier 2 para palco consistentemente no Tier 1.
Então, continua a briga, mas a gente quer trabalhar essa questão de qualificar mais e mexer o processo qualificatório de MSI e Worlds, e não comprimir a liga.
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