O Circuito Desafiante 2025 sempre teve o posto de principal competição do Tier 2 brasileiro. Agora, em versão reformulada, que deve conceder chance de acesso à LTA Sul, a competição conta com investimento superior às suas edições do ano passado – porém, em média, segue abaixo do CBLOL.
O Mais Esports detalhou, em apuração exclusiva, a situação dos salários, contratos e investimento geral das equipes participantes no torneio, que tem disparidade de cerca de 1200% em média salarial dos times que puxam a liderança em investimento na competição. Confira o vídeo abaíxo:
KaBum! IDL e LOS lideram com folga nas médias salariais do Circuitão
Os salários no Circuito Desafiante podem ser divididos em três níveis. No topo, apenas duas equipes fazem parte do primeiro escalão: LOS e KaBuM! IDL. O investimento desses times é comparável ao da LTA, com salários variando entre 15 a 30 mil reais. Os valores mais altos são pagos principalmente a jogadores estrangeiros, que recebem em dólar, impactando diretamente a remuneração.
Além dos salários, esses times oferecem bonificações e benefícios contratuais adicionais, fazendo os valores flutuarem. Ambos também contam com infraestrutura de alto nível, incluindo centros de treinamento e produção de conteúdo, consolidando sua posição como favoritas para vencer o Circuitão e desafiar a Isurus Estral por uma vaga no T1 ao fim do ano.
Nível “Tier 2” de salários
No segundo nível salarial, a média fica em torno de R$ 5 mil, o que escancara a grande disparidade em relação às equipes de topo. Nesse patamar estão Corinthians E-Sports, Flamengo Esports, RED Academy, Vivo Keyd Stars Academy, Rise Gaming e Stellae Gaming.
Embora algumas equipes ultrapassem um pouco esse valor e outras fiquem abaixo, a média se mantém próxima de R$ 5.000. Jogadores mais experientes ou renomados, como Leleko, Yampi, SMILEY e Grevthar, podem receber um pouco mais, mas sem chegar a uma faixa de R$ 10 mil, por exemplo.
Dentre as equipes desse grupo, Rise e Stellae ficam ligeiramente abaixo da média. São organizações que há anos atuam no Tier 2 e Tier 3 do cenário, investindo na formação de jogadores e buscando crescer no competitivo.
Equipes sem organizações tradicionais por trás
Por fim, no terceiro nível estão duas equipes que não possuem uma organização tradicional por trás: Dopamina E-sport e RATZ. Esses times foram fundados pelos próprios jogadores, sem o suporte de uma estrutura já estabelecida no cenário. Como resultado, seus salários estão no piso da liga, entre R$ 2.500 e R$ 3.200, sendo mais um investimento próprio dos atletas para viabilizar a participação no torneio.
Essas equipes buscaram apoio de organizações interessadas em investir no Circuito Desafiante, mas não conseguiram fechar parcerias e, por isso, tiveram que criar suas próprias estruturas para competir.
Diferente da LTA, o Circuito Desafiante não recebe investimento da Riot. As equipes precisam arcar com seus próprios custos e buscar visibilidade para atrair patrocínios e oportunidades. No caso da Dopamina e do RATZ, o investimento é mínimo, com jogadores praticamente bancando seus próprios salários para manter a operação.
Apenas 4 times tem todos os contratos regularizados pela Riot no Global Contract Database (GCD)
Dentro do conjunto de regras da Riot para o Circuito Desafiante e o Tier 2, é bastante citado o Global Contract Database (GCD), que é um banco de dados público onde estão listados todos os contratos oficiais validados pela Riot ao redor do mundo, tanto do Tier 1 quanto do Tier 2.
Entretanto, uma análise desse banco de dados revelou que, das 10 equipes participantes do Circuito Desafiante, apenas quatro possuem todos os contratos registrados corretamente no GCD: RED Academy, VKS Academy (cujos contratos estão listados no Tier 1 e Tier 2), KaBuM! IDL e LOS.
Outras três equipes — Flamengo, Corinthians e Rise — têm contratos incompletos, com jogadores como Manel, Yupps, Momochi, Aikawa, Anyyy e ThayT sem registros ativos no sistema.
Além disso, três equipes — RATZ, Stellae e Dopamina — não possuem nenhum jogador listado no GCD, o que levanta questões sobre a formalização de seus contratos. Ao questionar a Riot sobre essa situação, não foi possível obter uma resposta antes do fechamento desta análise, mas qualquer atualização será divulgada posteriormente.
Essa falta de transparência na forma como os contratos são gerenciados e divulgados publicamente é um dos desafios que a Riot ainda precisa enfrentar para garantir maior visibilidade e segurança para as equipes e jogadores do Circuito Desafiante.
O investimento das equipes e o futuro do Circuito Desafiante
Hoje, o investimento geral no Circuito Desafiante é menor do que no antigo CBLOL. No ano passado, havia uma grande disparidade entre os times do CBLOL: algumas organizações recebiam menos, enquanto outras, como LOUD e paiN Gaming, elevavam a média salarial.
Equipes como a INTZ, enfrentando dificuldades financeiras, operavam com um orçamento menor. Ainda assim, a média salarial do CBLOL ultrapassava 10 mil reais, enquanto, no atual Circuito Desafiante, fica em torno de 5 mil. Se considerarmos equipes como KaBum! IDL e LOS, a média sobe, mas permanece abaixo do CBLOL do ano passado.
Se compararmos com o Academy do ano passado, o atual Tier 2 teve um aumento salarial significativo. Em 2023, o Academy pagava entre 3 mil e 5 mil, com alguns jogadores recebendo menos do que isso.
O novo formato do Circuito Desafiante elevou essa média, refletindo uma mudança de foco: antes voltado ao desenvolvimento de talentos, o Tier 2 agora oferece a chance de disputar uma vaga contra Isurus Estral no final do ano para chegar à LTA Sul. Isso adiciona um novo incentivo para as equipes.
Porém, o investimento pode cair caso os resultados não sejam satisfatórios. No primeiro split, RATZ e Dopamina buscaram investidores, mas não encontraram interessados. Isso pode estar ligado à qualidade dos elencos ou a outros fatores, mas a realidade é que ainda não sabemos qual será o futuro do Circuito Desafiante após este primeiro ano.
Não sabemos se projetos como KaBum! IDL ou LOS manterão o mesmo nível de investimento no próximo ano caso os resultados não sejam os esperados. Ainda estamos no início desse novo formato, e o que acontecer em 2024 será decisivo para definir o futuro do Circuito Desafiante. Fica o alerta para a comunidade e para a Riot, que terão um papel fundamental na evolução desse cenário.
Acompanhe o Circuito Desafiante 2025
O Circuitão volta à ativa nesta segunda-feira (31), com Dopamina E-sport e RED Canids Academy se enfrentando, a partir das 17h. A Matilha, comandada por Grevthar, ainda não venceu no torneio.
Acompanhe a cobertura completa do Circuito Desafiante 2025 com calendário de jogos, formato, resultados, escalações e outras informações aqui no Mais Esports, além de votar nos times que vão vencer cada jogo no Bolão Mais Esports!
