Desde o seu lançamento em junho de 2020, VALORANT se mostrou um grande sucesso em todas as vertentes. Além da chegada de um cenário competitivo inédito, com novos jogadores surgindo, torneios com grandes premiações acontecendo e uma comunidade em expansão, o jogo também se tornou palco para o crescimento de diversos streamers e criadores de conteúdo. É o caso de Eduardo “Coreano”, que explodiu na Twitch com suas transmissões ao vivo do FPS da Riot Games.
Com um passado no CS:GO e no League of Legends, Coreano faz streams desde 2018, mas mesmo sendo um jogador habilidoso em ambos os jogos, nunca conseguiu o tão desejado espaço que almejava na Twitch.
“Eu streamo desde 2018 mas nunca tive muito espaço. Apesar disso eu sentia que era um bom jogador de CS e bom jogador de LoL, porém não tive a visibilidade e as oportunidades que eu queria ter. Quando lançou o VALORANT, eu falei para mim que ia tentar agarrar e que era um jogo novo. Acho que minha escolha de ir para o VALORANT aconteceu não só para testar um jogo novo mas para tentar conseguir esse espaço na Twich”.
Assim que teve a oportunidade de assistir ao anúncio da revelação do VALORANT, na época intitulado de Project A, Coreano percebeu que o jogo tinha potencial. Por conta disso, passou a streamer o FPS da Riot a partir do momento que conseguiu uma chave do beta na Twitch.
“Eu tenho minha história no CS e também tenho meu background do LoL. Comecei a jogar League of Legends em 2012 e consegui alcançar os níveis mais altos. Eu já tinha experiência com FPS e MOBAs e pelo VALORANT ser um jogo da Riot, eu fiz essa junção e assim que anunciaram o jogo eu pensei que queria jogar e que daria meu máximo”
O crescimento de seu canal na Twitch aconteceu em um ritmo gigantesco e após aproximadamente um ano Coreano alcançou a marca de mais de 165 mil seguidores na plataforma. Apesar disso, de acordo com o próprio criador de conteúdo, nunca foi seu objetivo principal ter tantos espectadores acompanhando suas lives e o motivo para que ele começasse a realizar transmissões ao vivo foi para se sentir melhor consigo mesmo.
“Esse crescimento com certeza foi algo que me pegou de surpresa. Eu streamo faz anos e em 2018 e 2019 eu não consegui ter visibilidade, na verdade minha visibilidade foi quase nula, eram pouquíssimas pessoas que me assistiam. E de 2020 para cá eu ganhei muita visibilidade, participei de vários eventos, tentei agarrar o máximo de oportunidades que eu pude e meu público cresceu absurdos. Mas para mim, sinceramente, eu comecei a streamar para me sentir melhor pessoalmente, e o público para mim foi só um bônus”.
Desde o lançamento do beta do VALORANT, Coreano sempre teve uma agente favorita. Apesar de por muito tempo ter sido considerada a pior personagem do jogo, a Viper era sempre a escolha do streamer durante as partidas. O kit de smoke, parede e “molotov” feitos de veneno agradaram e o fato de ninguém jogar com ela incentivava ainda mais o criador de conteúdo a masterizar suas habilidades.
“Eu acho que no jogo, todo mundo tem que ter uma cabeça muito aberta. Eu já via muito potencial na Viper, ela era um boneco muito forte para determinadas situações, principalmente em um cenário depois de plantar a Spike. E eu sempre observei esse ponto e falava que o boneco era forte, explicava como ele funcionava melhor mas ninguém deu muita atenção para isso”.
“Quando eu comecei a jogar contra as pessoas famosas, influencers e jogadores profissionais, e comecei a colocar essa mentalidade em prática, o pessoal começou a ver que o boneco pode ser bem jogado. Eu sinto que todos os agentes de todos os jogos tem um ponto positivo para serem explorados, basta você martelar aquele ponto e mostrar para sua comunidade que aquele personagem de certa forma presta”.
Apesar do sucesso das transmissões, Coreano não pretende deixar de lado seus outros projetos pessoais para focar 100% nas streams, pelo menos por enquanto. Cursando faculdade, o streamer afirmou que enquanto puder conciliar ambas as atividades, não pretende abandonar os estudos.
“Eu comecei meu curso em 2019 e não estudo na mesma cidade que moro. Então eu sempre tenho que fazer uma viagem para lá de duas horas de ida e duas de volta todos os dias, o que é bem trabalhoso. Por isso eu não streamava muito antes e com a frequência diária de hoje em dia. Mas por conta da quarentena eu comecei a ficar muito tempo em casa e passei a streamar diariamente e continuei a faculdade porque o ensino está sendo a distância. Tendo essa possibilidade de continuar o curso de casa, eu acho que é algo que posso aproveitar, e enquanto o curso estiver EAD eu pretendo continuar estudando dessa forma”.
Além de ser um grande criador de conteúdo, Coreano também é um ótimo jogador de VALORANT. Apesar de estar sempre nas colocações mais altas das tabelas de Radiantes do Brasil e gostar de estudar o jogo, o streamer não pretende entrar no cenário competitivo e se tornar profissional.
“O cenário profissional é algo que você precisa ter uma paixão para entrar. Uma vez que você decide ir para o competitivo, algumas coisas acontecem na sua vida. A primeira é que você vai literalmente viver o jogo, então se por algum motivo você quiser dar uma pausa no VALORANT ou quiser jogar outro jogo normalmente você não vai ter essa opção porque esse agora é o seu trabalho. Você vai ter que literalmente comer o VALORANT, ter que jogar 10, 12 horas por dias e isso algo bem maçante e pesado”
“Outra coisa que eu vejo que é muito grave também quando você entra no cenário profissional é que você tem que ter uma cabeça muito bem controlada. No cenário profissional você está apto e vai receber muito hate da comunidade. Na vitória obviamente todo mundo vai te aplaudir e falar que você é muito bom, mas quando você perder, tem que saber que o ser humano é um animal irracional e ele vai com certeza digitar várias coisas e proferir muito ódio gratuito. Quando você entra no profissional você tem que saber lidar com tudo isso e eu tenho medo de eu não conseguir lidar com tudo isso”, finalizou Coreano.
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