O Brasil é tido com um dos países mais tradicionais do CS:GO mundial. No entanto, a história recente das equipes brasileiras nos campeonatos de alto nível não é animadora. O país amarga um longo tempo sem ganhar uma competição Tier-S: são mais de cinco anos sem levantar uma taça.
A última vez que o Brasil conquistou um título de Tier-S foi na ESL Pro League Season 6. Em dezembro de 2017, a SK Gaming bateu a FaZe na final pelo placar de três a um. Desde então, nenhuma equipe brasileira conseguiu conquistar o topo do cenário internacional.
Isso não quer dizer que os brasileiros não tenham vencido nenhum campeonato durante esse período. Houve conquistas, mas de campeonatos de menor expressão. Isso ocorreu, principalmente, durante a pandemia de Covid-19, onde as competições foram disputadas de forma online e regional.
Embora as equipes brasileiras não tenham obtido sucesso nos últimos anos, isso não significa necessariamente que o país não tenha talentos, estratégias ou um psicológico forte para competir com os adversários. O Brasil já provou sua capacidade no passado, com equipes como Luminosity Gaming e SK Gaming conquistando títulos mundiais.
Sede nos EUA
Um dos fatores que podem ter levado o Brasil a ficar sem títulos importantes foi a pandemia de Covid-19. Durante a pandemia, as competições foram segmentadas nas regiões, e as equipes brasileiras ficaram nos EUA, disputando torneios com os times da região. Na época, a FURIA dominava a região, mas, vendo agora, foi um falso domínio.
Quando as competições voltaram, os times da América do Norte se viram em dificuldades. A Europa possui muito mais competições e equipes, sendo as principais do cenário nacional oriundas do Velho Continente. A disputa na região é mais intensa e difícil, o que eleva o nível das equipes.
Em entrevista, YEKINDAR, jogador da Liquid, afirmou preferir treinar com ping alto com equipes europeias do que treinar com os times dos Estados Unidos, onde a organização fica sediada. Isso mostra, um pouco, a diferença de nível entre as regiões.
Era pós-SK/MIBR
Outro fator importante que pode ser considerado é a falta de uma “panela do CS:GO brasileiro” após a dissolução da equipe do MIBR, que contava com o core campeão do Major no elenco. Depois da separação, cada jogador foi para um lado e diversas equipes foram formadas.
A FURIA ocupou o espaço da equipe brasileira em evidência internacional. No entanto, o quinteto liderado por arT nunca conseguiu conquistar títulos de grande expressão no cenário nacional. O time foi campeão, mas de competições consideradas ‘Tier-2’, o que foi insuficiente para os torcedores brasileiros.
Desde então, diversas equipes brasileiras foram formadas para disputar campeonatos internacionais. Nesse bolo temos a paiN, MIBR (após a saída de FalleN e companhia), 00 Nation, Imperial entre outras. No entanto, esses times também nunca conseguiram chegar fortes em uma competição internacional.
2023: o ano da tragédia
O que falar de 2023 do CS:GO brasileiro? Desde o início do ano, equipes brasileiras acumulam derrotas incríveis e participações vexatórias nas competições. São eliminações atrás de eliminações e times nas lanternas em todos os torneios que houve brasileiros nas fileiras.
A IEM Katowice 2023 foi palco de um desempenho decepcionante para as equipes do Brasil. Essa tendência persistiu na ESL Pro League S17, IEM Rio 2023 e na BLAST.tv Paris Major 2023, onde os times brasileiros também terminaram na lanterna das competições.
- BLAST Premier: Spring Grous 2023: Sem brasileiro na disputa
- IEM Katowice 2023: paiN (21º-24º)
- ESL Pro League S17: Imperial (29º-32º)
- IEM Rio 2023: Imperial e MIBR (13º-16º)
- BLAST.tv Paris Major 2023: Fluxo (23º-24º)
Dúvidas e dúvidas
Independente do fator, o fato é que o Brasil vive uma seca de títulos expressivos no CS:GO. O país viveu o auge com a Luminosity e o domínio mundial da SK Gaming, mas depois disso nunca mais voltou ao topo e continuou.
A questão que coloco é a seguinte: o domínio brasileiro entre 2016 e 2017 foi de momento ou país ainda tem bala, estratégias e psicológico forte para trocar com os adversários em 2023?
Quanto ao futuro do, é difícil prever o que acontecerá. As equipes brasileiras têm potencial para se reestruturar, desenvolver novas estratégias e formar elencos competitivos que possam voltar a conquistar títulos expressivos.
É importante que as organizações, jogadores e comunidade brasileira trabalhem em conjunto para fortalecer o cenário nacional, investindo em infraestrutura, treinamento e desenvolvimento de talentos. Com o tempo e o esforço adequados, é possível que o Brasil volte a se destacar no cenário internacional de CS:GO.