“Sentimento inexplicável”. É assim que Biguzera explica a sensação de ser pai. Com 24 anos, o jogador se tornou pai em 2020 e falou de como é mesclar a vida profissional com a criação da filha.
“Com certeza foi a melhor coisa que me aconteceu. Não tenho palavras pra explicar. É um sentimento inexplicável, não tenho o que falar sobre. Só quem já viveu isso sabe como é”, disse em entrevista ao Mais Esports.
Ana Júlia, filha de biguzera, nasceu no dia 1° de março de 2020. No mesmo ano, o niteroiense foi morar em Las Vegas, Estados Unidos, para defender a paiN no cenário norte-americano de CS:GO. Ainda assim, o jogador passou seu primeiro dia dos pais com a filha e falou da saudades que está da filha e a felicidade de poder comemorar mais uma dia dos pais com ela.
“Imagino eu que o reencontro vai ser muito bom porque ainda não aconteceu, estou muito ansioso, muito animado. A saudade é enorme, então quando vê-la pessoalmente vai ser uma sensação de como se ela tivesse nascido de novo”.
A paiN tinha a viagem para os Estados Unidos agendada para o início do ano, mas por conta da pandemia os planos foram atrasados. Biguzera falou da decisão de sair do Brasil e se distanciar da sua filha para viver seu sonho.
“É uma decisão muito difícil, acho que a mais difícil que já tomei na minha vida. Eu pensei no profissional, na vida pessoal, é um conflito de interesse muito grande. Você pensa que quer crescer com ela, fazer tudo por ela, mas precisa estar lá [trabalhando] para poder dar a melhor educação, melhor ajuda financeira. Então, esse conflito é muito grande na cabeça de todos os pais que passam por essa situação e é uma decisão muito difícil. Eu penso sobre todos os dias, muitas vezes dá vontade de parar, voltar pro Brasil e largar tudo, mas sei que não posso, tenho esse compromisso, é meu sonho. Fica uma grande briga na minha cabeça, mas é preciso ter uma cabeça forte e pensar também no melhor para ela.
“De 24 horas do dia, 10 horas é pensando nela, falando com ela, tentando ficar o mais perto possível. Como ela é muito pequena, acho importante ela saber que tem o pai perto, por mais que eu esteja longe, não é porque eu quero estar. Acho que isso é importante para o processo de criação dela, mas a cabeça sempre está nela. Por isso dificulta estar 100% focado lá fora”, continuou.
Durante o período nos Estados Unidos, a paiN alcançou bons resultados. Biguzera falou da importância de tentar tornar a saudade em algo positivo.
“Quando eu estou lá fora, dou meu máximo para fazer valer a pena esse sofrimento que tem sido ficar distante. Mas às vezes afeta o psicológico, fico mais estressado, com mais saudades e abala o emocional. Tem o lado bom e o ruim, o importante é tornar uma situação ruim em uma coisa boa. É o que eu tento, mas nem sempre consigo”.