Eu posso me enrolar por dias sem jogar uma partida de League of Legends em Summoner’s Rift, mas é só um amigo mandar o famoso “bora um ARAM?” que imediatamente eu abro meu cliente do LoL.
Ao contrário das partidas arquitetadas de Summoner’s Rift, Howling Abyss é um local que cheira ao caos quando você entra por lá. Jogar ARAM é como aceitar uma entrega para o outro lado da cidade sem saber se vai pilotar um carro, um helicóptero ou um patinete.
E, por mais irônico que seja, essa é a graça e o inferno do ARAM: viver nos extremos. Tudo pode dar muito certo. Mas tudo pode dar muito errado logo depois.
Nesse aniversário de 10 anos do LoL, hoje vamos contar como essa brincadeira com os seus sentimentos começou em League of Legends.
ARAM: O início em League of Legends
Pode não parecer, mas o ARAM já está presente no LoL há mais de seis anos. E tudo isso começou com a ideia da própria comunidade em jogar uma partida de Summoner’s Rift com suas próprias regras.
Basicamente, as salas de “All Random All Mid” lá em 2012 te chamavam para uma só coisa: aperte o botão de aleatório e boa sorte, a gente vai trocar uns bons minutos de porrada na rota do meio. Vence quem dar porrada até o Nexus do inimigo.
As partidas nesse formato começaram a fazer sucesso na aba de jogos customizados de League of Legends. Tudo isso chegou ao ponto dos jogadores fazerem montinho nos fóruns pedindo para que a Riot Games adaptasse esse modo oficialmente em uma fila separada. E, bom, eles atenderam ao chamado em 29 e abril de 2013 ao lado de uma atualização trazendo toda a temática da batalha de Freljord.
Ao contrário dos demais modos de League of Legends, o ARAM foi o primeiro que foi criado a partir da veia da própria comunidade de LoL. Eles criaram suas regras, entregaram para a Riot Games e ela fez o resto o trabalho.
Temos um pouco de responsabilidade por tudo isso, hein.
As diferenças do ARAM
Mais do que trazer uma partida com campeões aleatórios se matando sem fim em um mapa de uma só rota, o ARAM conta com algumas modificações para “equilibrar” um pouco as coisas e fazer sentido para o modo.
Confira quais são as características do ARAM na lista logo abaixo.
- Todos começam no nível 3 e com três pontos de habilidades;
- Não há como usar Recall, embora a animação possa ser mostrada aos demais jogadores;
- Tem uma aura global que traz o seguinte: feitiços de invocador recarregam 40% mais rápidos, 0,15% da mana máxima é restaurada por segundo, +5 XP por segundo, lacaios mortos ao seu redor garantem +5 de ouro, campeões corpo-a-corpo ganham +10 de resistência mágica;
- Ninguém pode deixar a fonte nos primeiros 15 segundos — funciona como uma “linha de largada” para todos comprarem os itens e irem até os matinhos do meio do mapa;
- A loja “fecha” depois que o jogador passa as torres da sua base, só abrindo depois que ele morrer;
- Pequenos globos de vida aparecem no decorrer do mapa, recuperando a vida de quem encostar nele e de quem estiver ao redor em um efeito similar à Redenção;
- Itens de “stack” carregam mais rápido, como a Lágrima da Deusa;
- O Poro e a Clareza são feitiços de invocador exclusivos para o ARAM;
- Alguns campeões tem efeitos adicionais, principalmente com geração de fúria, energia e recargas menores que Summoner’s Rift
E o futuro do ARAM?
Uma coisa é certa pela Riot: eles mesmo consideram o ARAM como um “bicho estranho”. E eu concordo totalmente com eles. É uma boa maneira de mostrar que um jogador pode jogar bem com qualquer campeão, mas também a aleatoriedade dos picks desfavorecem tremendamente uma composição.
A comunidade já pediu para que a Riot Games implementasse uma fila ranqueada para o ARAM, mas os próprios desenvolvedores citaram que o modo está em um ponto delicado entre a completa aleatoriedade e o impacto da habilidade.
“Por conta da aleatoriedade, não sabemos se faz sentido oferecer partidas Ranqueadas no ARAM”, explicou o Rioter Ghostcrawler em uma publicação lá de 2016.
“Pode ser muito frustrante cair com Campeões que você não sabe usar e perder partidas importantes, como Séries de Promoção. Por outro lado, se adicionarmos mais mecânicas de troca e outros sistemas que permitam você pegar o Campeão que deseja, isso acaba minando o propósito de jogar com um personagem aleatório. Pode ser que a essência do ARAM não seja feita para partidas Ranqueada, afinal, isso poderia comprometer o Modo de Jogo”, completou ele na ocasião.
E, desde então, eles mantiveram essa decisão inclusive em outras postagens sobre esse mesmo tópico.
Apesar disso, a Riot Games está testando ajustes pequenos na jogabilidade. Durante o evento “Voltando para Águas de Sentina”, eles inseriram um novo feitiço de Retroceder, mas eles mesmo notaram que isso funcionava como um Flash ainda mais poderoso para os carregadores.
O apaixonados pelo ARAM irão concordar comigo e constatar que o modo de fato mudou nesses últimos anos. Pouco, mas mudou no seu próprio ritmo. Passaram-se os tempos em que lanças da Nidalee eram roubadíssimas e não temos mais os desavisados que não sabiam que porque raios o Recall não funciona. Mas aqueles eram bons tempos também.
Independente disso, haverão sempre três constantes pelo ARAM: o aliado AFK, o amiguinho pistolando pela composição e aquele maldito jogador que sai da tela de seleção faltando um segundo para você finalmente jogar com aquele campeão que tanto queria.
É um amor e ódio, não é mesmo?
Com a voz, a comunidade de League of Legends
Perguntamos, por meio do Twitter do Mais Esports, o que as pessoas mais amam e odeiam no modo do ARAM em League of Legends.
Confira abaixo algumas das melhores respostas!
Eu gosto de aram pq eu aprendo um boneco que eu não sei jogar e término a partida com kda de main
— luan (@launcastro) October 4, 2019
Eu só odeio nao ter ranked
E podia ter banDe resto, modo perfeito sem defeitos
— DG Mundialzou (@re_ibrah) October 4, 2019
Amo: TUDO
odeio: MF no time inimigo— Main Teemo (@poisoncabeyo) October 4, 2019
O que eu mais odeio é a chance de cair de Janna, por isso que eu não jogo
— Soraka Agressiva (@SorakaAgressiva) October 4, 2019
Amo serem campeões aleatórios e ajudar bastante a reacostumar/treinar mecânica.
Odeio serem campeões aleatórios e ter games impossíveisMas no geral não tenho muito oq reclamar
— Pedro~ (@FiredByJanna) October 4, 2019
AMO, sei que muita gente fala mal e tals mas é um modo descontraído pra se divertir. Mto massa de jogar com amigos se divertir e dar risadas. Sem falar que é uma ótima oportunidade de jogar com campeões novos!!
— the fallen angel (@_valedictorian) October 4, 2019
O que eu amo: Sem lane phase chata, cada jogo é uma história diferente pois não tem mono ou meta abuser, partida rápida
O que eu odeio: Se tu tá numa comp ruim contra uma boa, só aceita a derrota
Tenho 2000 jogos de ARAM, sou viciado— Yukimura 🥛 (@san_yukimura) October 4, 2019
É um modo que estimula MUITO os reflexos se vc levar a sério, se vc jogar mts vezes como eu vai ter um conhecimento ainda maior sobre range/dano de skills de quase tds os champs e dá pra testar umas builds tbm
Deveria ter ranked e bans tbm— A7Ê❄ (@Alessander_MDR) October 4, 2019
Melhor modo para passar o tempo e dar risada.
Odeio quem é tryhard ou fica tiltado por aram.
— magoris 10e9 (@arthurdezenove) October 4, 2019
Especial LoL 10 anos
O Mais Esports irá celebrar os 10 anos de League of Legends com uma série de matérias sobre a história desse game que marcou tantos jogadores. Fique de olho no site durante essa semana de aniversário para mais matérias especiais!
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