Takeshi é uma das personalidades de League of Legends no Brasil que pode falar sobre os dois lados da moeda: tanto de como é ser pro player quanto sobre a vida como caster. Em entrevista ao 2v1 Podcast, o ex-jogador contou sobre sua experiência nas duas profissões.
Saudade? Sim, mas nem tanta
Sobre sentir saudade de seus tempos como jogador profissional de LoL, Takeshi comenta que até sente falta, mas entende que não é mais o momento para isso.
Sinto falta às vezes de bater um gameplay, um competitivo, mas não é mais pra mim não. O dedo já não funciona legal, dá muita coisa errada na gameplay, mas suave. É muito diferente no sentido porque geralmente quando você ganha uma partida, ganha um campeonato, é uma realização muito mais forte. É um sentimento que tipo, tô aí há quase 3 anos como caster, e pô, muito maneiro, mas a emoção é completamente diferente.
Emoções diferentes dos dois lados
Ao comparar o que sentia como pro player e o que sente como caster, ele explica que a diferença fica na intensidade das emoções.
Quando a gente tava em evidência, ganhou um jogo importante, a gente teve uma semana toda, cara, é um sentimento que eu nunca experimentei outro igual na minha vida. 2013 a gente ganhava na CNB contra a paiN, depois de um ano que só tomamos, cara, era um glamour assim absurdo. Muito bom, muito brabo, a gente sentia a energia.
Como caster é muito da hora. A gente abriu o Ibirapuera na final paiN e LOUD, eu tava nervoso pra caramba, só que mesmo assim não chega lá, tá ligado? Não é a mesma coisa, mas é muito da hora e eu sinto falta sim, da parte competitiva da parada, mas meu motivo de parar era muito mais forte do que aquela vontade que você tinha de treinar 10, 12 horas por dia já não era mais. Jogava 3 jogos de scrim e já chega, acabou, não valia mais a pena continuar.
Ainda que ele tenha dito que parar era a melhor escolha, ele voltou a reforçar que como caster ele também sente uma adrenalina importante.
Não sei se é dose de adrenalina, porque também dá aquele frio no estômago e tal. Fui fazer minha primeira entrevista com o Kaiser, no México, fui traduzir e fiquei ‘puta merda, se eu errar alguma coisa os fiscais já vão tá por aí’. É uma adrenalinazinha também, mas são doses muito diferentes e aí quando volta lá no passado, 2013, 2012, quando a gente começou a jogar, ainda era um cenário muito pequeno e mesmo assim você já tinha aquela vontade de ganhar porque cara, você mora com 4 pessoas, você trabalha com 4 pessoas, e o seu desempenho e performance vai diretamente com o trabalho do cara e vice e versa. E aí você sentir que o teu cu tá na reta era uma coisa muito foda, mas é muito diferente. Ser jogador é uma parada muito absurdo, mas é muito mais foda o pontapé final, aquele finish assim é uma sensação muito boa.
Takeshi ainda gosta de jogar LoL?
Já quando perguntado se ainda gosta de jogar LoL, Takeshi esclareceu que sim, mas não tanto quanto antes.
Já gostei mais, muito mais antigamente. Joje em dia eu jogo só em live pra falar bem a real e sinto falta sim de um joguinho organizado. Quando eu vou bater um duo com o Loop já é 10 vezes melhor, tem toda aquela questão de construir uma play, vou puxar, você seta uma wave, vamos fazer uma playzinha bonitinha. Já é muito legal ter essa parada num duo. Em scrim era tudo mais organizado, mas também era mais frustrante quando dava errado. Hoje em dia adoro jogar LoL, não mais como antes, mas não é uma parada que eu acordo e sei que tenho que performar mais. Antigamente tinha que performar todo jogo e cara, todo jogo pra mim valia a vida. Hoje em dia eu jogo trollando boa parte do dia. E aí é da hora, mas não é a mesma vontade que eu tinha antigamente.
Assista a entrevista completa com Takeshi a seguir: