A FURIA é uma das sensações da LTA Sul 2025 2º Split. São três vitórias em quatro partidas, sendo uma delas contra a paiN Gaming, na tarde do último sábado (12). As Panteras foram elogiadas pela Team Liquid em treinos, e vão se mostrando um time com escolhas ousadas, como a Fiora de Guigo contra o Fluxo W7M.
Em entrevista exclusiva com Guigo, top laner da FURIA, o jogador disse que estavam planejando a escolha para responder Gwen, um dos picks mais utilizados do torneio até aqui, e assumiu a autoria na escolha:
Cara, é um pick que eu já vinha testando bastante na solo queue, no mundo todo, na real. Acho que ficou bem forte depois dos buffs. E, pessoalmente, eu estava procurando algum counter para Gwen, porque acho que o campeão está bem forte no meta.
A Fiora acabou encaixando bem nos treinos. Já nas primeiras vezes que usamos, deu bom — ganhamos os dois jogos. Então foi mais uma escolha minha mesmo, algo que eu trouxe, e o coach topou arriscar.
O top laner ainda aproveitou para falar da sua impressão sobre o confronto com a paiN, e achou que sua equipe conseguiu se planejar para a disputa por conta da previsibilidade dos Tradicionais:
Acho que, comparada aos outros times, a paiN é uma equipe bem previsível. Você sabe o que eles vão trazer, sabe como eles vão querer jogar. Isso não quer dizer que vai ser fácil ganhar, porque eles são extremamente sólidos no que fazem. Mas, no geral, é um time fácil de ler — você consegue prever o estilo de jogo, se preparar bem em cima disso, e acho que essa é a principal vantagem que os outros times têm sobre eles.

Você pode conferir mais trechos da entrevista com Guigo a seguir.
Esse tipo de escolha, mostra que as outras equipes têm que ter cuidado com a pool da FURIA no Fearless?
Com certeza, esse é o intuito final, no fim das contas: trazer mais campeões pro Fearless Draft, que é um formato em que algumas equipes vão acabar meio que tropeçando se não tiverem muitos bonecos na cartola. Porque, além de você ter que jogar com três bonecos diferentes, ainda existem os bans dentro do próprio draft — então os picks acabam sendo realmente um problema.
Você é um jogador que não se importa em criar jogadas mesmo negativo em KDA, algo que vemos bastante o Baus fazer, por exemplo. Acha que esse aspecto é algo que te define como jogador?
Cara, acho que sim, mas isso tem mais a ver como eu acredito que o jogo deve ser jogado, não necessariamente porque eu concorde com estilos como o do TheBaus, por exemplo. Eu, pessoalmente, não sou muito fã. O TheBaus sempre vai priorizar a wave em vez do gold, e isso pode até trazer uma vantagem pra ele depois, mas acho que é um estilo pouco confiável.
Existem formas muito fáceis de punir isso no competitivo — basta o jungle aparecer por lá e você já não pode mais proxar, não consegue mais jogar tão livremente em cima da wave. E isso é ainda mais evidente no meta atual, em que os suportes e os junglers estão se movimentando bastante pra criar jogadas. Então, na minha visão, é um estilo fácil de ser punido.
Mas eu concordo um pouco com o que você falou sobre ainda estar buscando o jogo. Sinto que, mesmo se eu estiver 0/2, 0/3, 0/4, vou continuar fazendo o que é certo dentro da partida. Vou tentar resistir, vou trocar quando for a hora certa — e acho que isso é uma característica do meu jogo.

Você se coloca como um dos líderes dessa jovem FURIA?
Eu me coloco sim — principalmente fora de jogo e dentro da nossa rotina de treinos. Sinto que sou um cara bem participativo, tento dar bastante a minha opinião e guiar os meninos em algumas coisas dentro do game. Então, me considero sim uma liderança.
Acho que o que ainda falta pra mim é conseguir trazer um pouco mais dessa liderança pro jogo em si. Às vezes sinto que tenho uma visão de jogo um pouco mais avançada que a deles, mas ainda falta conseguir aplicar isso durante a partida.
Vemos um clima mais tranquilo dentro do time, olhando de fora. Isso tem feito diferença para o desempenho de vocês, essa amizade fora de jogo?
Cara, acho que acaba facilitando um pouco a convivência, sim. Mas não sei se isso necessariamente tem um impacto direto na nossa evolução como time. A convivência fica um pouco mais leve, com certeza, mas isso não se reflete, obrigatoriamente, nos resultados dos treinos. Às vezes, ser muito amigo da pessoa até pode atrapalhar nesse sentido.
Consegue falar mais sobre esse último ponto, de nem sempre ser bom ser muito amigo do teamate?
Quando você é amigo do cara, já conhece ele há bastante tempo ou tem uma aproximação legal, às vezes isso pode acabar desgastando a relação.
Pra mim, por exemplo, algo que eu tinha com o Seel na Keyd era um respeito mútuo muito forte, e a gente conseguia fazer um bom trabalho por causa disso. Acho que, quando você é muito próximo de alguém, às vezes esse respeito pode se perder um pouco. Então, no fim das contas, acredito que o ideal é ter um equilíbrio entre as duas coisas.

Você citou o Seel. Enxerga semelhanças de seu técnico atual, o Thinkcard, com o que era feito na Keyd?
Cara, o Seel era um cara mais rígido e metódico. Ele gostava de ter o controle do time, queria que as coisas funcionassem do jeito dele. Ele implementava sistemas para gente jogar, criava a nossa rotina do dia — era bem sistemático mesmo.
Já o Thinkcard, eu sinto que é um cara que acredita mais na liberdade dos jogadores, que eles vão performar melhor sendo quem realmente são. Então, nesse ponto, eles são bem diferentes.
Ainda assim, comparando os dois, acho que o Thinkcard tem um conhecimento de jogo um pouco melhor que o do Seel. Não é nada gritante, mas enquanto o SEel tinha uma vantagem maior na parte de pessoas e gestão, o Thinkcard compensa com um entendimento mais aprofundado do jogo.

O que vocês conseguiram ajustar melhor pra vocês conseguirem traduzir o desempenho dos treinos pro stage?
Cara, eu sinto que, pelo primeiro split ter sido um pouco curto, a gente não teve tanto tempo pra se entender como jogadores — entender como cada um gosta de jogar, como a gente se encaixa nisso tudo. Faltou esse trabalho, até porque a gente é muito novo, então as discussões acabam não sendo tão profissionais assim.
Às vezes, alguém pode levar algo pro lado pessoal. Quando você é mais novo, as emoções estão mais à flor da pele, então acho natural isso ter acontecido.
Agora, nesse segundo split, eu sinto que a gente veio com mais vontade — não de brigar, mas de discutir, de resolver as coisas de forma mais transparente. No primeiro split, a gente discordava muito dentro de jogo. Cada um queria jogar de um jeito, todo mundo dava call, ninguém abaixava a cabeça pro outro… acabava virando uma bagunça.
Agora, eu sinto que a gente tá brigando mais como time mesmo, conversando mais pra tentar encontrar uma coesão. A gente tá sendo mais honesto e sincero um com o outro, e acho que essa é a maior diferença.
Antes, a gente guardava as coisas dentro do jogo pra, sei lá, manter o clima leve ou algo assim. Nesse split, a gente tá falando na cara mesmo: se gostou, gostou; se não gostou, paciência. Tá mais nesse clima.
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