LTA Sul 2025: “Eu me senti um pouco injustiçado”, diz Hauz sobre trajetória
League of Legends
Após a vitória da LEVIATAN, o mid-laner e MVP da série, Hauz, topou falar com exclusividade sobre a série e o momento do jogador. Sempre alvo de muitas críticas na sua carreira, esta é a segunda entrevista que o jogador topa pra falar do seu “novo arco”.
Hauz, eu queria que você focasse no seu individual: qual é o sentimento de vencer essa série MD5?
Cara, é incrível. Eu acho que depois da vitória do Fluxo eu virei uma chavinha na minha cabeça de como eu posso enxergar o stage, como eu posso lidar com a pressão, como eu posso performar em stage, sabe? Eu acho que isso era uma dúvida pra muita gente, ainda mais em playoff.
Eu acho que muita gente talvez duvidasse se eu jogaria bem em playoff ou não. Eu acho que eu poderia ter jogado melhor, eu já sei muitas das coisas que eu poderia ter feito melhor, sabe? Mas, no geral, eu tava muito focado no jogo, eu tava bem centrado. Eu acho que em nenhum momento eu me vi perdido exatamente no jogo.
Eu consegui entrar muito no flow do dia, entendeu? E foi maravilhoso ter jogado 5 jogos, eu acho que é muito bom pra minha experiência como jogador. Individualmente falando, isso tem um significado muito grande na minha carreira.
Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.
Muita gente já sabe um pouco da minha trajetória, como ela foi. É difícil, eu já duvidei muito de mim, já pensei muita besteira, já pensei muito negativamente. E esse ano foi um ano onde eu comecei a enfrentar as coisas de maneira mais real, sabe? Eu comecei a enxergar: se eu não jogo bem em stage, o que tá acontecendo? Em vez de falar “ah, talvez eu não esteja sentindo a pressão”, eu comecei a enfrentar todos os problemas com a minha cabeça.
Não que eu tenha algum problema específico, mas é essa parada de entender o que acontece. Todo mundo sabe que eu tenho ótimos jogos em treino, ótimas performances, e trazer isso pro stage era uma incógnita, era uma dificuldade.
Então esse ano eu preparei muito minha mente, desde o final do ano passado. Venho refletindo, pensando, e é algo que o jogador profissional tem que encarar: a pressão, as críticas, o que falam bem ou mal. Cara, eu acho que eu tô num caminho maravilhoso pra isso, tô muito feliz por ter ganhado hoje. Falando individualmente, como pessoa, e profissionalmente, sei que ainda tenho muito trabalho pela frente.
Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.
Eu queria entender um pouco sobre o que é essa preparação.
Cara, é um conjunto de muita coisa que vim mudando no meu dia a dia. Não foi trabalho de um mês ou dois, foi de muitos meses. Desde o ano passado eu tenho tentado refletir e enfrentar as coisas todos os dias.
Na off-season eu tava muito mal depois que saí da Kabum, e fiquei pensando: “cara, o que tá acontecendo, o que eu tenho que fazer?”. Então são vários dias refletindo sobre a carreira, qual o próximo passo. Eu nem sabia se ia estar aqui na LTA.
Pegando exemplos claros: sim, terapia. Também faço bastante coisa de respiração. Mas o mais importante é meu dia a dia, ter uma rotina. Por exemplo: ontem, antes de dormir, eu pensei “preciso relaxar, é só mais um dia, as pessoas vão falar bem ou mal, eu posso errar um flash, uma skill hoje que não vai importar nada”.
Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.
Eu fui criando essa casca, treinando minha mente pra pensar positivo e não deixar coisas negativas me atrapalharem. Antes, um dia ruim de treino já me colapsava, ou ver coisa ruim na internet. Parei muito de abrir o Twitter.
Eu sei que muitos pro players colocam o nome ali no Twitter depois de ganhar ou perder e veem um monte de coisa. Ou pega o ego e fica confiante demais, o que também não é bom, ou vê coisas horríveis, que entram no subconsciente e isso vai te mastigando.
Eu passei anos nessa armadilha sem perceber. E eu sinto que esse ano é meu ano de maior evolução individual, como Bruno e como jogador. Porque eu tô lidando melhor com a pressão, enfrentando as coisas do jeito que são.
Foto: Reprodução/LTA Sul Flickr.
Se falavam que eu pipocava no stage, eu não posso dar atenção pra isso, mas posso analisar: “é isso mesmo? Se for, beleza, vamos trabalhar. Se não for, é outra coisa”. Eu enfrentei tudo o que tinha que enfrentar pra evoluir como pessoa.
Nesse enfrentamento, Hauz, vamos pegar um pouquinho na ferida. Você acha que foi injustiçado na saída da KaBuM?
Cara, vou falar de forma tranquila, pra que ninguém pense besteira. Eu me senti um pouco injustiçado porque eu não esperava sair. Nas últimas semanas, se você perguntar pra qualquer um, eu era um dos que mais tava dando de si, tentando muito com o que a gente tinha em mãos.
Não esperava que fosse cair nas minhas costas. E eu acho que caiu muito nas minhas costas. Eles falaram “não, a gente vai mudar” e ponto. Eu pensei: “tá bom, se vocês querem tomar essa decisão, prefiro nem lutar contra”.
Eu não quero ficar num lugar onde não me querem. Então, ao mesmo tempo, foi muito bom ter saído da Kabum. Foi um passinho pra trás, eu poderia até ter jogado no tier 2, não sei… Estar na LTA poderia ser um desafio muito grande, tem ótimos midlaners, ótimos times. Eu poderia arregaçar ainda mais minha carreira, se chegasse no Tier 1 e performasse mal. Então, sim, eu me senti assim, mas eles têm os motivos deles, e eu super entendo o conceito de empresa e querer mudar os ares.
Foto: Reprodução/Riot.
Você enfrentou muita coisa, mas sendo categórico: todo processo precisa de um resultado, certo? Hoje veio essa vitória de MD5, com você tendo destaque, e é a primeira vitória em MD5 da LEVIATAN. Existe o sentimento de estar no caminho certo?
Cara, existe bastante. Acho legal poder proporcionar isso pro time da LEVIATAN e honrar enquanto eu estiver aqui. Mas individualmente grita mais. Essa vitória grita muito mais na minha trajetória.
Vi até na internet que fazia 3 anos que eu não ganhava uma MD5. Então é muito importante pra eu entender que tô no caminho certo. Como você falou, sem resultado a gente não sabe se realmente tá indo bem ou não. Hoje mostra que evoluí bastante, principalmente no quesito mental.
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