O MSI 2023 acabou e teve a JDG como a grande campeã do torneio. Os chineses derrotaram os conterrâneos da BLG por 3-1, em uma final bem unilateral. A edição deste ano em Londres marcou a estreia do novo formato, com eliminação dupla e sem partidas MD1.
A novidade causou um certo estranhamento logo de cara, mas logo a comunidade entendeu que era um estilo semelhante ao que a Riot adota no VALORANT, nos Masters.
Um formato com mais jogos e menos “zebras” proporcionadas pelas MD1 é algo pedido pela comunidade há muito tempo, mas será que deu certo?
A Fase de Entrada do MSI 2023
De certa forma foi justa. Embora não dê pra deixar impossível de se avançar, é meio impossível de se fazer uma fase de entrada nivelada para as regiões menores. No geral, o resultado até que foi legal, com mais partidas e um nível interessante da maioria dos times.
Parando pra pensar, tivemos um finalista do MSI no play-in, o que é inegável que seja injusto comparando com o nível dos times que ali estavam. Mas, para mim, em uma soma final, o fato de ter mais jogos e forçar adaptabilidade das equipes é um ponto super positivo de se analisar.
É claro que em MD1 se favorece as regiões menores, pois podemos ter um resultado inesperado ao vencer um adversário mais forte, porém, até que ponto isso serve para evoluir?
De maneira geral, eu gosto do formato da fase de entrada, mas prefiro o que será implementado no Worlds 2023, que obriga ao menos um time de região menor ir para a etapa principal do torneio, já que teremos apenas o seed 4 da Europa ou do NA, sem os da China e Coreia, como anteriormente e com duas vagas para o evento principal.
Ou seja, dá para o MSI ser moldado e tornar-se um campeonato ainda mais divertido de se assistir.
O Main Stage
Com certeza a parte que mais gerou burburinho dentro da comunidade, tanto no Brasil, quanto lá fora. Tudo começou dando errado no momento do sorteio dos confrontos. Mal planejado e parecia até algo roteirizado pela própria Riot. Tivemos as mesmas finais regionais logo de cara e isso foi crítica dos próprios jogadores.
Existe um gap, isso é óbvio. Durante uma MD5, o melhor time sempre vence, o time que se adapta e se molda. Em MD1, como anteriormente, isso era mascarado em vitórias esporádicas tanto da Europa, quanto do NA e que davam um ar de ‘’poderia ser diferente’’. Desta vez, isso não aconteceu.
Momentum é algo importante dentro do League of Legends e você começar vencendo, ou jogando bem, contra um time do seu nível ou até mesmo um pouco melhor, ajuda e muito. É complicado pra uma Golden Guardians da vida entrar para competir já de cara contra uma BLG, podendo ter uma partida acirrada com algum time Europeu.
Mas, no geral, o resultado foi bom. O público está interessado cada vez menos em ver partidas inúteis e que não agregam em nada. Ou seja, quanto mais disputa em alto nível entre os melhores, melhor.
Diminuir o gap não é uma tarefa fácil e o MSI 2023 surgiu para escancarar esse grande problema que o Ocidente vive. Porém… dava pra ter sido mais suave, com um sorteio mais organizado, como os que rolavam anteriormente, com bolinhas e não de envelopes que passam uma visão completamente esdrúxula.
Dupla eliminação é um sucesso
Sem dúvidas, um campeonato vive de narrativas. A narrativa da DRX campeã do Worlds 2022, as reviravoltas da EDG no Worlds 2021 e apenas uma única vez aconteceu algo semelhante em um MSI, com aquela G2 de 2019.
A chegada da dupla eliminação trouxe consigo essa parte fundamental de um campeonato: manter o torcedor, seja ele do time ou não, interessado no torneio. Quantas pessoas não passaram a amar a DRX e realmente torcer depois de cada degrau passado por eles?
O mesmo aconteceu com a BLG, que por mais que um pouco favorita por ser seed 2 da LPL, derrotou gigantes como T1 e GEN.G após cair para lower bracket. Algo que teria nos sido retirado sem a dupla eliminação.
Considerações finais
Na somatória geral, o primeiro MSI neste novo formato, depois de anos seguindo o mesmo antigo e tendo um torneio em 2022 considerado um dos piores de todos os tempos, o saldo é positivo.
Para mim, apenas alguns ajustes na fase de entrada, assim como nos sorteios, deixariam o campeonato mais interessante, como proibir equipes da mesma região se enfrentarem logo de cara nas primeiras MD5 do Main Stage.
Agora sobre o gap, ele é inevitável. As regiões precisam encontrar formas de diminuí-lo, assim como foi feito em 2018 e 2019 e mais ou menos em 2020. Europa e Ásia eram muito parelhas, com a LCS correndo por fora.
Como fazer isso? Ainda não sei. Talvez eu desenvolva mais em um próximo texto.
- Veja também: JDG não perdeu nenhuma MD5 no ano