O domingo retrasado (25) marcou o fim do Stage 2 da Overwatch League. New York Excelsior manteve a forma da primeira etapa e se classificou direto para a final das Title Matches. Lá, enfrentou uma embalada Philadelphia Fusion e teve que se desdobrar para conseguir a virada e o prêmio de cem mil dólares extras.
Para chegar na final, o time de George “ShaDowBurn” Gushcha teve a difícil tarefa de encarar a London Spitfire, campeã do Stage passado. Contrariando as expectativas, os alaranjado acabou vitorioso após obrigar a franquia londrina a levar para Rota 66, o último mapa.
Muitas equipes caíram de nível com a mudança de patch, como foi o caso de Los Angeles Valiant e Houston Outlaws. Shanghai Dragons, ao mesmo tempo, continua sem vitórias. Por sorte, a janela de transferências ainda não fechou e ainda dá tempo de rechear o roster. Enquanto as novidades não vêm, aqui estão quatro conclusões após o Stage 2 da Overwatch League.
NYXL é o melhor time do mundo
Aconteceu. Depois de aproximadamente quinze meses, o núcleo da antiga LuxuryWatch Blue finalmente conseguiu capturar um título – ainda que simbólico. Kim “MekO” Tae-hong, Song “Janus” Joong-hwa e Park “Saebyeolbe” Jong-ryeol ganharam pela última vez na IEM Gyeonggi, em dezembro de 2016, e desde então vinham tentando levantar outra taça.
Ao longo de todas as edições da OGN Overwatch APEX – com exceção da última, a qual não jogaram – , o grupo foi cotado como um dos favoritos ao título. Isso porque tinham Hwang “Fl0w3R” Yeon-oh, uma jovem estrela que consegue literalmente jogar com todos os heróis em alto nível, e só isso já era motivo para alavancá-los ao topo.
Mas de novo e de novo a LW Blue e até mesmo o atual roster de Nova York arranjava algum meio de decepcionar. Toda temporada levando hype, perdiam constantemente na hora da verdade. Foi assim nas quartas-de-final da APEX S1 contra BK Stars, semifinal da APEX S2 contra RunAway e mais recentemente em partida contra a Spitfire, onde levaram surpreendente virada.

Depois desse último revés, o consenso geral passou a ser de que eram amarelões, que não conseguiriam vencer uma final ou partida importante. Afinal, eles dominaram o Stage 1 inclusive com vitórias sobre os outros dois rivais coreanos. Sendo assim, só faltava um título de etapa para coroá-los o definitivo melhor time do mundo.
Quando se viram perdendo de 2 a 0, certamente passou um frio na barriga de cada jogador da Excelsior. Contra uma equipe ocidental, ainda por cima, seria mais um fiasco na história deles. Mas após o intervalo para o terceiro mapa, tudo começou a encaixar e eles ganharam Indústrias Volskaya, Hollywood e Observatório: Gibraltar em sequência.
New York Excelsior tem o melhor recorde até agora na Overwatch League. São dezoito partidas vencidas, apenas duas derrotas e 65 mapas ganhos de 86 jogados. Ela tem alguns dos melhores jogadores do mundo como Bang “JJoNaK” Seong-hyun e Saebyeolbe. E com a vitória sobre a Fusion, ninguém pode negar que estão no topo do Overwatch.
Reverse sweep é o caminho
Tem algo estranho acontecendo nas Title Matches da Overwatch League. De alguma forma, tudo tem se resumido a reverse sweeps. Spitfire saiu de um déficit de dois mapas contra a NYXL no primeiro Stage e os nova iorquinos fizeram o mesmo contra a Fusion no segundo.
Para se ter uma noção, levando em conta torneios relevantes da era pré-OWL, nunca havia acontecido um reverse sweep em partida de playoffs. O mais próximo disso foi a Lunatic Hai que, perdendo de 3 a 1, emplacou três mapas em sequência pra cima da RunAway para se sagrar campeã da segunda temporada da APEX.

Com o argumento de que a equipe derrotado tende a cansar no meio da série refutado – graças aos 14 mapas jogados por Park “Profit” Joon-yeong e companhia na final contra Nova York -, a principal justificativa passou a ser sobre o sorteio e ordem dos mapas da final.
Fusion, por exemplo, abriu a última série com Rota 66 e Torre Lijiang, nos quais mantém win ratio de 85.7% e 80%, respectivamente. A NYXL, por outro lado, ganhou 66.7% e 55.6% nesses mapas. A balança virou a favor de Kim “Libero” Hye-sung nos mapas restantes.
Os mapas das Title Matches do Stage 3 ainda não foram divulgados então é impossível avaliar estatisticamente se há chances de mais uma série de cinco jogos. Mas se tivesse para apostar às cegas se vai haver um terceiro reverse sweep, é bem capaz que fosse uma boa opção.
Seoul está longe do nível dos outros times coreanos
Quem acompanha o cenário competitivo de Overwatch desde o início indubitavelmente já ouviu falar do nome Lunatic Hai. Ao lado de EnVyUs, Rogue e GC Busan, foi uma das line-ups mais dominantes da história. Venceram duas APEX seguidas e sempre mostraram sangue frio e sinergia incríveis até para os padrões coreanos.
Kim “zunba” Joon-hyeok, Gong “Miro” Jin-hyuk, Ryu “ryujehong” Je-hong e Yang “tobi” Jin-mo, o core do time, foram por bastante tempo os melhores das respectivas posições. E na transição para a Seoul Dynasty, eles renovaram a dupla de DPS que, por causa de Kim “EscA” In-jae, sempre fora o ponto fraco da equipe. Era uma receita para o sucesso.
No início do campeonato, o recrutamento de Kim “Fleta” Byung-sun pareceu ser a última chave para o sucesso da Dinastia. Mas logo ficou claro que os aurinegros estavam em apuros: o patch do Stage 1 não foi ideal para tobi, conhecido por ser o melhor Lúcio, e a comissão técnica frequentemente tomou decisões duvidosas em relação a escalação. Terminaram em quinto, atrás de duas franquias ocidentais.

O meta mudou na segunda etapa e em teoria seria perfeito para darem a volta por cima. Lucio estaria de volta, tobi e ryujehong não precisaria ficar preso à Mercy e Miro estava voltando à formas anteriores. Mas novamente Seoul perdeu pras duas esquadras coreanas, tropeçou contra um time do ocidente e se viu fora das Title Matches.
A realidade é que as lendas do passado da Lunatic Hai não são mais as mesmas. ryujehong não é mais o melhor jogador do mundo. Não é nem mais o melhor Zenyatta do mundo. Miro não é mais o melhor Winston do mundo. E embora tobi ainda esteja num nível altíssimo com o suporte tupiniquim, não é o suficiente para bater de frente contra os JJoNaK e Hong “ArK” Yeon-joon da vida. Sendo assim, a Dynasty vai ter que se virar para achar uma solução que os propulsione de volta ao topo.
O fundo da tabela está chegando
As coisas estavam feias para o fundo da tabela. Los Angeles Gladiators, San Francisco Shock, Dallas Fuel, Florida Mayhem e Shanghai Dragons não tiveram nenhuma chance contra o resto dos times no Stage 1. Os problemas variavam de coordenação, poder de fogo, estratégias, adaptabilidade ao meta, problemas de map pool. Pode escolher.
A virada para a segunda fase, contudo, fez bem para a maioria desses cinco. Os Gladiators contrataram Baek “Fissure” Chan-hyung, o que melhorou visivelmente a linha de tanques do time. Ele é o segundo melhor tank do mundo, afinal. Mayhem, apesar de ter jogado pouco com a nova adição Joonas “zappis” Alakurtti, jogou de forma revigorada.

Olhando superficialmente para o placar da Shock, é de se pensar que não houve melhora. Mas para ser justo, houve diversas partidas nas quais perderam por pouco, como contra Florida e Boston Uprising, e também não foram tão mal contra a Dynasty. Até a Fuel conseguiu bater de frente com os coreanos ao final do Stage.
Shanghai óbviamente ainda é o pior da liga, sem ao menos uma vitória e um terrível score de 8–73–1 (V-D-E). Chao “Undead” Fang, um dos pontos fortes da franquia, teve o contrato rescindido, mas He “Sky” Junjian e Kim “Geguri” Se-yeon estão chegando para tentar virar a mesa – ou ao menos conseguir o primeiro triunfo.
Se os favoritos acham que podem usar jogadores reservas contra equipes de baixo da tabela, é melhor abrirem o olho. Como os narradores gostam de frisar, cada mapa conta e uma derrota surpresa pode ser a diferença entre classificação para os playoffs e uma volta antecipada para casa.