No último domingo (23), a Jeunesse Arena foi palco de mais uma final de um grande evento de CS:GO no Brasil. A IEM Rio 2023 terminou com título da Vitality, mas o público brasileiro passou o recado de querer mais eventos no país.
Torcida presente
As arquibancadas não estavam lotadas e nem pulsantes como no Major, mas os torcedores compareceram em ótimo número e fizeram sua festa. No início, como torcidas organizadas do futebol, as baterias estavam em sintonias diferentes, o que prejudicava o show no total. Ao fim do evento, elas se uniram para potencializar a festa na arena.
A pulsação é algo único no Brasil. O país é pioneiro em um modo de torcer mais caloroso e menos robótico. Temos futebol e escolas de samba em todo nosso convívio social. Mesmo que alguns não gostem dessas manifestações culturais, de algum modo é afetado por ela. Não tem jeito.
E isso casa bem com a Dezorganizada Furiosa, para citar um exemplo com quem falei durante a IEM Rio 2023. Fiz uma entrevista com LeoGOD, um dos fundadores da torcida, na qual ele revelou que integrantes da torcida possuem experiência em escolas de samba do Rio de Janeiro e também alguns já fizeram parte de torcidas organizadas de seus clubes do coração.
Por que os estrangeiros ficam tão entusiasmados com a festa brasileira? É pela junção dessas grandes manifestações que culminam em nossas festas na Jeunesse Arena. O movimento é recente, mas já faz barulho suficiente para dizer que estamos aqui.
Brasil quer mais campeonatos e pode muito mais
Pelo segundo ano consecutivo, um grande campeonato de CS:GO foi realizado no Brasil. Para a comunidade, isso é um colírio. Passamos anos pedindo – quase implorando – para que as organizadoras de torneio vissem o Brasil como um player que pudesse sediar campeonatos ao longo do ano. E, aparentemente, esse dia chegou. Ainda não há previsão de uma edição da IEM em 2024, mas os torcedores brasileiros deram seu recado: queremos e podemos mais.
A Intel e ESL, organizadoras de IEM Rio 2023, entenderam isso. Conversei com Bruno Shigemura, Gerente de Marketing da Intel Brasil, que confirmou que a organização dos eventos de CS:GO podem optar por rodar o país com as competições. Como país de dimensões continentais, é uma ótima maneira para que os torcedores de todas as regiões do Brasil possam desfrutar de um campeonato em seu estado.
Brasileiros deram o recado nas arquibancadas
A IEM Rio 2023 não foi tão grandiosa como o Major de 2022. No entanto, o evento contou com diversas atrações além do torneio. Um stand gigante comportava diversos PCs para testes de jogos como o CS 2 e outros. FURIA e MIBR levantaram suas lojas, expuseram artefatos preciosos como o troféu da ESWC 2006, fizeram tarde de autógrafos entre outros.
Havia um temor que o campeonato não tivesse uma presença de público impactante. No entanto, a torcida compareceu em bom número na Jeunesse Arena. Não estava abarrotado, mas a casa estava cheia diariamente. Isso pode ser resultado do convite à Imperial às vésperas do início do campeonato.
No sentimento, achei essa edição melhor. Com uma estrutura mais enxuta, torcedores puderam focar 100% – ou quase isso – na competição, que consagrou a Vitality campeã. A disposição do palco também melhorou. Além de mais bonito, a experiência do torcedor foi melhor com o stage na disposição que estava.
A entrada do público na IEM Rio 2023 foi tranquila, houve zero confusão durante toda a competição e a dispersão também foi de modo ordeiro. A competição ocorreu de forma calma aos olhos do público, o que deixou uma boa impressão.
O Brasil quer mais campeonatos de CS:GO – e também de outras modalidades – e o país pode sediar as maiores competições do mundo de qualquer jogo. O público brasileiro mostrou que aqui pode ser a casa dos esports na América do Sul. E por que não das Américas de uma maneira geral?