Noxus, Demacia, Freljord, Ionia, Shurima, Águas de Sentina e tantas outras regiões… LoL é um universo vasto demais para caber em 3 mapas e uns modos de jogo. Não é à toa que Legends of Runeterra chegou aí para expandir ainda mais essa história de liga das lendas, sem falar em tantos outros jogos singleplayer que estão nos planos da Riot Games. Isso faz total sentido: League of Legends tem mil e uma histórias pra contar. Mas está na hora de acompanhar de perto todos esses reinos batalhando.
E tudo isso ficaria muito f*** dentro de um game de estratégia.
Não me estranha que a Riot Games já está pensando em fazer isso daí, abrindo enquetes e perguntando para os fãs de LoL se eles gostariam de ver algo assim em breve. Riot, deixa eu te adiantar uma coisa aqui: mas é claro!
LoL esconde um cenário político cheio das tretas
Sou um fã eterno de Warcraft 3 e meu canal no YouTube mostra isso, mas eu tenho que admitir que League of Legends é menos polarizado em uma visão macro de lore. Vou explicar: Azeroth se mantêm constante em confrontos entre dois lados até uma boa parte de World of Warcraft — humanos contra orcs, Horda contra Aliança, todas as raças contra demônios, ou bichos do submundo dessa vez, ou alienígenas na outra, e por aí vai — enquanto Runeterra é muito mais diversa. São vários reinos trocando carícias diplomáticas e balísticas. Basta ver algumas das animações que a Riot Games lançou nos últimos anos. A que coloquei logo acima é só um dos vários exemplos.
E bons games de estratégia exploram essas tretas políticas e diplomáticas em tudo quanto é canto do mundo. Seja pela campanha, seja pelas partidas PVP, seja pelo background. A diferença é o quão profundo cada um dos jogos faz essa imersão. Vamos fala mais sobre isso logo, mas saiba que isso é o que mais acontece nas reviravoltas e animações de League of Legends.
Quem já acompanhou alguns desses desdobramentos pode relembrar de Noxus detonando tudo com ferro e sangue, Ionia segurando essa onda aí, Demacia em seu reinado de conquistas, os mistérios e Shurima e suas relação com o mundo. Só falta trazer isso pras mãos dos jogadores.
Jogos de estratégia também entregam uma boa variedade de civilizações e seus principais traços. E temos isso, não é mesmo? Demacia com bom poder militar e diplomacia, Noxus com arsenal pesado, Piltover com uma tecnologia mais avançada que os demais, Águas de Sentina dominando os mares… Praticamente a Riot Games já tem um game de estratégia em suas mãos.
Legends of Runeterra bem que tenta mostrar um pouco mais de cada uma dessas regiões, mas sequer consegue mostrar onde estão acontecendo todas essas batalhas ou porque elas estão acontecendo. Falta aquele toque de contexto, aquele tempero de imersão nesse mundo. Os games de estratégia conseguem fazer isso como ninguém — e de várias formas diferentes.
A pergunta difícil: RTS estilo Warcraft 3 ou Civilization?
O próprio gênero de estratégia tem várias iniciativas diferentes. Muito embora a Riot Games esteja mirando em um modelo parecido com o de Civilization V, a proposta de outros jogos também consegue cumprir esse objetivo. Vamos falar das duas maiores.
Civilization é uma série de estratégia que foca seu gameplay em uma velocidade mais lenta (porém estratégica) das suas ações. Normalmente os jogadores tem uma dúzia de ações para fazerem nas rodadas, podendo traçar alianças, mobilizar exércitos, desenvolver as cidades e expandir sua economia por meio de mil e um recursos. É um jogo de puro macro, como nós dizemos — quando o quesito principal é a visão “global” e econômica do seu jogo.
As vantagens de um modelo ao estilo Civilization:
- Visão muito maior do mapa, sendo perfeito para os fãs conhecerem melhor Runeterra e verem o desenvolvimento dela em tempo real — algo que nunca tivemos ainda em LoL;
- Gameplay mais lento e cadenciado, com cada partida sendo uma história única de domínio de Runeterra, valorizando as interações entre reinos, personagens e narrativas;
- Explora mais o lado econômico e político de League of Legends, expandindo o universo do jogo para âmbitos nunca vistos antes e explicando cada uma das tretas acontecendo por lá;
Enquanto isso, modelos mais clássicos também são válios. Você conhece ele de jogos das séries Age of Empires, Warcraft, Starcraft ou Command & Conquer. São jogos em que o domínio de um território é o principal e o jogador busca converter os recursos do mapa para formar seu exército e destruir o oponente. Há muito domínio de micro, como também dizemos — quando o controle individual e preciso das suas unidades é o grande diferencial.
As vantagens de um modelo ao melhor estilo RTS clássico são:
- Partidas mais rápidas e competitivas, favorecendo o esport que a Riot Games já é conhecida;
- Explora muito o estilo de combate e de exército de cada uma das facções e seus campeões únicos, e isso é o que não falta em LoL;
- Campanha tem um diferencial grande nesse estilo de RTS, podendo contar (e recontar) as tramas políticas de Runeterra que por enquanto só apareceram em animações e/ou contos oficiais da lore;
Os dois modelos tem pontos fortes, mas o primeiro ainda exige menos dos jogadores em quesitos tradicionais do RTS, como em realizar muitas ações por minuto (ou APM, como os tradicionalistas gostam de medir). Um jogo de estratégia com ritmo mais lento e mais voltado a história me parece mais chamativo para os jogadores por vários motivos, como a exploração rica e interativa de Runeterra e a sincronia com o próprio League of Legends de ter uma curva de aprendizado mais suave.
Warcraft 3, Age of Empires e StarCraft perderam sua força com o tempo justamente por ser mais exigente na parte mecânica. Mas é algo que a própria Riot Games poderia facilitar. Afinal, ela já fez isso com o próprio LoL dentro dos MOBAs.
Mano, o fato é que motivos não faltam pra Riot Games mobilizar um game de estratégia. Inclusive, um jogo nesse gênero é uma boa porta de entrada para um MMORPG no futuro — e esse é um dos maiores desejos entre muitos jogadores, eu sei disso. Warcraft 3 provou isso ao anteceder a chegada de World of Warcraft 3. Mostre o mundo ao jogador primeiro e depois deixe ele mergulhar no meio de tudo isso.
Tudo isso mostra que a liga das lendas está cozinhando uma treta épica há mais de 10 anos. E está na hora dos jogadores finalmente fazerem parte dela — basta a Riot Games querer.