Durante uma conversa entre o Kakavel e os ex-jogadores Revolta, Tockers e Absolut, o CEO da LOS falou sobre treinos contra a LPL, dificuldade de fechar um calendário de treinos no Brasil e também sobre como patrocínios não sustentam o cenário.
O último tópico surge quando o gestor explica que as empresas do esports não conseguem se bancar se apoiando exclusivamente com patrocínios. Entenda a partir da fala do próprio Kakavel:
No ano que fiz a fusão (LOS e Team One), em 2022, eu peguei os números da LOS e ela tinha dado 4 milhões de prejuízos. Então, assim, esses números não podem existir numa empresa, na minha concepção de empresário. Tem muita gente que enxerga que isso é evoluir, que isso é crescer, e eu respeito e tem muitos times que fizeram isso no Brasil e no mundo.

Então, eu acredito mais num crescimento consistente, onde você consegue não depender de terceiro para que o seu negócio aconteça, para que o seu negócio funcione e eu acho que a dependência de patrocínio que o esports tem ainda é algo prejudicial para o cenário.
“Você usou como exemplo uma modalidade falecida no Brasil”, diz Kakavel sobre comparação com o futebol brasileiro
Na sequência, Revolta questiona se essa dependência dos patrocínios não é o normal, tendo em vista que essa é a realidade do futebol, por exemplo, que é um cenário solidificado. Confira a resposta do CEO da Onda Laranja:
Você está levando como exemplo uma modalidade (futebol) que ela é quebrada no Brasil. Ela é falecida no país, 90% dos times brasileiros devem muito mais do que eles têm.
E o Tockers questiona:
Mas se até o futebol chegou nesse ponto, o esports ser rentável também é difícil, não é?
Contudo, o Kakavel justifica que a questão é o cenário ser permissivo com esta dependência, veja:
Mas chegou nesse ponto exatamente porque teve a ajuda de alguém para chegar nesse ponto. Teve subsídio de alguma coisa para chegar nesse ponto e eu acho que isso não é sustentável.

“Fechamos o maior patrocínio da América Latina em 2018, mas…”, Kakavel tenta provar seu ponto com exemplo próprio
Finalizando o tema durante as conversas, o CEO decide usar como exemplo algo vivido por ele próprio para mostrar como depender cegamente de patrocínios neste meio pode ser a chave para entrar em dívidas profundas. Se liga:
Assim, a minha visão como empresário é: as empresas precisam consolidar os seus clientes, que, querendo ou não, é a sua torcida e precisam aprender como monetizar em cima disso. O patrocínio é uma das frentes de monetização, só que o patrocínio é muito incerto.
Vou dar um exemplo da TeamOne: a gente fechou um patrocínio lá de um ano e foi o maior da América Latina em 2018. E aí o cara garantiu que ia renovar para a gente em três anos, mas que essa renovação só rolaria no meio do ano. Chegou no meio do ano e ele simplesmente falou que não ia renovar mais. Eu estava nos Estados Unidos com o time de CS, fazendo gastos, fazendo investimento, e as coisas aconteceram depois dali.

Então você fica muito sujeito (aos patrocinadores), muda o presidente da empresa, muda a forma de pensar desse presidente, ele não quer mais investir em esports, vamos supor que ele quer passar a investir no futebol, isso significa que você não tem mais aquela receita. Você tem que ir atrás de outra. Então eu acho que o patrocínio é uma das receitas, mas não pode ser a principal, como é hoje.
Confira todo o bate-papo entre as figuras do cenário no vídeo abaixo:
Acompanhe a LOS no Circuito Desafiante
Com a line-up da LOS composta por SuperCleber, StineR, MG, Netuno e Sanghyeon a LOS vai competir no Circuito Desafiante, que estreia no dia 17/03, e terá em seu caminho equipes como Flamengo, Corinthians, KaBum IDL, além das academys de RED e Vivo Keyd.
O vencedor terá a chance de disputar contra as melhores do Tier 2 do LLA, além da Isurus Estral, uma vaga no Tier 1 da América do Sul.
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