A Liquid é uma das maiores vencedoras do competitivo do Rainbow Six nacional e, por isso, todos consideravam a MIBR como a underdog na grande final. Mas a prática foi diferente da teoria e a equipe de Guille venceu com autoridade e conquistou seu primeiro título nacional no Rainbow Six.
O Mais Esports conversou com o treinador da MIBR sobre a final, preparação, a equipe da MIBR em si e instabilidades na jornada até título; confira.
O treinador falou com o Mais Esports a respeito do tratamento como azarão na decisão do BR6. “O fato da MIBR ser considerado underdog não teve problema nenhum. A gente trabalhou, estudou a Liquid: o time se preparou para a grande final”, disse. Para Guille, o favorito era a Cavalaria: “A pressão ficou mais neles [Liquid]: eles tinham o apoio da torcida, dos palpites, a comunidade toda em cima dos caras. A gente entrou mais leve no jogo”, analisou.
Antes dos playoffs, o Mais Esports conversou com Guille e o treinador afirmou que o objetivo era chegar na decisão. Muito mais que isso, a MIBR levantou a taça da competição. Ganhar o título foi sempre o ponto principal, mas Guille confessa que a caminhada foi feita de jogo em jogo
“Todo time sempre vai almejar o título, mas nossa mentalidade era passo a passo. Primeiro [jogamos contra] a Team One, ganhamos. Depois nos preparamos para enfrentar a Liquid, então focamos muito na preparação. Finalizado isso, vamos para o jogo. A gente não estava pensando no futuro e sim no presente. Focamos no trabalho atual, na preparação em si, nos treinos e no dia do jogo colocamos o trabalho em prática”, disse ao Mais Esports.
Antes de conquistar o título, a MIBR enfrentou problemas no desempenho, principalmente no primeiro turno do BR6. Segundo o treinador da equipe, isso deu pelo motivo de que a equipe ainda era muito nova.
“O primeiro turno não foi dos melhores pois o time era muito novo ainda. Tinha a entrada do soulz1, também o cameram4n fazendo a função de IGL, que foi um grande desafio que ele assumiu, então foi um período de adaptação da equipe. Com o tempo, fomos entendendo o trabalho do time como um todo e conseguimos bons resultados no segundo split. Foi mais um período para entendermos, fazer um autorreflexão, entender qual é a cara do time e depois seguimos bem”, revelou Guille.
Guille também falou sobre as trocas de jogadores no elenco e como, segundo ele, isso contribuiu para uma irregularidade da equipe no Brasileirão. “Eu creio que as pessoas julgavam o time como irregular devido às constantes mudanças e quando você muda algum jogador, você não terá o resultado em um mês ou duas semanas. Leva um tempo para criar o entrosamento, a química. Devido à isso, tínhamos essa certa insconstância”, falou ao Mais Esports.
O treinador enumero as grandes mudanças da MIBR durante o tempo que ele comanda a equipe. “Quando eu entrei no time, o pX saiu e entrou o hugzord. Depois o hugzord saiu depos de uns quatro meses e entrou o cameram4n. Passou uma season e saiu o Novys e entrou o soulz1. Então, essas mudanças todas traz todas essas irregularidades no desempenho. Faz parte, mas agora estamos no caminho certo”.
A vitória da MIBR na decisão do BR6 se deve muito ao soulz1, jogador recém-chegado ao competitivo de alto nível brasileiro. Em seu primeiro campeonato nacional, o atleta foi o MVP da decisão e ajudou e muito a equipe a conquistar a competição.
Guille não poupou elogios ao seu comandado e exaltou a performance de soulz1 durante o campeonato. “Com a saída do Novys do time, a gente teve que alterar algumas funções e aí ficou aberto a tarefa de primeiro suporte, que é o famoso zagueiro. O soulz1 se enquadrava muito bem nisso, por que ele tinha potencial: dá bala, sabe jogar no bomb e faz clutch. Então ele cobria todos os requisitos”, falou.
“Com o tempo ele [soulz1] foi se desenvolvendo com a gente, foi mostrando seu poder e não foi a toa que ele virou o MVP da Grande Final. Essa foi a primeira decisão dele, primeiro Brasileirão, primeiro título e ainda foi MVP. Um cara muito bom, muito frio. Ele é o cara”, elogiou Guille.
Por fim, Guille revelou a rotina de preparação para o confronto da decisão do BR6 contra a equipe da Liquid. O estudo do adversário, segundo o treinador, foi feito até quase o último momento. “Contra a Liquid tivemos uma semana bem intensa de preparação: treino prático, tático e estudo do oponente. Seguimos isso até o sábado às 22h pois sabíamos a importância da final e entramos no jogo com total respeito”, disse.
Isso foi feito porque a MIBR tinha noção do perigo que a Liquid causava enquanto uma equipe bem estruturada. “Sabíamos que era um adversário forte e não estávamos esperando nenhum tipo de resultado específico: queríamos jogar mapa por mapa, um passo de cada vez e focar no melhor desempenho possível. Deu esse placar de três a zero, mas apesar de abrir dois a zero na final, eu falei para o time que ainda não tinha acabado e que era para focar no jogo”, concluiu.
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