O Circuito Desafiante 2019 vem aí. A segunda divisão do League of Legends brasileiro tem início na próxima segunda-feira, 21 de janeiro, e contará com a paiN Gaming na disputa, ao lado de outros dois campeões brasileiros, Team oNe e Red Canids. No comando da equipe, o técnico Thiago “Djoko” Maia terá sua escalação estreando contra a Matilha na primeira série do torneio.
Em dezembro, a paiN disputou a Superliga ABCDE 2018, em que ficou em segundo lugar após uma final acirrada contra a INTZ e-Sports. Após a série, Djoko comentou suas expectativas para o torneio oficial, o aprendizado do time durante a temporada e os principais adversários. Confira:
Vocês estão com essa lineup da paiN que foi estreada na Superliga. O campeonato foi uma espécie de laboratório para a escalação? O que vocês aprenderam com ele?
Djoko: Foi um laboratório para o processo de treinamento e para a line como um todo, fizemos muitas mudanças estruturais em como a organização funciona e como acontece toda a relação com os jogadores, então muita coisa positiva e profissional foi colocada na Superliga. Vamos levar grande parte do aprendizado nesse processo para o CD. Sobre a lineup, conhecemos os jogadores que nós adquirimos. O Minerva eu já conheço há muito tempo, mas ele evoluiu muito e mostrou uma faceta diferente, bem mais firme, e o esA é um jogador que eu trabalhei há dois anos atrás, que mudou drasticamente. Tudo mudou no esA. Então conhecer esses jogadores e entender quais são as armas que a paiN pode ter em 2019, mesmo em um meta diferente foi algo muito importante e decisivo.
Quatro times do Desafiante participaram da Superliga. Vocês acreditam que os times que participaram, especialmente a paiN, ficam em vantagem ou em desvantagem sobre as outras equipes?
Djoko: Todos os times que participaram da Superliga estão automaticamente com vantagem, de pegar ritmo de jogo e ter descoberto muita coisa sobre eles mesmos. Mesmo os dois que não participaram, a Red e a Havan Liberty, a Havan deve ser a mais prejudicada, porque eles não jogaram muitos eventos offline, coisas pontuais. A Red Canids jogou em alguns eventos menores, em convenções etc, mas ao mesmo tempo vem com mudanças na lineup, com a volta do YoDa e a chegada do Revolta. Essa lineup também não jogou. Pra esses dois, a vantagem que eles tem é que eles não mostraram nada, não sabemos a cara desses times. Mas, ainda assim, ritmo de jogo é algo muito importante e eu vejo que a ansiedade deles talvez seja um pouco maior sendo o primeiro jogo da line no CD.
Sobre as lineups do Circuitão, tem alguma que te assusta um pouco mais? Qual você acredita que está mais forte?
Djoko: Particularmente, tirando a paiN, a lineup que mais salta os olhos é a da Red. Eu já trabalhei com o YoDa, já trabalhei com muitas pessoas que trabalharam com ele. O Revolta é um grande nome, mas o nome que chama atenção é o dele. Porque eu sei o que ele tá abrindo mão pra estar lá. Se ele está abrindo mão do que eu sei que está para ser jogador profissional de novo, ele vai ser incansável na busca dele. Então é um nome que, nem só pelo jogador mas pelo significado dele estar ali, contagia os outros e faz uma lineup muito forte acontecer e nascer disso.
Você acredita que a Red e a paiN são os times mais fortes desse Desafiante?
Djoko: Esse CD está mais equilibrado na parte de cima e na parte de baixo. Acredito que tenham três times que terão que se descobrir no decorrer do campeonato, que são a Falkol, a Havan e a OPK, que são times que tiveram algumas mudanças mais radicais e, aparentemente, não mostraram sua cara de verdade. Esses três terão que se descobrir, enquanto Team One, Red e paiN são times que já entenderam mais ou menos esse caminho, são times mais experientes, organizações que vão bater de frente na parte de cima. Só que é claro que não tem como dar mole para ninguém, se der mole pra a Falkol e pra a OPK eles vão levar. Ainda mais a OPK, porque a OPK é complicado. Sempre a OPK, ela sempre decide tirar ponto de alguém. (risos)
Você está com três novos talentos no time, que são os meninos do Gilette Ult, projeto em que você também esteve envolvido. Como vai ser trabalhar com eles e o que você espera deles?
Djoko: Os meninos são extremamente promissores, o BGOB, o Mestre e o Eradan têm mecânicas muito boas, são meninos muito educados dentro e fora de jogo, então são peças muito legais que adquirimos pra o time, trazem esse ânimo e essa coisa jovial de quem tá começando. Às vezes o jogador que tá a muito tempo não tem isso. Eu vejo que eles vão ser peças fundamentais não só como reservas, mas também como parceiros de treino e, quem sabe, compondo um time B da paiN, uma paiN Academy. Ainda não sabemos se poderemos montar… Novidades em breve.
Então, vocês não pretendem usar os meninos do Ult ainda nesse CD?
Djoko: Talvez, sim. Acredito que dependa muito da evolução deles. Os próximos dias pós-recesso e voltando pra os treinos vão servir pra mostrar o quanto eles evoluem dentro disso. Especialmente no caso do Mestre, ele é um jogador que já tinha mostrado muitas vantagens competitivas no Ult, então ele pode ser o que esteja mais próximo. Mas o Eradan e o BGOB também têm muita qualidade.
Baseado no que vocês aprenderam na Superliga e no que você tem observado sobre a equipe, o que a paiN ainda tem para setar pra vir com tudo no CD?
Djoko: Eu acho que a parte de entender o processo nós entendemos, de como esse time deve funcionar, mas é um pouco sobre o clima que as coisas são feitas. Acredito que a gente às vezes erra no termômetro. Vamos muito para um lado ou muito para o outro, e não pega o equilíbrio competitivo. Equilíbrio em geral, saber dosar as coisas que aprendemos e temos nessa equipe.
Vocês fecham a Superliga com um 3 a 2 contra uma equipe de CBLoL em uma série muito acirrada e parelha, em que vocês dominaram o campeonato inteiro. Esse desempenho tá satisfatório para a paiN e para o Desafiante?
Djoko: Especificamente no caso da paiN, nunca é satisfatório uma derrota. A expectativa é muito alta, pelo campeonato e pelo nome do time, a paiN Gaming. Não é satisfatório. É admirável, até certo ponto, porque fomos até o fim e fomos lutando. Mas é inadmissível pelo nome da organização e pelo que a gente almeja. Ótimo que a gente tenha conseguido uma boa campanha, mas ainda tem muito caminho pela frente e não é o suficiente. Mesmo o nível de jogo foi insatisfatório. O nível de jogo que mostramos foi ok, mas em vários momentos do campeonato em si, acredito que estávamos melhor. A maneira com a qual a gente lidou com os playoffs e o nível de jogo apresentado no playoff pode melhorar bastante.
Por fim, quais são as suas expectativas para o Circuitão?
Djoko: O CD vai ser um campeonato longo e bem diferente do que o público e as organizações estão acostumados. Teremos que trabalhar pouco a pouco, com bastante paciência, cautela e jogo a jogo. A expectativa é que a gente faça o melhor trabalho possível e, assim como na Superliga, conseguir resultados bons. Mas, mais que na Superliga, conseguir o melhor resultado, vencer nos playoffs tendo um jogo mais redondo e mais conciso.
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