Ela venceu, no final de semana, um campeonato internacional de Age of Empires 2 contra as melhores jogadoras de todo o planeta e faturou cerca de US$ 1 mil. E não é a primeira vez que Ana Gabriela Lopes dos Santos, conhecida como Gabi dentro do AOE2, levou alguns títulos para casa assim como na Queen’s Clash no último domingo (14).
“Meu irmão me apresentou o game quando eu ainda era bem novinha”, explica Gabi, que conversou com o Mais Esports para contar mais sobre a sua trajetória. “Começamos com o Age 1 quando eu tinha em torno de 9 anos de idade e depois surgiram várias expansões do game ao longo do tempo até chegar no Age of Empires II Definitive Edition, que é o que jogamos atualmente. Porém, hoje em dia, eu estou melhor do que meu irmão que me ensinou a jogar”, brinca, complementando com aquele icônico “rs”.
Atualmente, Gabi mora em Brasília e está cursando Veterinária. De 2019 pra cá, ela já faturou quatro títulos internacionais em campeonatos femininos de Age of Empires 2. Além, é claro, de um showmatch em que venceu de seis mapas a um a rival Lavie_Head, da Bielorússia, que também venceu na disputa final pela Queen’s Clash.
Ela também chegou ao rating de 1939 dentro do jogo, o que a coloca atualmente entre os 400 melhores jogadores de todo o mundo.
“Eu sempre ganhei os últimos torneio com muita facilidade e nesse foi diferente, pois tivemos várias participantes de alto nível, como Ofelia, Lavie_Head e Ashley, que são players bastante conhecidas na comunidade age mas que não tinham participado de nenhum torneio até então”, explica.
Para ela, isso pode coroá-la como a melhor jogadora do mundo de Age of Empires 2. Pelo menos até o momento.
Uma das coisas interessantes para ela é a união com as demais jogadoras do cenário. “Temos um grupo chamado Age of Queens que reúne todas as meninas da comunidade de Age. Lá discutimos e trocamos ideias sobre eventos e torneios para fortalecer o ingresso e o progresso de mais mulheres no jogo”, explica.
“O maior desafio foi romper o preconceito dos homens, pois ao contrário do que muitos pensam eu não fui apoiada de início por ser mulher e jogar”, relata. “Eu sofria muito preconceito, duvidaram do fato de realmente ser mulher, ou até mesmo jogavam piada falando que eu deveria estar arrumando a casa ao invés de estar jogando. Porém, hoje em dia, eu mostrei que uma mulher pode realmente jogar bem e entrar para o cenário competitivo no games conciliando com sua vida profissional”, completa.
Além da barreira ao redor dos videogames sendo uma jogadora, os jogos de estratégia contam com outras dificuldades para jogadores e jogadoras ingressarem. “Geralmente jogos de estratégia exigem mais tempo e mais dedicação para o aprendizado. Resumindo, a gameplay é mais difícil e não são todas as mulheres que tem paciência ou tempo para aprender”, explica.
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No entanto, ela fica feliz com a abertura da própria comunidade quando alguém quer aprender.
“Fico muito feliz pela comunidade de Age of Empires estar crescendo a cada dia, hoje em dia temos até nosso espaço para os brasileiros poderem fazer fóruns em português no site da Aoezone.com que era exclusivamente todo em inglês. Quero destacar a quantidade de amigos que levarei pra toda vida e que conheci jogando esse game. O melhor do game em si são as pessoas e a maioria delas estão realmente disposta a ajudar quem está iniciando ou querendo conhecer o game”, finaliza.
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