Quando Bvoy, atirador sul-coreano, foi anunciado pelo Flamengo, a grande dúvida da torcida rubro-negra era como o top laner Bankai, que gosta de jogar com carregadores na rota superior, iria jogar weak side. A resposta é simples: ele não vai. Ele é o strong side do Flamengo e eu te ajudo a entender o porquê nesse texto.
Weak side e strong side: conceitos
Antes de tudo, vamos voltar um pouco e entender um pouco mais sobre os conceitos de werak side e strong side.
Ao contrário do que se pensa, a match-up pouco importa para esses dois conceitos. A definitiva para se sacramentar o strong side é quanto tempo o seu caçador irá gastar te dando cobertura durante o jogo, principalmente o early game.
Nesse sentido, o strong side usa recursos do time (caçador e mid laner geralmente migram para a sua rota para oferecer esses recursos) e o weak side tem de criar seus próprios recursos no 1v1, 1v2, 2v2 ou 2v3.
Então por que dizem que “Ornn é weak side; GP é weak side; Ashe e TK é weak side”?
Bom, geralmente esses campeões têm boas match-ups para absorver pressão do caçador e do adversário de rota, além de oferecerem perigo ao time inimigo (caso eles queiram aplicar um dive). No entanto, nada tem a ver com os campeões utilizados, mas sim com o conceito explicado acima.
Por que Bankai é o strong side do Flamengo?
Basta assistir aos jogos do FLA para perceber que Bankai tem a total cobertura de Ranger durante os 15/20 primeiros minutos. Isso ficou muito claro. A ideia é que ele consiga ficar forte e ter uma boa rota lateral (geralmente abusa das match-ups nas quais ele pode fazer o push dividido).
Tudo isso para que ele possa transferir os recursos no mid game para Bvoy (que joga absorvendo todo o early game, praticamente, criando seus próprios recursos ao abrir vantagem no farm contra o atirador inimigo quase sempre).
Então, sim, você entendeu direito. Na “teoria”, quem seria o weak side do Flamengo, ao menos nessas duas últimas semanas, seria o Bvoy. Os conceitos de League of Legends são extremamente fluidos e, na verdade, variam de jogo para jogo. Algumas equipes, porém, preferem ter sempre os mesmos jogadores a jogar com recurso no early game e acabam por se tornar previsíveis.
Na última partida, contra a paiN Gaming, novamente deram a prioridade para Bankai. O problema para esse jogo foi, principalmente, o jogador estreante não ter feito a QSS (Bandana de Mercúrio) para sair da habilidade ultimate do Morderkaiser (Robo), que não deixava ele participar das lutas.
A dinâmica do Flamengo
Para que toda essa ideia seja executada, o time rubro-negro tem de executar bem o mid-game. Não adianta criar vantagem na rota lateral para Bankai se ele e Ranger não conseguiram transferir para Bvoy no mid-game. Esse time deve ser visto jogando no 4-1-0 por muitas vezes ao longo do CBLoL e tem feito essa transição, até aqui, bem (mesmo no jogo que perdeu).
Além disso, veremos essa lógica se inverter: o técnico do Flamengo, Kake, não costuma acreditar muito nessa história de “ter um jogador para absorver e um para carregar”. Assim, deveremos ver jogos nos quais Bvoy irá ter a prioridade cedo para ele transferir para Bankai.
Perceba que não importa quem será o weak side ou o strong side no early game, toda a lógica do sucesso mora na transferência de recursos. É isso que separa um time mediano de um bom.
Além dessa transferência ser bem executada, o lane assignment (assimilação de rotas) tem também de ser bem sincronizado. Nesse caso, o Flamengo já pecou bastante no início do campeonato em não executá-lo bem (tinham jogos que o Bankai criava seus próprios recursos no 1v1 e o time não conseguia jogar com ele na rota lateral), mas melhorou consideravelmente com as chegadas de Bvoy, Luci e Kake.
Portanto, deveremos aguardar para ver mais do comportamento desse novo Flamengo. O ponto aqui é afastar esse conceito de “weak side player” que foi dado ao Bankai quando a line-up foi montada; ele passou longe de ser isso até aqui.
Toda a cobertura da segunda etapa do CBLoL, você acompanha aqui no Mais Esports.
Leia também: O beijo do diabo de JackPoT.