Após muita espera, a LOUD anunciou a contratação do elenco liderado por Saadhak e Sacy. O quinteto, que é o mais esperado a ser visto em ação no VCT Brasil 2022, já criou uma bolha para não assumir o título de “dream team”.
Em entrevista ao Mais Esports, Sacy disse que acha que a animação da comunidade com o anúncio se dá pelos jogadores que compõem a escalação, além de uma organização gigante como a LOUD estar investindo em um cenário novo.
“Além de mim e do Saadhak, temos os prodígios aspas e LESS. Ainda tem o pAncada, conhecido do Crossfire, do double hangloose e tudo. Então, os nomes são de peso e isso gera um hype absurdo. No papel, pelo público, rolou um pensamento de “dream team”, mas nós criamos uma bolha para não cair nisso porque podemos acabar nos afundando e sofrer um tombo muito grande”, disse Sacy.
Com toda essa visibilidade que a LOUD proporciona, os novos contratados da equipe também vão sentir uma grande pressão. Quase um mês antes do anúncio oficial, Saadhak já havia comentado sobre a importância de ajudar os jogadores mais jovens para eles não sofrerem com este peso.
Para Sacy, esta é uma cobrança gostosa. Inclusive, o jogador revela que um fator que aumenta esta pressão foi um dos motivos pelo qual ele quis assinar com a LOUD.
“Qualquer organização que nós entrássemos com esse time seríamos cobrados. Com a mesma intensidade? Talvez não, mas a cobrança existiria, a pressão estaria lá. O que muda agora é como vamos nos comportar diante disso tudo, porque a nossa mentalidade aqui dentro está sendo de: “A LOUD está numa seca de títulos”. Foi até um dos motivos para a gente escolher vir pra cá, além da torcida. A primeira coisa que pensei foi: “Imagina se eu ganhar um título. O que a torcida vai achar? Vão achar do caralho.”
“Então, a gente sabe que tem essa cobrança, mas se conseguirmos fazer isso dar certo, a recompensa vai ser muito boa. Então, podemos dizer que é uma cobrança gostosa. Vendo pelo meu lado e pelo do Saadhak, pAncada e bzk, que são mais experientes, a pressão é tranquila. A preocupação é maior com nossos meninos. Por isso conversamos, compartilhamos experiências, tudo a fim de blindar eles. Mas a pressão é normal, temos que aceitar ela, se não acabamos nos afundando”, adicionou.
Outro aspecto que é novidade para LESS e Aspas é a vida de atleta. Sacy explicou que agora a dupla de novatos está começando a ver a importância de ter uma rotina e disciplina, aspectos que impactam tanto fora quanto dentro do jogo. “A gente está confiante com eles, mas é um processo”.
A primeira grande prova do trio experiente junto dos dois novatos foi a seletiva rumo ao VCT. Impecável, o elenco da Pancada e Amigos se classificou para o evento principal que começa no próximo dia 12.
“O VCT está mais difícil, tem bastante time forte agora. Tem a FURIA que basicamente manteve a line-up, a Keyd que para mim é a favorita, tem a TBK que joga junta desde o ano passado. Gamelanders e Sharks que estão em bootcamp lá fora, tem NiP com Jonn e Xand. É só time bom. O cenário em si vai ser muito mais competitivo na minha visão. Então, não vai estar fácil, ainda mais que agora só o campeão vai garantir a vaga direta e o segundo joga contra o LATAM. Baseado no que o público disse, seremos o time a ser batido, mas tudo que eu e Saadhak conquistamos no ano passado acabou. Agora é um ano novo, time novo, temos que nos reestruturar de novo para começar do zero”.
Entre as conquistas de Sacy e Saadhak estão o título do Masters nacional e a classificação para o Masters Reykjavik e para o VALORANT Champions 2021. Voltar a competir em solo estrangeiro será mais difícil, agora que o Brasil perdeu vagas diretas nos torneios internacionais.
“Foi uma decisão justa porque não conseguimos essa performance muito boa lá fora. Ficamos no cheirinho. Eu tenho ódio em falar isso porque eu estava lá no Champions, faltou só um ponto, mas ficamos no cheirinho. É inegável. A gente perdeu, entre aspas, essa vaga. Vamos disputá-la com o LATAM. Se a gente merece mesmo estar lá, vamos ganhar do LATAM e ir. Se perdermos, é porque realmente merecemos perder [a vaga]. Então, achei muito justo. Se conseguirmos ganhar lá fora, vamos recuperar essa vaga. A nossa preocupação é trabalhar, então para mim não muda muito. Eu entendo a preocupação de “será que o VALORANT vai se tornar o LoL”, mas para mim, jogador, minha mentalidade é que não será a mesma coisa. Mas eu entendo que é um trauma. Eu reconheço”, opinou Sacy.
Campeão brasileiro no VALORANT, Sacy também já havia levantado o caneco no League of Legends e competido em torneio internacional no MOBA. Sacy explica o porquê dele acreditar que o cenário de VALORANT não vai ser como o de LoL em performances internacionais.
“No VALORANT eu sinto que não tem esse gap gigantesco de jogo. Já no LoL é diferente, você fazia o bootcamp e percebia que estava muito atrás dos caras em questão de macro e micro. No VALORANT não. Nós chegamos a ficar atrás, mas no Champions vimos que não estávamos tão atrás – comparado com o LoL, porque lá estamos muito atrás. Para mim, estamos bem perto no VALORANT. Faltou um ponto para a gente vencer a Gambit, não conseguimos por psicológico. A Keyd também meio que venceu a Acend. A nossa região fez bons jogos contra os dois times que estavam na final”, finalizou.
