O Mundial de League of Legends está novamente batendo à porta em mais uma temporada. O torneio mais importante de Esports do ano reúne os campeões do segundo semestre de cada região em um só lugar, neste caso, em Xangai, na China.
O Brasil, apesar de possuir um cenário competitivo desde 2012, só começou a disputar o Mundial dois anos depois, quando a KaBuM! venceu a CNB na Final do CBLoL e atropelou a Pineapple Express no IWC daquele ano, confirmando a primeira participação de um time brasileiro no maior torneio da Riot Games. E é com os Ninjas que começamos a nossa viagem no tempo.
KaBuM! 2014 – “This is for KaBuM!”
A KaBuM! foi o primeiro time brasileiro a representar a região no Mundial de LoL. Contudo, o abismo que separavam os Ninjas das outras equipes foi notado desde a estreia dos brasileiros na competição. No Grupo D, além da KaBuM!, também estavam a NaJin White Shield (Coreia do Sul), Cloud9 (NA) e Alliance (EU). Com cinco derrotas em sequencia, os Ninjas chegaram no último jogo do Grupo já eliminados, onde enfrentariam o campeão europeu.
Mesmo eliminados, LEP, Danagorn, Tinowns, Minerva e Dans, mostraram um bom jogo e, contando com boas jogadas de Tin e sua Ahri (eternizada nos braços do jogador), venceram a Alliance. Os europeus precisavam da vitória para continuar dependendo somente deles para a classificação, mas com a derrota, precisaram torcer para a NaJin, que enfrentaria a C9 um pouco mais tarde. Já para os americanos, a vitória brasileira dava a eles a chance da classificação direta, caso vencessem os sul-coreanos. Dito e feito, os gritos de “This is for KaBuM” ficaram marcados na história daquele Mundial.
paiN 2015 – brTT > Doublelift
A paiN Gaming tentava pela segunda vez a sua classificação ao Mundial. Campeã em 2013, a equipe de brTT e companhia chegou à Final do IWC, mas foi derrotada pela GamingGear.eu, equipe da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Em 2015, porém, contando com o retorno de brTT e chegada de Mylon, o time brasileiro venceu a qualificatória de forma invicta, derrotando a KLG na decisão, e carimbou seu passaporte para o Mundial.
Em Paris para a disputa do torneio, a paiN caiu no Grupo A, com Flash Wolves (Seed2 da LMS), Koo Tigers (Seed3 da LCK) e CLG (Seed1 do NA). Assim como no ano passado, o Mundial não começou bem para os brasileiros, que perderam para os coreanos na estreia e para os americanos, no dia seguinte. No Dia 4, porém, a vitória veio numa partida disputada contra a Flash Wolves.
O Dia 5, onde todo o Grupo seria definido, começou com esperanças para a paiN, que enfrentaria a mesma Flash Wolves que havia derrotado quatro dias antes. A partida, de novo, foi bastante pegada, mas por conta de falhas na tomada de decisão, a equipe da LMS se sagrou vitoriosa e praticamente enterrou as chances de classificação dos brasileiros. A paiN ainda teria mais dois jogos, contra Koo Tigers e CLG. Contra os coreanos, mais uma derrota e a eliminação confirmada. Faltava cumprir tabela contra a CounterLogic, também já eliminada. A partida ficou marcada pelo confronto entre o Draven de brTT e a Vayne de DL. No “showmatch”, vitória brasileira e melhor campanha do país no Mundial até hoje.
INTZ 2016 – Revolta vs Clearlove
A INTZ dominou o ano de 2016 no Brasil. Conquistando os dois splits daquela temporada, a equipe de Yang, Revolta, Tockers, Micao e Jockster teve que venceu seu antigo nêmesis para chegar ao Mundial: o International Wildcard (IWC). Com uma campanha dura na Fase de Pontos, os brasileiros chegaram à Grande Final do torneio, onde enfrentariam a Dark Passage, da Turquia. Em série disputada de cinco jogos, Revolta e companhia derrotaram os turcos e se garantiram em seu primeiro Mundial.
Nos Estados Unidos, a INTZ caiu no grupo da campeã chinesa, EDG, do Seed2 da LMS, ahq, e do Seed2 da Europa, H2K. Logo no primeiro dia de Mundial, a INTZ enfrentaria o adversário mais forte do Grupo e o clima era de “aprendizado”, como os casters diziam antes da partida. Para Revolta era também a realização de um sonho: enfrentar o caçador em quem ele se inspirava e idolatrava. A partida então começa e a EDG logo toma a dianteira em uma troca 2v2 no bot, onde Jockster ao menos consegue eliminar Meiko. Porém, uma rápida resposta por parte de Revolta coloca a INTZ de volta na partida.
Com o andar do jogo, Revolta e Yang demonstram grande sinergia e não deixaram Mouse clicar (sic). Com o topo chinês 1/7, nada ele pôde fazer enquanto a INTZ, de pouco em pouco, aumentava sua vantagem. Aos 41 minutos, Yang encontra Clearlove voltando à base na rota inferior, mas é interrompido pelo brasileiro, que ainda conquista o abate solo. Em vantagem numérica, a INTZ empurra o meio, inicia a luta em ótima Flecha de Cristal de Micao e derrota os chineses, conquistando a maior vitória de um time brasileiro até agora.
Apesar da excelente estreia, o nível não se repetiu no restante da Fase de Grupos e a INTZ acabou eliminada com uma vitória e cinco derrotas.
Team oNe 2017 – do Circuitão para a China
A Team oNe chegou ao Mundial 2017 “comendo pelas beiradas”. Campeã do Circuito Desafiante, a antiga INTZ Genesis jogou o CBLoL sem grandes expectativas, isto é, até enfrentar a RED Canids de brTT na Semifinal. Surpreendendo a todos, os Golden Boys venceram os até então atuais campeões e foram à Final enfrentar os também favoritos, paiN Gaming. Mostrando um grande jogo, a Team oNe derrotou a equipe de Mylon e Kami e, no ano que chegou à elite, representou o Brasil no Mundial.
Na China, em Wuhan, a oNe disputaria um formato inédito de Mundial. Isso porque, em 2017, a Riot decidiu implantar a Fase de Entrada, e com isso, extinguir o IWC. A Team oNe, portanto, jogaria com Dire Wolves(OPL) e Cloud9(NA), obedecendo o novo formato de dividir os ex-Wildcard e Seed 3 de regiões major em quatro grupos de três. Os Golden Boys então estrearam no Mundial, mas sofreram duas derrotas pesadas para os dois adversários. No Dia 2, mais uma derrota para os americanos colocou a oNe em situação crítica: precisava vencer os australianos para forçarem um desempate com os mesmos. Mostrando um nível muito melhor, Vvvert, 4Lan, Marf, Absolut e RedBert venceram a DW e foram ao desempate.
No tie-break, o jogo foi bem controlado pelos brasileiros, que venceram, eliminaram a Dire Wolves e conquistou uma vaga nos playoffs da Fase de Entrada. Na Fase Eliminatória, porém, o adversário turco da 1907 Fenerbahçe se provou demais aos Golden Boys e venceram por 3×1, pondo um fim na campanha dos novatos no palco internacional.
KaBuM! 2018 – Retorno dos Ninjas ao Mundial
Assim como em 2016 com a INTZ, a KaBuM reinou sólida no ano de 2018 no Brasil. Campeã dos dois splits, mais de uma vez os Ninjas se provaram os melhores do país para representar a região em torneios internacionais.
De volta à Coreia e ao Mundial pela segunda vez em sua história, a KaBuM! disputou o Play-In no Grupo C, com os japoneses da DFM e os americanos da Cloud9. A estreia, de novo, não foi boa e os brasileiros terminaram o primeiro dia 0-2. Os Ninjas retornaram ao palco da LCK no Dia 3, onde começaram bem vencendo a DFM. Repetindo, infelizmente, o resultado do Dia 1, a KBM até que jogou bem contra o Seed3 do NA, mas acabou derrotada e sendo obrigada a jogar um desempate contra os campeões da LJL.
Apesar de te-los vencido naquele mesmo dia, a KaBuM! não se encontrou e foi atropelada pela DFM, os deixando de fora ainda na Fase de Pontos da Fase de Entrada, emplacando a pior campanha do Brasil em torneios internacionais.
Flamengo 2019 – brTT de Draven voltam à Europa
Depois de bater na trave tantas vezes, o Flamengo de Robo, Shrimp, Goku, brTT e Luci decidiria mais uma vez o CBLoL, agora no Rio de Janeiro. Diante da maioria de torcedores fanáticos, o Flamengo quase viu mais uma decisão escapar, mas conseguiu a virada na série e posteriormente a vitória. Seria a primeira equipe originária de um clube de futebol a representar o Brasil no Mundial de League of Legends.
Novamente na Europa, onde brTT havia disputado seu primeiro Mundial, o Flamengo ficou no Grupo D, o considerado grupo da morte, com DAMWON Gaming (Seed3 da LCK) e Royal Youth, campeã turca. A estreia, ao contrário dos dois anos anteriores, foi boa: bom início de jogo contra o considerado time mais forte do Play-In e vitória sobre os turcos, com direito a Draven de brTT mantendo sua invencibilidade no competitivo.
No Dia 4, porém, o bom resultado ficou para trás. O FLA precisava somente repetir o desempenho da estreia que se classificaria, principalmente depois que a RY perdeu para a DWG e ficou 0-3. Mas a derrota para os turcos levou o time brasileiro ao desempate, precisando vencer para garantir sua vaga na Md5. No tie-break, um atropelo por parte da Royal, que venceu e eliminou o Flamengo eSports do Mundial.
Em 2020, a INTZ representa o Brasil pela segunda vez na sua história no maior torneio da temporada competitiva de LoL. Os adversários ainda serão definidos no sorteio do próximo dia 15, mas enquanto isso, os jogadores brasileiros se preparam jogando no Super Servidor, recheado de profissionais da China, semi-profissionais, jogadores de elo alto, e também, times que também disputarão o Mundial.
Você confere todos os classificados para o Mundial aqui no Mais Esports.
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