A Riot Games anunciou grandes mudanças no competitivo para 2025, e uma delas é a fusão do CBLOL com a LCS e LLA. A mudança foi anunciada na terça-feira (11), porém comunicada aos times apenas 24 horas antes.
Em entrevista exclusiva ao Mais Esports, Caco Antunes, head de esports das Américas, contou o motivo de a decisão ter sido feita já após o começo do split, e explicou o motivo de isso não poder ser feito depois que ele acabasse, por exemplo.
Assista à entrevista completa logo abaixo (com as marcações de cada assunto), ou, se preferir, leia a transcrição logo abaixo.
Caco Antunes fala sobre a Riot tomar essa decisão agora
Não há um momento exato que a gente possa fazer isso. Se a gente fosse fazer uma comunicação desse tipo depois da temporada competitiva, no final de setembro, não teríamos tempo de preparar isso da forma correta com as equipes para uma temporada que começa em janeiro de 2025, né? Então, a gente não tem… potencialmente, algumas equipes já teriam feito investimentos e não teriam tido tempo de avaliar se querem permanecer ou não na liga. A gente sabe que tem equipes que avaliam a continuidade do negócio pelo retorno que elas já tiveram nos últimos anos.
Então, se a gente deixa para depois da temporada competitiva, sobra muito pouco tempo para preparar para janeiro. Quando a gente fez a franquia, também anunciamos no começo do primeiro split de um ano que se transformaria. Então, não existe um tempo ideal. O mais importante para a gente é dar tempo para que os times possam se preparar. Se deixarmos para muito próximo do final da temporada, sobra pouco tempo para tomar uma decisão informada, fazer uma transição adequada e começar a temporada seguinte. Não achamos que o tempo foi inadequado. Entendemos que há impactos nesta temporada e vamos conversar com todos os times sobre isso.
Uma mudança dessa magnitude, não poderia ter ficado para 2026 com os times sendo avisados com maior antecedência?
Quanto mais a gente postergar mantendo mais uma quantidade grande de times no sistema e diluindo receita, é mais um período grande de comprometimento financeiro dos times. É um ano de operação operando numa situação que já não é sustentável. Eventualmente, podemos levar vários times que hoje são parceiros a uma situação de não recuperação da operação deles.
Hoje, sabemos que vários times no Brasil e em várias outras regiões do mundo já estão operando sem lucro, e tirando, eventualmente, dinheiro de outros negócios para compensar, ou eventualmente classificam para um evento internacional, recebem um fluxo de dinheiro maior e compensam. Então, quanto mais demoramos para implementar esse novo modelo, é um ano inteiro de comprometimento de caixa, de operação e de outros investimentos.
Os times, por exemplo, para não comprometer a estratégia de produto e esportiva que têm, mantiveram os Academy, mesmo sem serem obrigados. É mais um comprometimento que vai ser feito. Então, antes que comecemos a erodir toda essa questão de ‘vou tirar o Academy, vou começar a sucatear completamente internamente e tudo começar a deteriorar’, precisamos tomar essa decisão o mais rápido possível. Não é uma coisa que temos um tempo de mercado, precisamos rapidamente corrigir o problema financeiro que temos em todas as regiões do mundo. E, de novo, o Brasil não é exceção. Os donos de time são vocais sobre isso.
Para muitos jogadores, pode ser o último split. Tomar essa decisão durante o campeonato atual, não pode comprometer a integridade competitiva do torneio?
Olha, não entendemos isso como um risco de integridade competitiva porque temos uma série de regras que garantem a integridade competitiva do campeonato. […] A gente já tem observado também que o acesso de novos jogadores, estamos vendo esse fluxo de novos jogadores vindo do Academy para o CBLOL, já está provocando uma mudança nos talentos que estão surgindo dentro do CBLOL. Então, eu não acredito que esse tipo de mudança vá interromper isso. Gosto de acreditar que esse movimento de entrada de novos talentos e de renovação do talento continuará.
Pode haver uma redução de oportunidades a curto prazo, mas, ao mesmo tempo, agora, a gente abre também um Tier 2 com acesso ao Tier 1. O que faz o Tier 2 ter uma dinâmica completamente diferente do Academy. Então, existe um espaço de vagas que, se antes não era interessante para jogadores de Tier 1, agora passa a ser. Outra coisa que a gente também imagina, reconhecendo que existe uma redução da quantidade de times, é abrir portas para os jogadores através da mudança da nossa política de residência*.
*Saiba mais sobre a nova regra de imports da Liga das Américas do LoL
Uma das razões pelas quais fizemos isso é abrir um caminho para jogadores brasileiros poderem atuar em times de outras regiões, como na conferência Sul, num time de LATAM Sul, ou na conferência Norte, sem consumir uma vaga de importe. Incentivar o movimento de talentos internos das Américas eventualmente gera um conflito com a estratégia de importe, que cabe a cada time. Então, tentamos criar um espaço onde, se você quiser manter três jogadores locais, tudo bem, mas há a possibilidade de ter um jogador das Américas. Isso pode abrir caminho para jogadores brasileiros jogarem em outras equipes, sejam novos talentos ou jogadores de Tier 1.”
A gente está buscando caminhos para que os jogadores consigam se encaminhar por vários lugares, mesmo havendo uma redução de organizações. A mesma coisa está acontecendo na América do Norte, onde já passamos de 10 para oito times, e agora vamos reduzir para seis times também. Essas regras vão ajudar para que os jogadores da América do Norte consigam fazer essa movimentação.
Mudanças para o competitivo em 2025
Essa é apenas uma das mudanças que o competitivo de LoL terá em 2025. A Riot revelou uma série de outros ajustes que fará, incluindo mudança na regra de imports, alteração na distribuição de receita para os times, redução na quantidade de equipes do CBLOL e mais!
Vá para a nossa página de matérias do competitivo e veja todas as novidades.